“Ouvi dizer que quer uma esposa. Somos perfeitas.” As Gêmeas de Jade e a redenção do Cowboy Fantasma na nevasca.

“Ouvi dizer que quer uma esposa. Somos perfeitas.” As Gêmeas de Jade e a redenção do Cowboy Fantasma na nevasca.

O inverno de 1882 havia esculpido rugas profundas ao redor dos olhos de Jake Morrison e salpicado sua barba com os primeiros fios de prata, embora ele tivesse apenas 38 anos. Ele cavalgava pelo território de Wyoming como um fantasma, assombrando a própria vida. A neve rangia sob os cascos do seu cavalo enquanto se aproximava do posto comercial de Milfield, o único som por quilômetros.

O sino acima da porta anunciou sua chegada com um clangor áspero. As conversas cessaram. Três rancheiros agrupados perto do fogão a lenha viraram-lhe as costas. O comerciante, um homem magro chamado Garrett, mal levantou os olhos do seu livro-razão.

“O Jake Fantasma voltou,” um rancheiro sussurrou para o companheiro.

O maxilar de Jake se apertou. Cinco anos se passaram desde que Tommy, seu irmão mais novo, havia morrido em seus braços, após uma emboscada de ladrões de gado. Cinco anos carregando o peso de que sua sobrevivência havia significado a morte de Tommy.

Garrett finalmente o reconheceu com um grunhido. “Suprimentos estão nos fundos. Pague primeiro.”

Jake colocou moedas de prata no balcão. O metal tilintou contra a madeira como um sino fúnebre.

“Mantenha distância dele,” Garrett advertiu um jovem casal que olhava mercadorias. “O azar o segue como fumaça ao fogo.”

As palavras atingiram mais fundo do que o pretendido. Jake pegou seus suprimentos e se dirigiu à porta. Lá fora, o vento uivava através das passagens das montanhas com a voz de cada alma que ele não conseguira salvar.

A nevasca atingiu-o uma hora depois de iniciar o caminho para casa. A neve caía lateralmente, transformando a trilha familiar num labirinto branco. Jake apertou o casaco, instigando seu cavalo a seguir em frente. O vento, então, trouxe um som que gelou seu sangue: vozes humanas pedindo ajuda.

Através da neve revolta, duas figuras tropeçavam ao longo do desfiladeiro. Pelo tamanho e movimento, eram mulheres.

O primeiro instinto de Jake foi passar direto. Ajudar estranhos só lhe havia trazido dor. Mas o vento mudou, e ele ouviu uma delas cair. Jake desmontou e avançou pela tempestade.

Eram duas jovens, idênticas na aparência, com traços asiáticos e roupas finas demais para o inverno. O congelamento marcava seus rostos. A exaustão pesava em seus passos.

A primeira mulher olhou para ele com olhos que continham esperança e terror. Seus lábios se moveram, formando palavras que o vento quase engoliu: “Ouvi dizer que você quer uma esposa. Somos perfeitas para você.”

Sua irmã desabou na neve.

Jake carregou a mulher inconsciente enquanto a outra cambaleava ao seu lado em direção à sua cabana. A pequena casa de toras surgiu através da cortina branca, exatamente quando suas forças começavam a falhar.

Dentro da cabana, o calor da lareira atingiu-os como um golpe físico. Jake deitou a gêmea inconsciente em sua cama, enquanto a irmã desabava numa cadeira ao lado do fogo. Ambas tremiam violentamente.

“Quais são seus nomes?” Jake perguntou, atiçando o fogo.

“Eu sou Sarah,” a gêmea consciente sussurrou. “Ela é Rebecca. Nós fugimos de São Francisco.”

Jake embrulhou Rebecca em todos os cobertores que possuía. Sarah recusou o cobertor, posicionando-se entre ele e a irmã. “Fugiram de quê?”

“Homens maus. O Sr. Blackwood enviará seus homens para nos encontrar.” O nome nada significava para Jake, mas o medo na voz de Sarah era real.

Rebecca se mexeu, voltando a sentir os membros. Sentou-se lentamente, examinando Jake com olhos escuros e inteligentes. “Você tem suprimentos médicos?” ela observou, notando a prateleira de frascos e ataduras. “Treinamento militar?”

Jake assentiu.

“Posso ajudar,” disse Rebecca. “Eu entendo de cura.” Ela examinou os dedos congelados da irmã com prática eficiência. De uma pequena bolsa escondida em seu vestido, ela tirou ervas secas e raízes.

“Onde aprendeu medicina?”

“Chinatown. O Velho Mestre Chen ensinou muitas coisas antes de sermos levadas.” Sarah lançou um olhar de aviso à irmã, mas Rebecca continuou.

Jake notou algo mais: as duas mulheres vestiam vestidos simples, mas por baixo das mangas, vislumbrou joias de jade caras. Servas não possuíam joias que valiam mais do que a maioria dos rancheiros ganhava em um ano.

A tempestade rugiu por três dias. Jake dormiu no chão enquanto as gêmeas dividiam sua cama. Sarah nunca relaxava completamente, sempre atenta a ruídos externos. Rebecca lia seus livros quando pensava que ele não estava olhando. A maioria das mulheres da fronteira não sabia ler.

Na segunda manhã, Rebecca notou suas condecorações do exército penduradas na parede. “Você foi um batedor,” disse ela. “Essas medalhas não são fáceis.”

Jake serviu no território do Arizona, rastreando grupos Apache por três anos. “Voltei para criar gado com meu irmão. Pensei que a luta tinha acabado.”

“Mas não acabou,” Sarah disse da janela.

“Não. Um tipo diferente de luta. Ladrões de gado precisavam de alguém que soubesse ler rastros, planejar emboscadas. Queriam me contratar. Quando recusei, levaram meu irmão para forçar minha cooperação.”

As gêmeas trocaram olhares. Elas entendiam o que era ser usada por habilidades indesejadas.

“Mataram-no de qualquer forma,” continuou Jake. “Depois que lhes dei o que queriam, atiraram nele como um cão e o deixaram para eu encontrar.”

Rebecca pousou seus suprimentos médicos e encontrou os olhos de Jake diretamente.

“Trabalhamos para o Sr. Blackwood em São Francisco. Ele nos chamava de tradutoras, mas éramos prisioneiras. Ele nos obrigava a ler cartas, decodificar mensagens de navios que vinham da China, documentos sobre ‘carga’ que não era carga.”

Jake sentiu um frio que nada tinha a ver com o clima. Carga humana. O tipo de maldade que fazia os ladrões de gado parecerem ladrões de galinhas.

“Vimos coisas,” acrescentou Sarah, relutante. “Coisas importantes. Um juiz federal veio fazer perguntas sobre meninas desaparecidas.”

“O Blackwood ficou bravo. O que aconteceu com o juiz?”

O silêncio das gêmeas respondeu à pergunta.

Na terceira noite, quando a tempestade finalmente cedeu, Jake ouviu cascos se aproximando de sua cabana. Através da janela, viu um cavaleiro desmontando: Peterson, um comerciante viajante.

Peterson aceitou com gratidão o café quente. Jake apresentou as gêmeas como parentes distantes de visita da Califórnia.

Peterson assentiu educadamente, mas suas próximas palavras gelaram o sangue de Jake. “Aconteceu uma coisa estranha em Milfield ontem. Homens bem vestidos de São Francisco passaram perguntando sobre duas meninas chinesas, oferecendo $500 de recompensa por informações.”

A xícara de Sarah escorregou de suas mãos, estilhaçando-se no chão. Peterson continuou, alheio à tensão. “O líder era um sujeito alto chamado Flynn. Olhos bem frios. O xerife parecia bem interessado nesse dinheiro.”

Após a partida de Peterson, Jake encontrou Sarah e Rebecca fazendo suas poucas malas.

“Para onde vão?”

“Para longe daqui,” disse Sarah. “Trouxemos problemas o suficiente.”

Lá fora, neve fresca começou a cair novamente. Jake bloqueou a porta da cabana com o corpo. “Não sobreviverão uma hora neste clima.”

Sarah o empurrou, Rebecca seguindo a contragosto. O vento uivava lá fora como algo vivo, faminto por suas vidas. Jake as observou lutar na neve até os joelhos por trinta metros antes que suas forças falhassem. Ele as encontrou aninhadas contra uma árvore caída.

“$500 é mais dinheiro do que a maioria das pessoas vê em cinco anos,” Jake disse, acomodando-as perto do fogo. “Flynn não vai desistir fácil.”

“Então continuaremos a fugir,” respondeu Sarah.

Jake as estudou à luz do fogo. Duas mulheres educadas reduzidas a fugir pela natureza como animais caçados. Fugir não é sobreviver. Não neste território.

Naquela noite, Jake tomou sua decisão. Não por bondade ou solidão, mas por reconhecimento. Estas mulheres carregavam o mesmo olhar assombrado que ele via em seu espelho há cinco anos. O olhar de quem sobreviveu quando outros não o fizeram.

Ao amanhecer, ele começou a ensiná-las a ler a terra.

“A neve conta histórias,” explicou Jake, ajoelhando-se ao lado de rastros na poeira. “Pegadas de cavalo aqui. Impressões profundas significam cavaleiro pesado, provavelmente armado. O espaçamento mostra que estão se movendo rápido.”

Rebecca absorveu a lição com precisão científica. Sarah permaneceu cética até Jake demonstrar como identificar a direção e a idade dos rastros estudando a maneira como a neve havia se acumulado neles.

“Por que está nos ajudando?” perguntou Sarah.

“Porque fugir às cegas leva à morte.”

O treinamento militar de Jake ressurgiu como memória muscular. Ele as ensinou a se mover silenciosamente, a usar o terreno para se esconder, a fazer fogueiras que não seriam vistas à distância.

“Você era mais do que um batedor,” observou Rebecca, vendo-o demonstrar como apagar pegadas na neve. “Você liderou homens.”

Naquela tarde, os homens de Flynn encontraram a cabana. Jake os avistou primeiro: quatro cavaleiros se aproximando pelas árvores. Ele reconheceu o avanço metódico de caçadores profissionais.

“Adegas,” Jake ordenou. “Agora.”

As gêmeas desapareceram pelo alçapão que ele havia cortado anos atrás para guardar suprimentos. Jake arranjou os pertences delas pela sala para sugerir que estavam lá há mais de três dias. Então, esperou.

Flynn bateu como um homem acostumado a ter portas abertas para ele. Alto e magro, com olhos pálidos que catalogavam tudo o que viam.

“Sr. Morrison, Marcus Flynn de São Francisco. Procurando duas mulheres desaparecidas.”

Jake manteve a expressão neutra. “Não vi nenhuma mulher. Estive isolado pela neve por uma semana.”

Flynn entrou sem convite, seu olhar varrendo a cabana. Ele notou os cobertores extras, a xícara quebrada que Sarah havia deixado cair, o leve cheiro dos remédios de ervas de Rebecca.

“Coisa engraçada sobre pessoas desaparecidas,” disse Flynn, casualmente. “Elas deixam vestígios, pegadas, pertences, o cheiro de medo.”

A mão de Jake deslizou em direção ao rifle. Flynn percebeu o movimento e sorriu.

“Sem necessidade de hostilidade. Blackwood aumentou a recompensa para mil, vivas ou mortas.” A menção casual a assassinato pairou no ar.

Flynn saiu com seus homens, mas Jake sabia que eles não iriam longe.

Naquela noite, ele guiou Sarah e Rebecca para fora pela saída oculta do porão. Eles se moveram em fila indiana pela floresta, seguindo trilhas de caça que Jake havia memorizado.

Em uma estação de mineração abandonada, abrigaram-se num prédio que oferecia múltiplas rotas de fuga.

“Conte-me sobre o juiz,” disse Jake, em voz baixa.

Rebecca tirou um pequeno pingente de jade do seu colar. A decoração se desatarraxava para revelar um compartimento oco contendo papéis dobrados, não maiores que palitos de fósforo.

“O Juiz Harrison estava investigando as queixas de famílias cujas filhas nunca voltaram para casa. Blackwood o matou. Fizemos cópias antes que eles queimassem todo o resto.”

Jake entendeu agora. Estas mulheres não eram apenas testemunhas. Eram a prova.

Do lado de fora, cavalos se moviam entre as árvores. Flynn havia encontrado o rastro. Jake pressionou o ouvido contra a parede. Quatro cavalos cercando o prédio.

“Saída dos fundos,” ele sussurrou, conduzindo as gêmeas em direção a um túnel que se conectava ao antigo poço da mina.

Eles emergiram cinquenta metros acima da encosta, escondidos por pinheiros e pedregulhos.

Jake estudou o terreno com olhos de soldado. A estação de mineração ficava numa depressão natural, rodeada por encostas íngremes. Mas ele se lembrou de algo de seus dias como batedor Apache: antigas operações de mineração significavam terreno instável. Cargas de dinamite esquecidas e perigosas.

Ele levou as gêmeas para uma crista que dava para a estação de mineração. Um guincho enferrujado para transportar minério ainda estava conectado a polias ancoradas na rocha. Os cabos estavam gastos, mas intactos.

“O que você está fazendo?” Sarah sussurrou.

“Acabando com isso sem matar ninguém.”

Jake alcançou o mecanismo do guincho. Ele enrolou a alça do rifle na alavanca de liberação e mirou cuidadosamente no ponto de ancoragem do cabo, nove metros acima.

Um tiro ecoou pela montanha. O parafuso da âncora estilhaçou-se, liberando a tensão que mantinha toneladas de rocha solta no lugar há décadas. A encosta começou a se mover com um som de trovão distante.

Flynn e seus homens olharam para cima enquanto rochas do tamanho de carroças rolavam em direção à estação de mineração. Eles se dispersaram, abandonando os cavalos, enquanto o deslizamento de rochas canalizado seguia o caminho que Jake havia calculado. Ninguém foi esmagado. O deslizamento bloqueou a trilha principal, prendendo os homens de Flynn na depressão sem matá-los.

“Isto não acabou, Morrison!” Flynn gritou dos escombros. “Blackwood está oferecendo dez mil agora. Cada caçador de recompensas daqui até a Califórnia estará procurando por essas garotas.”

“Há mais,” disse Rebecca calmamente, enquanto se afastavam dos homens presos. “Não lhe contamos tudo sobre o juiz.”

Sarah tirou cuidadosamente o pingente de jade. “O Juiz Harrison não estava apenas investigando mulheres desaparecidas. Ele estava montando um caso contra toda a organização de Blackwood. Navios de Hong Kong, armazéns em Seattle, compradores em Nova York.”

“Eu consigo ler tudo,” disse Sarah. “Blackwood me forçou a decodificar manifestos de navios por três anos. Conheço todas as rotas, todos os contatos, todos os pagamentos.”

“O Juiz Harrison nos deu um contato antes de ser morto,” continuou Rebecca. “Um marechal federal em Denver, investigando a mesma organização por um ângulo diferente.”

“Qual o nome dele?”

“Samuel Wright.”

Jake conhecia aquele nome. O Marechal Wright tinha uma reputação de integridade que se estendia por todo o território. Mas Denver ficava a duas semanas de cavalgada por um país que em breve estaria infestado de homens que viam as gêmeas como um tesouro ambulante.

“Há outro caminho,” disse ele, traçando rotas num mapa à luz da fogueira. “O Desfiladeiro do Diabo. Ninguém o usa no inverno porque é considerado suicídio.”

“Considerado por quem?” Sarah perguntou.

“Por quem tem juízo. Mas eu já passei por ele antes, durante a guerra.”

Eles desceram ao Desfiladeiro do Diabo ao romper de uma aurora cinzenta e fria. A trilha era estreita, com paredes de rocha íngremes. O gelo cobria tudo, transformando cada passo numa negociação cuidadosa com a morte.

Na metade do desfiladeiro, Jake viu a fumaça. Três colunas finas subindo dos penhascos acima. Fogueiras de sinalização dispostas num padrão que significava uma coisa: alguém estava rastreando seu progresso. Caçadores de recompensas profissionais.

Eles estão nos afunilando, Jake percebeu, empurrando-nos para a seção estreita onde não podemos escapar.

A seção estreita era uma passagem de 400 metros, onde as paredes do desfiladeiro se apertavam tanto que um homem podia tocar os dois lados. Mas Jake se lembrou de outra coisa: o lugar havia sido esculpido por um rio subterrâneo.

“Sigam-me,” disse Jake, “e confiem em mim completamente.”

Ele os levou para a seção estreita. O ruído de cavalos se aproximando no desfiladeiro provava que os caçadores de recompensas estavam fechando o cerco. No gargalo, Jake parou ao lado do que parecia ser rocha sólida.

Ele usou sua faca para tirar o gelo e a lama congelada até revelar uma abertura estreita. “Rio subterrâneo,” explicou Jake, enquanto rastejavam para a escuridão. “Conecta-se a um sistema de cavernas que sai cinco milhas rio abaixo.”

Guiados pelo tato e pela memória de Jake, eles emergiram do sistema de cavernas ao pôr do sol, por uma saída dissimulada por uma cachoeira congelada.

Três semanas na selva haviam mudado as gêmeas. Elas se sentavam mais eretas em suas selas, não mais as fugitivas aterrorizadas. Jake sentiu um propósito fluir em suas veias pela primeira vez desde a morte de Tommy.

O tribunal federal era uma fortaleza de tijolos vermelhos no coração do distrito governamental de Denver.

“Marechal Wright. Jake Morrison. Temos informações sobre o assassinato do Juiz Harrison.”

Wright levantou os olhos, cinzentos e perspicazes. “Eu estava esperando por vocês,” disse Wright, “embora não necessariamente vivos.”

Rebecca tirou o pingente de jade com mãos firmes. A garota trêmula da nevasca havia se transformado numa mulher que entendia seu próprio valor.

Wright examinou os minúsculos papéis com uma lupa, sua expressão escurecendo a cada linha que lia. “Isto se conecta a investigações em cinco territórios diferentes. Estivemos rastreando partes desta rede por dois anos, mas nunca tivemos prova de toda a extensão.”

Por seis horas, Sarah e Rebecca recontaram três anos de horror em detalhes clínicos. Descreveram as mensagens codificadas que organizavam as vendas para compradores em todo o país. A destruição sistemática de documentos de imigração que apagava as identidades das vítimas.

“Precisaremos que testemunhem quando isto for a julgamento,” disse Wright.

“O que acontece agora?” Rebecca perguntou.

“Agora vocês nos ajudam a reconstruir vidas em vez de destruí-las.”

Wright sorriu pela primeira vez. “Há uma hora, marechais federais invadiram a operação de Blackwood em São Francisco. Ele está sob custódia, junto com doze associados. A evidência de transporte que vocês forneceram nos deu o suficiente para mandados em seis estados.”

43 vítimas libertadas até agora.

Wright ofereceu a Sarah um cargo como tradutora federal, com Rebecca atuando como ligação para as comunidades de imigrantes. Um trabalho honesto usando as mesmas habilidades que outrora as tornaram valiosas para criminosos.

“E você, Sr. Morrison,” continuou Wright, “o exército poderia usar batedores experientes para rastrear os elementos dispersos da rede de Blackwood. Há operações semelhantes em toda a fronteira.”

“Nós vamos considerar,” disse Jake. “Juntos.”

Do lado de fora do tribunal, os lampiões de gás de Denver acenderam-se contra o anoitecer. Jake, Sarah e Rebecca pararam nos degraus, olhando para uma cidade onde podiam andar livremente sem medo.

Pela primeira vez em anos, Jake Morrison sentiu que pertencia a algum lugar. Não como o Jake Fantasma, o Vagabundo Amaldiçoado, mas como parte de uma família que havia escolhido uns aos outros através de um propósito compartilhado, e não de sangue. A fronteira estendia-se infinitamente além das fronteiras de Denver, repleta de pessoas que precisavam do tipo de ajuda que só os sobreviventes podiam oferecer.

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