‘Eu Farei Qualquer Coisa que Um Homem Quiser…’ A Donzela Tímida Suplicou – E O VELHO RANCHEIRO CONGELOU DE MEDO!

O tornado atingiu o Rancho Sterling numa terça-feira, mas a tempestade que devastou a fazenda foi apenas o começo de uma grande mudança na vida de Jake Sterling.

Anna Kowalski estava no meio dos escombros do celeiro principal, gritando ordens para os empregados. Seu sotaque polonês estava carregado de pânico enquanto ela tentava organizar a situação. O sangue ensopava a camisa de Jake Sterling, onde uma viga havia atingido seu ombro, mas seus olhos não estavam focados na dor. Ele olhava para ela, observando-a com uma intensidade que ele nunca tinha demonstrado antes.

Quatro meses atrás, Anna era apenas mais uma funcionária na casa de Jake. Quietinha, cuidadosa, quase invisível. Agora, ela comandava os homens como se fosse a dona daquele lugar, seu cabelo bagunçado pelo vento da tempestade, seu vestido sujo e rasgado. Ela parecia magnífica, uma mulher forte e imbatível, e ele sabia que estava perdendo-a para sempre.

“Você precisa de um médico”, ela disse, ajoelhando-se ao seu lado, pressionando um pedaço de pano contra sua ferida. Sua mão tremia, mas sua voz tinha uma autoridade inesperada.

Jake segurou seu pulso, não deixando-a sair. “Não me deixe, Anna.”

Ela olhou para ele, e algo em seus olhos parecia se quebrar. “A cidade inteira fala… dizem que sou inferior a você.”

“Deixe-os falar”, ele respondeu com a voz rouca de dor, mas também com algo mais. “Você é a mulher mais forte de Wyoming.”

Mas será que já era tarde demais? A pressão da sociedade e o peso do escândalo haviam destruído o que eles haviam construído? Jake queria acreditar que não.

“Se você já se perguntou como é o verdadeiro amor quando o mundo está contra ele, fique comigo”, ele implorou.

Primavera chegou tarde ao Vale do Rio Powder, em 1889. Jake observava pela janela da cozinha enquanto Anna, a nova funcionária polonesa, pendurava a roupa no varal atrás da casa. Ela se movia com cuidado, como se pedisse desculpas por ocupar espaço, e Jake, em sua solidão, nem havia notado a sua presença até então.

Martha havia falecido quatro anos antes, e desde então ele vivia apenas com suas vacas e sua solidão. Sua casa de 8.000 acres estava cheia de realizações, mas vazia de qualquer coisa suave ou carinhosa. Anna, com seu inglês quebrado e olhos assustados, cozinhava como um anjo e limpava a casa como se quisesse apagar qualquer vestígio de sua presença. Por três semanas, ele não a notou, até uma tempestade à meia-noite.

A chuva e os trovões cortavam o céu quando Jake entrou na cozinha e a viu, uma flor no cabelo e lágrimas nas bochechas, assando pão enquanto o mundo desabava lá fora.

“Você não consegue dormir?”, ele perguntou.

Ela se assustou, quase deixando cair o rolo de massa. “Desculpe, Sr. Sterling, eu faço o pão para a manhã. A tempestade me lembra de…” Ela parou, buscando as palavras. “De quando perdi minha família, em Chicago.”

Jake nunca soubera que a dor poderia soar tão bela em um sotaque estrangeiro. “Minha esposa costumava assar quando não conseguia dormir”, ele murmurou.

Anna parou por um momento, olhando para ele, antes de perguntar suavemente: “Ela fazia bom pão?”

“Terrível pão”, Jake quase sorriu, mas a tristeza no rosto dela o impediu. Ela tentou, pelo menos. Algo mudou naquela cozinha naquela noite. Não foi amor, não ainda. Mas houve um reconhecimento silencioso: ambos estavam assombrados por fantasmas.

A manhã seguinte trouxe uma torta de maçã caseira para Jake. Ele não sabia o que era, mas era deliciosa e tinha o gosto do perdão. A primavera passou para o verão, e Jake começou a convidar Anna para jantar com ele, ao invés de ela se servir sozinha na cozinha. Ela sentava-se à sua mesa, de mãos juntas, respondendo suas perguntas com seu inglês cauteloso.

“Me fale sobre a Polônia”, ele perguntava.

“É um país bonito”, ela dizia suavemente, “verde como aqui, mas o céu não é tão grande.”

“Você sente falta de lá?”

“Sinto falta da família, mas Wyoming…” Ela fazia um gesto amplo em direção à janela, para as vastas terras de Jake. “Wyoming me faz sentir que posso ser mais do que eu fui.”

Jake entendia. O Oeste sempre foi sobre reinventar-se. Seus dedos se tocavam quando ela servia seu café, e ela não se afastava.

O verão foi quente e ele adoeceu, uma febre simples que o deixou de cama por alguns dias. Anna o cuidou como se ele estivesse morrendo, trazendo sopa a cada poucas horas, lendo jornais velhos e colocando panos frios em sua testa. No terceiro dia, quando ele estava delirando de febre, ele agarrou a mão dela.

“Não me deixe”, ele murmurou.

“Eu fico”, ela respondeu. “Eu fico até você melhorar.”

“Não só até eu melhorar”, ele disse, os olhos encontrando os dela. “Anna, eu preciso que você fique.”

Ela pressionou a palma da mão contra sua bochecha. “Jake…”

O som do nome dela, pronunciado com aquele sotaque, foi como uma oração.

Quando a febre finalmente passou, algo havia mudado entre os dois, mas Jake sabia que ele era um homem respeitado em uma pequena cidade e Anna era apenas a ajudante. Algumas linhas não deveriam ser cruzadas.

A cidade de Sheridan percebeu primeiro. Anna agora usava vestidos de seda e sua postura mudou. Ela andava como uma mulher que sabia que era desejada, e os rumores começaram a correr rapidamente.

“Essa polaca está se achando demais”, murmurou a esposa de um dos banqueiros. “Jake Sterling está se fazendo de bobo.”

Os sussurros se espalharam por toda parte. No mercado geral, as conversas paravam quando ela entrava. As mulheres cochichavam por trás de luvas, e os homens a observavam com um olhar que variava entre curiosidade e desejo.

Jake não se importava com os sussurros. Ele se importava com Anna.

“Podemos manter isso em segredo”, ele sugeriu uma noite, enquanto observavam o pôr do sol do lado de fora de sua casa.

Anna se virou para ele. “Você tem vergonha de mim?”

“Jamais”, ele disse com firmeza. “Mas este território tem suas regras. Regras sobre quem pode amar quem.”

Anna olhou para ele, seu sorriso se tornando feroz. “Isso não é a Polônia, Jake. Isso é Wyoming. Terra de liberdade.”

O baile na fazenda, em agosto, mudou tudo. Jake nunca havia comparecido a um evento social desde a morte de Martha, mas naquele dia ele entrou no salão com Anna ao seu lado, ela vestida com um vestido verde-esmeralda e ele com seu melhor terno. Quando entraram, a música parou e todos os olhos se voltaram para eles.

Anna apertou o braço de Jake, mas manteve a cabeça erguida. “Boa noite, pessoal”, Jake disse calmamente. “Uma noite linda para dançar.”

Mas a tensão estava no ar. Durante a noite, os homens começaram a pedir danças com Anna. Alguns com respeito genuíno, outros com um olhar mais escuro. Tom Brennan, o maior proprietário de terras depois de Jake, segurou Anna demais durante uma valsa.

“Calma aí, Tom”, Jake disse com a voz grave. “Cuidado com a casa de alguém.”

Anna recuou, suas bochechas coradas. “Acho que preciso de um pouco de ar”, ela disse e saiu correndo para fora.

Jake a seguiu até o curral dos cavalos, onde ela se apoiava na cerca, com as mãos tremendo.

“Anna…” Jake se aproximou, sentindo o cheiro de lavanda em seu cabelo.

Ela não olhou para ele. “Eu sou a empregada. Você é o barão do gado. Vivemos em mundos diferentes.”

Jake ficou de pé atrás dela, perto o suficiente para sentir sua respiração. “Não é mais assim, Anna. Não é mais.”

Ela se virou para ele, lágrimas nos olhos. “Você não se importa com o que pensam?”

“Não. Eu me importo com o que você pensa.”

Ela o olhou por um momento, buscando alguma dúvida em seu rosto. Mas não encontrou nenhuma. “Eu acho que você é o melhor homem que eu já conheci.”

Jake sorriu e, sem mais palavras, a beijou com uma paixão e desespero que ele não sabia que ainda sentia. Quando se separaram, o mundo parecia ter caído.

Porém, a manhã seguinte trouxe consequências. Uma delegação de cidadãos de Sheridan chegou antes do sol nascer, exigindo que Jake escolhesse entre manter sua posição ou enfrentar as consequências.

“Você não pode namorar a empregada, Jake”, o prefeito disse. “Você tem que manter uma imagem respeitável.”

Anna viu tudo pela janela da cozinha, sentindo o peso da pressão social. Jake não se importava com o que diziam. Ele só queria Anna.

“Eu vou embora”, Anna disse a ele mais tarde. “Eu deixo o trabalho. Encontre uma esposa adequada.”

Jake ficou furioso. “Você vai embora? Não enquanto eu tiver algo a dizer sobre isso.”

Ele a segurou pelos ombros. “Você não é mais empregada, Anna. Você é a mulher de quem eu estou me apaixonando.”

E ela ficou. Mesmo depois de tudo, de todas as palavras, de todos os julgamentos.

Dois dias depois, o tornado atingiu. Anna estava estendendo a roupa quando viu a escuridão se aproximando. Um dedo negro que descia das nuvens, devorando a pradaria.

A tempestade hit e devastou tudo. Mas no fim, Jake e Anna sabiam que, juntos, eles poderiam enfrentar qualquer coisa.

No fim, o amor deles venceu até mesmo as barreiras que o mundo tentava erguer.

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