Obrigaram o “Solteirão do Rancho” a Casar com a Velha Solteirona — Mas Ninguém Sabia que Ela Sempre Fora o Seu Desejo Proibido, Escondido no Coração por 15 Anos

O sol da tarde ardia sobre os ombros de Jackson Pierce enquanto ele permanecia à soleira da porta, a espingarda solta numa mão, observando a cavaleira que se aproximava sozinha pela estrada poeirenta. Reconheceu de imediato aquela silhueta ereta, o porte firme, a forma como ela dominava o cavalo como se tivesse nascido em sela: Rose Campbell.

Ela desmontou diante do portão sem hesitar. A saia escura coberta de pó, a blusa branca colada à pele pelo calor. Os olhos azuis encontraram os dele — vinte pés de terra seca separavam-nos, mas pela primeira vez em quinze anos, nenhum desviou o olhar.

— Ouvi dizer que precisas de ajuda — disse ela, a voz firme como pedra.

Jackson cerrou o maxilar. Não precisava de ajuda. Não precisava de ninguém. Muito menos da mulher que o assombrava em cada pôr do sol desde metade da sua vida. Mas Tom Brennan e os seus comparsas tinham-se encarregado de espalhar a notícia: o rancho grande demais para um homem só, sem mulher, sem futuro. Tinham empurrado Rose até ele, como uma peça de xadrez. A questão era porquê.

Ela prendeu o cavalo e aproximou-se com a serenidade de quem já tomara uma decisão impossível.

— Brennan disse que estavas a contratar — afirmou. — Empregada, cozinheira. Quinze dólares por mês, cama e comida.

Jackson apoiou-se no batente da porta.

— Brennan é um mentiroso.

— Eu sei — respondeu Rose, sem vacilar. — Mas é também um canalha que pensa que pode manipular as pessoas como gado. A oferta foi pública, Jackson. Se me mandares embora, vão pensar que és tu quem tem algo a esconder.

Esperta. Sempre fora.

— Por que aceitarias trabalhar para mim?

Algo brilhou-lhe no olhar — uma vulnerabilidade antiga, talvez o eco da rapariga de dezoito anos que fora.

— Porque estou cansada de ver a vida passar à distância. Porque os nossos pais morreram, e talvez seja hora de deixarmos que os mortos parem de nos guiar. E porque Brennan quer alguma coisa de ti — não sei o quê — e vais precisar de alguém em quem confies quando ele vier tentar tirar-to.

Jackson procurou engano no rosto dela, mas só encontrou determinação.

— O quarto fica ao lado da cozinha — disse, finalmente. — Não esperes luxo.

— Nunca esperei — respondeu ela, com um sorriso breve, antes de entrar.

O cheiro a sabão de lavanda acompanhou-a pela casa. Aquele mesmo aroma de quinze anos antes.

Ela olhou em volta. O espaço era simples, limpo, prático — sem um traço de suavidade.

— Móveis do teu pai — observou. — Mas mudaste a mesa para apanhar a luz da manhã.

Ele estacou. — Como sabes?

— Tenho passado aqui todas as semanas, nos últimos cinco anos — disse ela. — A caminho da casa dos Miller. Via-te pela janela. Sei que tomas o café preto. Sei que reconstruíste o alpendre há três anos. Sei que nunca trouxeste mulher alguma para cá.

O ar entre eles ficou denso.

— Isso é muito tempo a observar.

— É — respondeu, sem se desculpar.

Jackson pousou a espingarda sobre a lareira.

— A cidade pensa que é caridade, eu acolher a solteirona que ninguém quis.

— Que pensem. — Ela já estava a examinar os armários, prática como quem conhecia a dureza da vida. — Vendi a casa e o armazém do meu pai. Tenho o meu próprio dinheiro. Não estou aqui por desespero, mas por escolha.

Ela aproximou-se, tirou do bolso um pequeno saco de couro e colocou-o na palma dele.

— Trezentos dólares. É tudo o que tenho. Quero comprar parte deste rancho. Uma parceria verdadeira. Igualdade.

Jackson ficou imóvel. O peso do saco parecia leve comparado ao que ela estava a oferecer.

— Rose…

— Sei que é loucura — interrompeu ela, a voz baixa. — Mas quando Brennan voltar, não vais precisar só de balas. Vais precisar de alguém disposto a lutar contigo.

Ele fechou a mão sobre a dela.

— Parceiros — disse. — Partes iguais. O teu nome no registo.

— A sério? — perguntou ela, incrédula.

— A sério.

Rose respirou fundo. — Então estamos juntos.

Mas antes que pudessem selar o acordo com outro gesto, um tiro ecoou do lado de fora. Jackson correu à janela: cinco cavaleiros cercavam a propriedade. À frente, Tom Brennan.

— O mesmo de sempre — murmurou Jackson, pegando na espingarda. — Querem ver-me quebrado.

Rose manteve-se ao lado dele. — Então não lhes dês esse prazer.

A noite desceu com fogo e chumbo. As janelas estilhaçaram-se, a madeira explodiu em lascas. Ombro a ombro, Jackson e Rose resistiram, disparando apenas quando necessário. O medo misturou-se com adrenalina e algo mais — confiança.

Horas depois, quando a madrugada começou a clarear, o som de novos cavalos surgiu no horizonte.

Xerife Wade! — gritou uma voz. — Brennan, larga as armas!

O cerco acabou ali. Brennan e os seus homens foram presos. Danny Morrison, o rapaz que alertara o xerife, contou a verdade: as tentativas de Brennan de forçar Jackson a vender ao caminho-de-ferro. A companhia retirou o investimento e nomeou Jackson como único negociador. Pela primeira vez em meses, ele respirou livre.

Rose ficou a observá-lo, o cabelo desalinhado, o rosto manchado de pó e coragem.

— Parece que ganhámos.

— Não, Rose — disse ele, sorrindo. — Sobrevivemos. Agora é que começa a vitória.

Nas semanas seguintes, reconstruíram a casa juntos. O rancho voltou a prosperar. Jackson vendeu vinte acres ao caminho-de-ferro — em condições justas — e com o dinheiro ampliaram a propriedade, contrataram ajuda e pintaram as janelas novas. Os rumores da cidade perderam força diante da verdade que se via: dois parceiros, iguais, teimosos e felizes.

Um fim de tarde, Jackson entrou na cozinha com um envelope nas mãos.

— São os papéis da parceria — disse, estendendo-lhos. — O rancho é nosso. Oficialmente.

Rose leu devagar, os dedos a tremer. Quando levantou o olhar, havia lágrimas.

— Fizeste mesmo isto.

— Fizemos — corrigiu ele. — Juntos.

Ela pousou o papel, avançou e beijou-o. — Então quero pedir-te uma coisa.

— Qualquer coisa.

— Casa comigo — disse, séria, olhos firmes. — Não porque a cidade queira. Porque eu quero o teu nome. E quero que tu tenhas o meu.

Jackson riu, emocionado. — Não costumas seguir as regras, pois não?

— Nunca me serviram.

Ele beijou-a outra vez, demorado, e respondeu apenas: — Sim.

Casaram-se seis semanas depois, na pequena igreja onde, quinze anos antes, tinham dançado às escondidas. O xerife estava lá, Danny também, e alguns vizinhos que sabiam o valor da lealdade. Quando regressaram ao rancho ao cair do sol, o céu tingia-se de dourado sobre a casa reconstruída.

Jackson ergueu Rose nos braços à porta.

— Vamos para casa, Sra. Pierce.

Ela sorriu, encostando a testa à dele.

— Já estou em casa, vaqueiro. Desde o dia em que voltei.

E ali, sob as estrelas do oeste, dois corações cansados encontraram paz — não no que perderam, mas no que escolheram reconstruir.

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