Embaixadores proibiram sua “corrida suicida” — então ele afundou oito navios japoneses em 15 minutos

Embaixadores proibiram sua “corrida suicida” — então ele afundou oito navios japoneses em 15 minutos

Em 1943, o Alto Comando Aliado olhou para a nova tática do Major Ed Larner e a chamou de imprudente. Chamaram-na de corrida suicida. Proibiram-na duas vezes, impedindo-o até mesmo de praticá-la. Mas Larner e seu chefe, General George Kenney, sabiam uma verdade terrível. A maneira convencional de lutar não estava funcionando, e 7.000 soldados japoneses estavam, naquele exato momento, indo para o sul para reforçar Nova Guiné.

Cada homem naquele comboio que chegasse à costa significava mais sangue americano e australiano no chão da selva às 6h30 da manhã de 1º de março de 1943. O major de 25 anos estava na pista de coral molhada em Port Moresby. Ele já havia feito 72 missões de combate e, durante todo esse tempo, suas tripulações não haviam afundado nenhum navio importante.

Essa era a crise para toda a Quinta Força Aérea. Não era por falta de tentativa. Durante oito meses agonizantes, B-17 Flying Fortresses e B-25 Mitchells tinham voado conforme o manual, atacando comboios japoneses a 3.000 metros de altura. A taxa de acerto era miserável. Pense nisso: 97 de cada 100 bombas lançadas erravam o alvo.

Elas caíam inofensivamente no vasto oceano vazio, enquanto os navios japoneses, intactos, continuavam avançando. A matemática era brutal. Uma bomba de 450 kg lançada dessa altitude levava 37 segundos para atingir a água. Em 37 segundos, um destróier japonês a 55 km/h poderia percorrer 350 metros.

Quase quatro campos de futebol. O bombardier miraria perfeitamente onde o navio estava. Quando a bomba chegasse, acertaria apenas o rastro branco e revolto do navio. Larner viu isso repetidamente. As tripulações voltavam eufóricas, alegando acertos diretos. Eles até tinham filmagens das câmeras de metralhadora para provar.

Fotos perfeitas dos padrões de explosão ao redor dos navios. Mas nenhum projétil acertava. Os japoneses continuavam navegando. Mas os artilheiros japoneses não erravam. Eles derrubavam os bombardeiros de alta altitude com precisão metódica e letal. Enquanto os pilotos americanos calculavam o lançamento de 37 segundos, os artilheiros japoneses tinham todo o tempo do mundo.

Eles acompanhavam a aproximação, calculavam a liderança e cercavam as formações de bombardeiros com cortinas de artilharia antiaérea. A própria esquadrilha de Larner havia perdido quatro aeronaves no último mês tentando essa tática falha. Quarenta homens, 40 famílias em casa que receberiam um telegrama por causa de uma estratégia que simplesmente não funcionava. Esse fracasso é o motivo pelo qual o General Kenney, comandante da Quinta Força Aérea, propôs algo que soava completamente insano para qualquer piloto experiente que ouvisse.

Ele disse: “não larguem a bomba. Arremessem-na.” Ele queria que seus pilotos fizessem a bomba quicar sobre a água como uma pedra plana. O plano era simples e aterrorizante: voar a apenas 15 metros acima das ondas, correr em direção ao navio a 300 metros, soltar a bomba com fusível de cinco segundos. O próprio impulso da bomba a faria atravessar a água, quicar uma ou duas vezes e acertar diretamente o casco do navio, detonando na linha d’água ou logo abaixo dela, destruindo o coração da embarcação.

Os teóricos da física diziam que funcionaria. Os pilotos que teriam que voar assim diziam que era suicídio. Voar um bombardeiro bimotor de 15 toneladas a 15 metros do oceano, direto para a boca de um destróier japonês cheio de armas. Isso violava todos os instintos de sobrevivência de um homem. Esses destróieres não eram alvos fáceis. Tinham canhões principais de 127 mm, canhões de 25 mm e dezenas de metralhadoras. Todos eles podiam rastrear um bombardeiro voando tão baixo. Um bom acerto em um motor, e o B-25 capotaria no mar antes mesmo da tripulação perceber.

Essa era a escolha impossível que esses homens enfrentavam todos os dias. Se você acredita que suas histórias merecem ser lembradas, clique em “curtir”. Isso ajuda a garantir que essa história não seja esquecida, porque era extremamente perigosa. O alto comando havia proibido a tática duas vezes. Os pedidos de Larner para praticar o “skip bombing” em dezembro e novamente em janeiro foram negados.

A resposta oficial chamava isso de negligência imprudente com equipamentos e pessoal. As tripulações foram instruídas a focar em táticas comprovadas de alta altitude, mas essas táticas comprovadas não estavam afundando navios, e o comboio japonês se aproximava. Este era o momento da verdade. Larner tinha que escolher: obedecer às ordens e deixar que os 7.000 soldados desembarcassem, garantindo uma luta sangrenta e prolongada na selva, ou desafiar a proibição e arriscar 60 de seus homens em uma tática que poderia ser uma sentença de morte.

Larner não tomou a decisão sozinho. O General Kenney já havia previsto isso e deu aos seus homens uma nova ferramenta. Os mecânicos da Quinta Força Aérea, sob comando de Pappy Gunn, fizeram algo revolucionário: retiraram a estação do bombardier do nariz de vidro do B-25 Mitchell e instalaram oito metralhadoras de 12,7 mm na frente.

Eles adicionaram mais quatro em suportes no fuselagem. De repente, o B-25 não era apenas um bombardeiro, mas uma plataforma de armas voadora capaz de disparar 200 projéteis de 12,7 mm por segundo. A teoria era simples: suprimir as armas inimigas. Não se podia apenas voar em direção a um destróier e esperar que errassem.

Era preciso dar aos artilheiros japoneses um motivo para se abaixar, escolher entre devolver o fogo ou sobreviver. Larner os viu instalar as armas três semanas antes. Isso adicionou 544 kg, mudou o centro de gravidade da aeronave e transformou seu bombardeiro em algo nunca visto antes na história da guerra.

E foi nesse momento que Larner e Kenney assumiram o maior risco. Apesar da proibição oficial, praticaram em segredo. Kenney encontrou o alvo perfeito: o navio Pruth, um cargueiro de 4.700 toneladas que havia encalhado perto de Port Moresby em 1924. Estava lá, enferrujado e semi-submerso. Um alvo estacionário perfeito.

As tripulações de Larner praticaram à noite e ao amanhecer, quando a luz era fraca e os olhos da sede eram poucos. Aprenderam a voar raspando as ondas a 435 km/h, a julgar distâncias a olho nu e o que acontece quando se erra. O Tenente Jake Faucet errou em 16 de fevereiro. Ele veio muito alto, 21 metros em vez de 15. A bomba quicou duas vezes, passou completamente pelo Pruth e explodiu inofensivamente 275 metros além.

O próximo lançamento foi corrigido pelo sargento Mike Russo, e Faucet veio a 14 metros. A bomba quicou uma vez e acertou o casco do Pruth exatamente na linha d’água. Um acerto perfeito, bem onde a sala de máquinas ou depósito de munição estava. Mas havia uma diferença: o Pruth não atirava de volta.

O comboio foi avistado ao amanhecer, atravessando o Mar de Bismarck: oito transportes carregados de soldados, artilharia e munição, e oito destróieres em proteção. Todos os oficiais sabiam o que isso significava. Recordavam a batalha de Buna meses antes, onde reforços japoneses transformaram uma luta curta em um pesadelo de seis meses, custando 5.000 vidas aliadas.

Se esse comboio passasse, Lae seria Buna novamente, mas pior. Larner traçou o plano. Apesar da proibição de prática, atribuiu a cada piloto um alvo específico: transportes um a oito. A Real Força Aérea Australiana atacaria primeiro com Beaufighters, suprimindo o fogo antiaéreo.

Em seguida, B-17s bombardeariam de alta altitude, não para afundar, mas para dispersar e obrigar os capitães japoneses a manobrar, isolando os alvos para os B-25s de Larner. Nove B-25s avançariam a 15 metros, o golpe final. Matemática precisa: aproximar-se a 435 km/h, liberar a bomba a 275 metros, fusível de cinco segundos. Qualquer erro, e a bomba erraria.

As tripulações saíram às sete da manhã. Cinquenta e quatro homens, nove B-25s. Larner subiu em sua aeronave, copiloto Tom Benz fazia a checagem pré-voo, e o bombardier Carl Walls conferia o mecanismo de liberação pela quarta vez. Silêncio. Todos sabiam o risco.

A decolagem foi a primeira. Mantiveram formação a 9 metros sobre o oceano, com o spray das ondas atingindo os para-brisas. Silêncio no rádio. Os japoneses monitoravam todas as frequências. Larner conferiu seu relógio; às 9h, o comboio deveria estar a 97 km a nordeste, mas voando tão baixo, ele só podia ver cinco quilômetros. A navegação tinha de ser perfeita. Cinco graus de desvio e perderiam o comboio.

Ele o avistou às 9h55: fumaça no horizonte, 16 navios. Chamou no microfone: sinal para apertar a formação. O comboio se formou: dois colunas de transportes, destróieres formando tela de proteção. Larner contou as armas do destróier mais próximo. Cada uma dispararia contra ele em minutos.

Às 10h, o plano começou: Beaufighters atacaram primeiro, seus canhões varreram os conveses. Os japoneses olharam na direção errada. Trinta segundos depois, B-17s lançaram bombas de 3.000 metros, sinalizando a confusão. Os navios japoneses começaram a manobrar, quebrando formação.

Larner desceu para 12 metros, Walls marcava a distância. Alvo selecionado: segundo transporte à bombordo, totalmente carregado. Canhões japoneses abriram fogo, mas ainda calculando alta altitude. Larner respondeu com todos os oito canhões, acertando posições inimigas.

As metralhadoras espalharam-se, nove bombardeiros atacando simultaneamente. As explosões começaram. Um bombardeiro atingiu transportes em chamas, outro destróier desapareceu. Quatro alvos em 90 segundos. Os japoneses se adaptaram.

Um destróier à flank rastreou o B-25 do Tenente Mitchell. A primeira, segunda e terceira bombas falharam; a aeronave se desintegrou. Cinco homens morreram instantaneamente. Larner não teve tempo de lamentar. O comboio avançava.

A batalha durou 11 minutos, mas o massacre continuaria por três dias. Aviões americanos retornariam a cada seis horas, barcos perseguiriam sobreviventes nos botes salva-vidas. Dos 7.000 soldados japoneses, apenas 1.200 chegaram a Lae. O resto morreu.

Quatro bombardeiros foram confirmados perdidos, 20 homens. Mas a corrida suicida funcionou. A tática seria refinada e ensinada a todas as esquadrilhas do Pacífico.

Em seis meses, comandantes japoneses abandonariam grandes comboios perto de forças aéreas aliadas. A linha de suprimentos foi estrangulada. A guerra mudou. Larner não sabia disso ainda; só via o combustível baixar e Port Moresby a 90 minutos.

Ele ordenou descarregar tudo para reduzir peso. O B-25 lutava para permanecer no ar. Benz avistou a costa sul de Nova Guiné. O motor esquerdo falhando, óleo vazando, temperatura alta. Larner cortou a hélice, transferindo potência para o motor direito.

O avião desceu a 290 km/h, acima da velocidade de estol, e pousou às 11h17. Pista cheia de equipes de solo. Larner desligou os motores e permaneceu imóvel por 30 segundos. O debriefing durou duas horas. Cinco dos nove pilotos voltaram. Mitchell, Jensen e Warren haviam sofrido pesadas baixas.

As fotos de reconhecimento chegaram às 13h: oito transportes, sete afundados, o oitavo queimando. Quatro destróieres danificados, dois afundados. Kenney chegou às 16h, sem parabenizar, apenas disse: “terminem.” A segunda investida lançou-se às 17h30; às 20h, os transportes encalhados desapareceram, e os destróieres danificados tentaram recuar, mas foram afundados.

Os japoneses começaram com 16 navios; ao anoitecer, 14 estavam no fundo do Mar de Bismarck. O custo em vidas foi catastrófico: 7.000 soldados japoneses embarcaram, apenas 900 sobreviveram. As tropas americanas interceptaram os botes salva-vidas. Larner soube depois.

As perdas finais foram impressionantes: 12 navios japoneses, quase 6.000 homens; 13 tripulantes americanos mortos. O skip bombing funcionou, mas a questão era se funcionaria contra inimigos preparados. Três meses depois, os japoneses testaram. Novos comboios, desta vez à noite, com cobertura aérea de 60 Zeros.

A Quinta Força Aérea atacou 12 B-25. Dois transportes atingidos, três B-25 abatidos. A troca mudou. Os americanos se adaptaram: blindagem nos cockpits, metralhadoras aumentadas para 12, algumas B-25 com 14. Em 2 de novembro de 1943, 38 B-25 atacaram Rabaul. Navios encurralados, 30 atingidos, perdas americanas mínimas.

Entre 1943 e 1945, skip bombing afundou 212 navios japoneses, 15 vezes mais eficaz que bombardeios de alta altitude. Mas o custo humano era enorme: pilotos sobrecarregados, fadiga de combate elevada. Larner nunca mais voou skip bombing após maio de 1943; passou a treinar novas tripulações em transporte de suprimentos, evitando combate direto.

Quando morreu em 1993, seu obituário mencionou apenas brevemente seu serviço militar. Batalha do Mar de Bismarck e skip bombing não foram citados, conforme sua vontade. O crédito oficial geralmente vai para Kenney. Larner apenas provou que funcionava, e os pilotos sabiam disso.

A batalha do Mar de Bismarck é hoje largamente esquecida, mas provou que aeronaves poderiam afundar navios voando a 15 metros da água. Chamado de suicídio antes de funcionar, depois de genialidade. Desespero e inovação se encontraram, homens dispostos a tentar o impossível, quando os métodos tradicionais falharam.

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