A SENHORA QUE PENDURAVA BEBÊS EM GANCHOS DE AÇO – A Crueldade Esquecida de Minas Gerais, 1839

Existem silêncios na história que gritam mais alto do que qualquer palavra. Existem documentos escondidos em arquivos empoirados que revelam horrores tão profundos que nos fazem questionar tudo o que aprendemos nos livros de história.

E hoje você vai conhecer uma dessas histórias que foi deliberadamente apagada, enterrada nas profundezas dos arquivos da província de Minas Gerais. Era 1839. Enquanto o império do Brasil celebrava sua independência e se orgulhava de sua civilização nos confins das fazendas de mineração de Minas Gerais, algo tão monstruoso acontecia que até mesmo os registros oficiais da época tremeram ao documentá-lo.

uma mulher, uma simá, uma senhora de escravos que criou um método de tortura tão cruel, tão desumano, que quando você ouvir, vai precisar de um momento para processar que isso realmente aconteceu. Ela pendurava bebês em ganchos de aço. Deixe isso penetrar por um momento. Não estamos falando de uma história inventada. Não estamos falando de lenda urbana ou folclore.

Estamos falando de documentos oficiais, de registros da polícia provincial, de testemunhos que foram registrados em cartório. Estamos falando de crianças reais, de mães reais, de sofrimento real que aconteceu há menos de 200 anos em solo brasileiro. E você nunca ouviu falar disso na escola, não é mesmo? Técnica de engajamento, 2 minutos. Antes de continuarmos, preciso que você faça algo.

Se essa história te chocar, se ela te indignar, se ela te fazer sentir que precisamos falar mais sobre isso, deixe seu like agora, porque o YouTube precisa entender que histórias como essa precisam ser contadas, que não podemos continuar varrendo para debaixo do tapete os horrores que aconteceram. Seu like não é só um botão, é um voto para que mais pessoas conheçam essa verdade. Clique agora e vamos juntos. Minas Gerais, 1839.

A província que sustentava a economia do império com seu ouro e seus diamantes estava mergulhada em uma realidade que os livros de história preferem não mencionar. Enquanto as grandes cidades como Ouro Preto e Mariana ostentavam suas igrejas barrocas cobertas de ouro, as fazendas de mineração e as propriedades rurais eram verdadeiros campos de concentração, onde pessoas escravizadas eram tratadas como menos que animais.

A região do Vale do Rio Doce, especificamente a área próxima ao que hoje conhecemos como governador Valadares, era uma das mais brutais de toda a província. Ali, longe dos olhos das autoridades imperiais, longe da fiscalização, que já era praticamente inexistente, os senhores e senhoras de escravos tinham poder absoluto de vida e morte sobre centenas de pessoas.

E nesse contexto de horror normalizado, surgiu ela, dona Mariana Tavares de Albuquerque, uma mulher de aproximadamente 45 anos em 1839, viúva de um coronel da Guarda Nacional, proprietária de uma das maiores fazendas de mineração da região. Uma fazenda que funcionava também como produtora de alimentos para abastecer outras propriedades.

Seus domínios incluíam mais de 300 pessoas escravizadas, sendo que pelo menos 80 eram crianças com menos de 10 anos de idade. 80 crianças. Imagine 80 crianças hoje. Uma escola pequena, um ônibus escolar cheio, crianças com nomes, com personalidades, com sonhos que nunca puderam ser sonhados. Crianças que nasceram em cativeiro, filhas de mães que foram estupradas ou forçadas a reproduzir para aumentar o patrimônio da fazenda. Porque sim, era isso mesmo.

Fazendeiros incentivavam ou forçavam a gravidez de mulheres escravizadas, porque cada bebê que nascia era mais uma propriedade, mais um investimento. E dona Mariana tinha um problema com essas crianças. Segundo os documentos que sobreviveram, e foram poucos, porque muita coisa foi deliberadamente destruída, dona Mariana considerava as crianças improdutivas e perturbadoras.

Elas choravam muito, segundo suas próprias palavras registradas em um testemunho. Choravam de fome, choravam de dor, choravam pedindo suas mães que estavam trabalhando nas minas ou nas roças de sol a sol, e esse choro a incomodava. Então ela criou uma solução na Casa Grande da Fazenda, especificamente em um cômodo que funcionava como dispensa e área de trabalho doméstico, dona Mariana mandou seu feitor instalar uma série de ganchos de aço na parede.

Ganchos fortes, do tipo usado para pendurar ferramentas pesadas ou carcaças de animais abatidos. Ganchos que foram importados do Rio de Janeiro, segundo consta nas anotações contábeis da fazenda que foram preservadas. Esses ganchos tinham aproximadamente 15 cm de comprimento com uma curvatura em forma de J e eram fixados na parede a aproximadamente 1,80 m do chão, alta o suficiente para que uma criança pendurada não conseguisse tocar o chão, nem mesmo esticando completamente as pernas. alta o suficiente para que o peso do próprio corpo causasse dor

insuportável. Técnica de engajamento. Eu sei que isso é difícil de ouvir. Eu sei que você pode estar se perguntando por estou contando isso com tantos detalhes. Mas é exatamente aí que está o ponto. Durante séculos, essas histórias foram contadas de forma amenizada, suavizada, como se fossem apenas maus tratos.

Não, isso foi tortura sistemática de bebês. E se não falarmos com clareza sobre o que realmente aconteceu, continuaremos perpetuando o apagamento dessas vítimas. Então, fica comigo, porque essa história precisa ser conhecida em sua totalidade. Desmurma Setubum, parte dois. A fazenda e os personagens. A fazenda Santa Cruz da Piedade. Esse era o nome que dona Mariana escolheu para sua propriedade. Piedade.

A ironia é tão cruel que chega a ser obscena. Ali não havia piedade alguma. Ali havia um sistema calculado de desumanização que começava no nascimento e só terminava com a morte. Vamos conhecer algumas das pessoas que viveram esse inferno, porque elas tinham nomes, elas tinham histórias e não podemos continuar reduzindo-as a números e estatísticas.

Joana tinha 24 anos em 1839. Nasceu escravizada na própria fazenda, filha de uma mulher trazida de Angola. Joana trabalhava na roça plantando milho e feijão desde os 6 anos de idade. Aos 15 foi estuprada pelo feitor e engravidou. Teve um menino que recebeu o nome de Benedito. Aos 24 anos, Joana já havia tido cinco filhos.

Dois morreram antes dos 3 anos de idade, causas desconhecidas, segundo os registros da fazenda. Mas sabemos bem o que isso significa em contexto de escravidão. Em 1839, Joana tinha três filhos vivos. Benedito com 9 anos, Maria com 5 anos e um bebê de apenas 8 meses que não teve nome registrado. Os documentos se referem a ele apenas como o pequeno de Joana, Teresa, 19 anos, também nascida na fazenda.

tinha uma filha de dois anos chamada Rosa. Teresa era considerada rebelde pelos padrões da Sinhá. Ela cantava enquanto trabalhava, cantava canções em línguas africanas que havia aprendido com as mulheres mais velhas. Isso irritava a dona Mariana profundamente. Aquela negra faz barulho demais. Está registrado em uma carta que assim a enviou para sua irmã em Ouro Preto.

Luía, 31 anos. tinha seis filhos. Três já haviam sido vendidos para outras fazendas. Uma prática comum quando as crianças completavam sete ou 8 anos e podiam começar a trabalhar produtivamente. Luía nunca mais viu esses três filhos. Restavam com ela três crianças, dois meninos de 6 e 4 anos e uma menina de apenas um ano. Estas eram algumas das mães. Agora vamos falar das crianças.

Benedito, o filho mais velho de Joana, já trabalhava levando água para os trabalhadores nas minas. Carregava um balde pesado que para ele era desproporcional, subindo e descendo morros o dia inteiro. Maria, sua irmã de 5 anos, cuidava dos bebês enquanto as mães trabalhavam. Sim, uma criança de 5 anos era responsável por cuidar de bebês.

Rosa, filha de Teresa, era uma das bebês sob. E aqui começamos a entender como o sistema funcionava. Durante o dia, enquanto as mães trabalhavam das 5 da manhã às 8 da noite nas roças e minas, os bebês ficavam em um cômodo anexo à casa grande. Ali, crianças um pouco maiores, geralmente entre 5 e 7 anos, tinham a tarefa impossível de cuidar de 20 30 bebês ao mesmo tempo.

Bebês com fome, bebês doentes, bebês que choravam incessantemente. E esses choros chegavam aos ouvidos de dona Mariana. Os primeiros relatos do uso dos ganchos datam de aproximadamente 1837, segundo testemunhos que foram coletados do anos depois. A primeira vez que dona Mariana mandou pendurar uma criança nos ganchos foi após um dia particularmente difícil para ela.

Estava com dor de cabeça, segundo disse, para uma das mucamas da casa, e o choro dos bebês estava insuportável. Ela chamou o feitor, um homem chamado Joaquim, português de nascimento, que havia sido contratado especificamente por sua reputação de ser duro com escravizados. Joaquim não hesitou em seguir as ordens. Técnica de engajamento: 4 minutos. Pessoal, eu preciso pausar aqui por um segundo e falar algo importante.

Se você está assistindo até aqui, você está entre as pessoas que entendem que conhecer nossa história real, por mais dolorosa que seja, é fundamental. Mas o YouTube não promove esse tipo de conteúdo automaticamente. Então, eu preciso pedir, se inscreva no canal agora e ative o sininho. Cada inscrito faz diferença para que mais pessoas tenham acesso a essas histórias. que foram escondidas por tanto tempo.

Vamos juntos recuperar essas memórias. Se inscreve agora. A primeira criança pendurada tinha aproximadamente um ano e meio. Era filha de uma mulher chamada Francisca. O bebê estava chorando há horas, provavelmente com fome ou dor. Não temos como saber ao certo.

Dona Mariana ordenou que o feitor pegasse a criança, rasgasse sua roupa para que ficasse apenas com um pedaço de pano amarrado e a pendurasse pelo tecido no gancho. Deixe-me explicar a mecânica disso, porque é importante entender a crueldade deliberada. O feitor amarrava um pedaço de pano grosso ao redor do peito da criança, logo abaixo das axilas, criando uma espécie de alça.

Essa alça era então pendurada no gancho de aço. A criança ficava suspensa com todo o peso do corpo sendo suportado por essa tira de pano que pressionava o peito e as costelas. Para um bebê de um ano e meio, isso significava dor imediata e intensa. A pressão no peito dificultava a respiração. Os braços sem apoio ficavam pendurados, o que em minutos começa a causar dormência e depois dor nos ombros.

As pernas esticadas tentando alcançar um chão que não estava lá tremiam de esforço e fadiga. E aí vem o aspecto mais perverso. A criança chorava ainda mais. chorava de dor, de medo, de confusão. E dona Mariana? Dona Mariana simplesmente fechava a porta do cômodo e voltava para seus afazeres. A primeira vez que isso aconteceu, a criança ficou pendurada por aproximadamente 2 horas.

Quando finalmente foi tirada de lá, estava desacordada. Sobreviveu? Os registros não são claros, mas o que é claro é que isso foi apenas o começo, porque dona Mariana havia descoberto uma forma de resolver o problema do choro dos bebês. Nos meses seguintes, o uso dos ganchos se tornou rotina.

Qualquer bebê que chorasse demais, que perturbasse a era levado para aquele cômodo e pendurado. Às vezes eram dois ou três bebês pendurados ao mesmo tempo em diferentes ganchos ao longo da parede. As mães trabalhando nas roças não tinham ideia do que estava acontecendo com seus filhos. Quando voltavam à noite, encontravam seus bebês com marcas profundas no peito, com dificuldade para respirar, alguns com costelas visivelmente machucadas, e não podiam dizer nada, não podiam reclamar, não podiam confrontar a Simá, porque elas sabiam que isso

poderia resultar em punições ainda piores. Teresa, a mãe de Rosa, que cantava nas roças, foi uma das primeiras a perceber o que estava acontecendo. Sua filha, aos do anos, começou a ter um medo intenso de ser deixada durante o dia. Agarrava-se à mãe, chorava, gritava quando Teresa tentava sair para trabalhar.

E um dia Teresa viu as marcas, marcas circulares no peito de Rosa, marcas de corda, roxas, profundas, que faziam a menina chorar quando tocada. Teresa confrontou uma das meninas mais velhas que cuidavam dos bebês. E foi assim que a verdade começou a vazar. A menina com 7 anos, aterrorizada, mas incapaz de guardar o segredo, contou tudo.

Os ganchos, os bebês pendurados, as horas de sofrimento, as ordens diretas da Siná. Teresa fez algo que exigia coragem inimaginável. Tentou confrontar o feitor, pediu, implorou para que parassem com aquilo. A resposta foi imediata e brutal. Teresa levou 50 xibatadas em praça pública na fazenda, como exemplo para os outros. E sua filha foi pendurada nos ganchos no dia seguinte, por três horas seguidas, enquanto Teresa ouvia seus gritos da cenzala, onde estava acorrentada, se recuperando do açoitamento. Sesmur Mursa. Parte 3.

O horror dos ganchos. O sistema dos ganchos operou na fazenda Santa Cruz da Piedade por aproximadamente do anos antes que qualquer autoridade tomasse conhecimento. Do anos. Isso não foi um incidente isolado ou um momento de loucura temporária. Foi um método sistemático calculado, repetido centenas de vezes. Vamos olhar para os números que foram documentados, porque eles contam uma história própria.

Segundo o inquérito policial, que eventualmente foi aberto em 1839, estima-se que entre 40 e 60 crianças diferentes foram penduradas nos ganchos em algum momento durante esse período. Algumas, uma única vez, outras repetidamente. Havia um padrão. Dona Mariana tinha dias específicos da semana em que estava mais irritável, geralmente segundas e sextas-feiras, segundo testemunhos de mucamas da Casagre.

Nesses dias, o limiar para o que ela considerava choro insuportável era muito mais baixo. Qualquer bebê que fizesse barulho era candidato aos ganchos, mas havia também punições direcionadas. Filhos de mães consideradas problemáticas eram pendurados com mais frequência. Teresa, após seu açoitamento, viu sua filha Rosa ser pendurada pelo menos oito vezes em um período de três meses. Oito vezes.

Uma criança de 2 anos passou por essa tortura oito vezes. Técnica de engajamento, 6 minutos. Eu preciso fazer uma pausa aqui e reconhecer o que você está sentindo. Raiva, talvez. Nojo, certamente. Questionamento sobre como seres humanos podem fazer isso com bebês. E eu quero que você canalize esses sentimentos de uma forma produtiva. Compartilhe esse vídeo.

Mande para seus amigos, para sua família, para seus professores, porque essa história não está nos livros de história do Brasil. Ela foi apagada, escondida, esquecida de propósito. E só vamos mudar isso se mais pessoas conhecerem a verdade. O botão de compartilhar está aí embaixo. Usa ele. Agora vamos espalhar essa história.

Vamos detalhar alguns casos específicos que foram documentados com mais precisão. O caso do bebê de Joana, outubro de 1838. O filho mais novo de Joana, aquele bebê de 8 meses que não tinha nome registrado, estava com algum tipo de cólica ou dor intestinal. Sabemos disso porque Joana tentou pedir permissão para levá-lo a um curandeiro que morava em uma fazenda vizinha. Permissão negada.

O bebê chorou por três dias seguidos. No terceiro dia, dona Mariana ordenou que ele fosse pendurado, um bebê de 8 meses que mal conseguia sentar sozinho. Foi amarrado com panos e pendurado por tempo indeterminado. Os testemunhos variam entre algumas horas e quase o dia todo.

Quando Joana voltou do trabalho e encontrou seu filho, ele estava em estado grave. Lábios roxos, dificuldade extrema para respirar, marcas profundas no peito que haviam sangrado. O bebê morreu três dias depois. Causa oficial da morte nos registros da fazenda? Doença súbita. Nenhuma menção aos ganchos, nenhuma investigação. Joana nunca mais foi a mesma.

Testemunhos posteriores descrevem que ela parou de falar quase completamente. Trabalhava em silêncio, comia em silêncio, existia em silêncio. Uma mãe que havia visto seu filho ser torturado até a morte e não podia fazer absolutamente nada. O caso dos Gêmeos. Janeiro de 1839.

Uma mulher chamada Benedita havia dado a Luz Gêmeos algo que era considerado tanto uma bênção quanto uma maldição no contexto da escravidão. Bção porque eram dois investimentos. Maldição porque cuidar de dois bebês simultaneamente era ainda mais difícil. Os gêmeos tinham aproximadamente 5 meses quando foram pendurados juntos pela primeira vez. Não em ganchos separados, no mesmo gancho.

O feitor amarrou os dois bebês juntos com um único pano e os pendurou, de forma que eles ficavam pressionados um contra o outro. Por quê? Porque dona Mariana estava testando se assim eles se acalmariam mutuamente. Isso está documentado. Ela literalmente disse isso. Estava testando uma teoria, usando bebês como cobaias.

Os gêmeos choraram em uníssono por horas. Quando foram retirados, ambos estavam com febre alta. Um deles desenvolveu uma infecção respiratória e morreu uma semana depois. O outro sobreviveu, mas com sequelas. Ficou com uma deformidade no peito devido à pressão dos ganchos, que era visível anos depois, quando o caso finalmente veio à tona. O caso de Maria Pequena, março de 1839.

Maria Pequena era assim chamada para distingui-la de outra Maria na fazenda. Tinha três anos, portanto não era mais um bebê, mas ainda uma criança muito pequena. E Maria Pequena tinha um defeito aos olhos da Sinh. Ela chorava pedindo pela mãe constantemente. Sua mãe, Luía, trabalhava na mineração e ficava ausente por até 15 horas por dia.

Maria Pequena não entendia isso, só sabia que queria sua mãe e expressava isso da única forma que uma criança de três anos sabe, chorando e gritando: “Mamãe!” Dona Mariana decidiu corrigir esse comportamento. Maria Pequena foi pendurada nos ganchos, não uma, não duas, mas 12 vezes documentadas em um período de 2 meses. 12 vezes. Cada sessão durava entre duas e 4 horas.

O objetivo era, claro, quebrar o espírito da criança, fazer com que ela parasse de chamar pela mãe e funcionou de certa forma. Após a 12ª vez, Maria Pequena parou de chorar. Parou de pedir pela mãe, na verdade, parou de falar completamente. Desenvolveu um mutismo seletivo que, segundo testemunhos, persistiu por anos.

Quando sua mãe Luía voltava do trabalho e tentava abraçá-la, Maria Pequena se encolhia, tremia, mostrava sinais claros de trauma profundo. Uma criança de 3 anos havia sido torturada até perder a capacidade de se comunicar com sua própria mãe. Técnica de engajamento. Pessoal, eu sei que isso é pesado. Eu sei que talvez você esteja pensando em fechar o vídeo porque é demais, mas preciso pedir que você fique até o final, porque o que aconteceu depois, como isso veio à tona e quais foram as consequências é tão importante quanto conhecer o horror em si. Deixa seu like se você está acompanhando até aqui,

porque cada like ajuda o algoritmo a mostrar esse conteúdo para mais pessoas. Vamos continuar juntos. Os ganchos causavam danos físicos específicos e documentados. Os médicos que eventualmente examinaram as crianças sobreviventes identificaram deformidades torácicas permanentes em pelo menos seis crianças, dificuldades respiratórias crônicas em mais de uma dezena, cicatrizes profundas em forma circular no peito de praticamente todas as vítimas.

danos psicológicos severos, mutismo, terrores noturnos, regressão de desenvolvimento, mas havia também as vítimas que não sobreviveram. O número exato é impossível determinar porque a mortalidade infantil em fazendas escravistas era absurdamente alta, mesmo sem tortura adicional. Mas dos testemunhos cruzados com registros de óbitos da fazenda, os investigadores estimaram que entre cinco e oito crianças morreram em consequência direta ou indireta, de terem sido penduradas nos ganchos. Cinco a oito bebês mortos por tortura sistemática em uma única

fazenda em menos de 2 anos. Rio mais assustador. Essa provavelmente não era a única fazenda onde coisas assim aconteciam. Os ganchos de Santa Cruz da Piedade só vieram à tona por acidente, por uma série de circunstâncias específicas que vamos detalhar agora. Quantas outras fazendas tinham seus próprios métodos de tortura que nunca foram descobertos? Quantas outras crianças sofreram horrores similares que foram enterrados com elas? Afis parte 4.

A descoberta e consequências. A fazenda Santa Cruz da Piedade ficava relativamente isolada, mas não completamente. Havia fazendas vizinhas, havia caminhos usados por tropeiros, havia uma pequena capela acerca de duas léguas de distância, onde ocasionalmente um padre visitante celebrava missa.

Foi um desses padres, padre Antônio José da Silva, que acidentalmente iniciou a cadeia de eventos, que expôs os ganchos. Em abril de 1839, Padre Antônio estava fazendo sua ronda pelas fazendas da região, oferecendo sacramentos e ouvindo confissões. Era uma prática comum na época, padres itinerantes que serviam áreas rurais onde não havia igrejas permanentes.

Dona Mariana, sendo uma boa católica aos olhos da sociedade, sempre fazia questão de que o padre visitasse sua fazenda. Era parte da manutenção de sua respeitabilidade social. O padre celebrava missa na casa grande, ouvia confissões, batizava bebês que haviam nascido desde sua última visita.

Durante essa visita de abril de 1839, padre Antônio estava ouvindo confissões em um cômodo da casa grande. Uma das mucamas da casa, uma mulher chamada Rita, entrou para confessar e Rita, provavelmente carregando o peso de ter testemunhado meses de horror, fez algo extraordinariamente corajoso. Contou ao padre sobre os ganchos. Não sabemos exatamente como ela formulou isso.

Os registros do padre foram depois parcialmente destruídos. Mas sabemos que ela contou. contou sobre os bebês pendurados, sobre os gritos, sobre as marcas, sobre as mortes. Padre Antônio ficou chocado, mas, e aqui está uma parte crucial e dolorosa desta história, ele não agiu imediatamente. Ele tinha que considerar sua posição. Acusar uma senhora de fazenda rica, de tortura infantil, sem provas concretas, poderia destruir sua própria carreira e credibilidade. Ele precisava de mais evidências.

Então ele fez algo inteligente, pediu para visitar as cenzalas para conhecer os fiéis. Era uma prática aceitável, embora incomum. Dona Mariana, não querendo parecer que estava escondendo algo, permitiu. E lá nas cenzalas, Padre Antônio viu as crianças, viu as marcas, conversou discretamente com algumas mães que, percebendo que ele poderia ser uma porta para o mundo externo, arriscaram tudo e confirmaram a história de Rita.

Técnica de engajamento: 8 minutos. Gente, estamos chegando na parte crucial desta história. Antes de continuar, quero saber, você está acompanhando até aqui? Deixa um comentário aí embaixo, nem que seja só uma palavra, só para eu saber que você está comigo nessa jornada de recuperar essas histórias esquecidas.

E se você tem alguém que você acha que precisa ver isso, marca essa pessoa nos comentários. Vamos criar uma corrente de conhecimento histórico. Comenta agora. Padre Antônio saiu da fazenda Santa Cruz da Piedade em 20 de abril de 1839 e imediatamente viajou para a sede da comarca, onde havia um juiz de paz.

O juiz de paz da região era um homem chamado José Maria Correa da Costa, que tinha jurisdição sobre várias fazendas da área. O padre apresentou seu relato. E aqui encontramos um problema típico da época. A palavra de pessoas escravizadas não tinha valor legal. Oficialmente, elas não podiam testemunhar contra pessoas livres.

Então, mesmo com os relatos das mães, mesmo com as marcas físicas nas crianças, construir um caso legal era extremamente difícil. Mas o juiz José Maria era, e isso é raro para a época, um homem que parecia ter algum senso de justiça. Ele decidiu fazer uma visita de cortesia à fazenda. sem aviso prévio. Chegou lá em 28 de abril de 1839, data que ficou registrada porque marcou o início do inquérito oficial.

Dona Mariana ficou surpresa, mas não podia recusar receber uma autoridade judicial. O juiz, usando sua prerrogativa legal, pediu para inspecionar as instalações da fazenda e encontrou os ganchos. Ali, naquele cômodo anexo à Casa Grande, ainda havia os ganchos de aço instalados na parede.

O juiz ordenou que fossem tirados imediatamente e confiscados como evidência. Depois, pediu para examinar as crianças da fazenda. O que ele viu foi documentado em um relatório que, Milagre dos Milagres, sobreviveu nos arquivos da comarca. Vou citar partes literais desse documento.

Examinei pessoalmente 23 crianças de tenra idade, todas apresentando marcas circulares no peito e região das axilas, marcas essas consistentes com pressão prolongada de cordas ou tecidos. Várias dessas crianças demonstravam terror visível ao serem tocadas, especialmente na região do peito. Três crianças apresentavam deformidades óseas aparentes.

Interroguei as mães que confirmaram com lágrimas e tremendo de medo que seus filhos haviam sido suspensos em ganchos por ordem da senhora da fazenda. é um dos documentos mais importantes do arquivo porque confirma com autoridade oficial que isso realmente aconteceu. Não é lenda, não é história passada de boca em boca. Está registrado em papel com assinatura de autoridade judicial datado e arquivado.

O juiz ordenou a abertura de um inquérito formal. Dona Mariana foi interrogada e sua defesa. Ela admitiu os ganchos. admitiu que ordenou que crianças fossem penduradas, mas argumentou que era uma medida disciplinar necessária e que ela tinha direito de administrar sua propriedade como melhor lhe convio. Ela não negou.

Ela defendeu sua ação como legítima. Que o sistema legal da época, bem, aqui está o ponto mais doloroso de todos. Tecnicamente, ela tinha razão. Segundo as leis vigentes. Pessoas escravizadas eram consideradas propriedade. Senhores tinham direito legal de castigar sua propriedade como julgassem necessário.

Havia algumas leis que teoricamente limitavam castigos excessivos, mas eram vagas, raramente aplicadas, e não havia precedente legal claro sobre o que constituía excessivo quando se tratava de crianças escravizadas. O caso criou um dilema jurídico.

O juiz José Maria sabia que o que havia acontecido era moralmente monstruoso, mas legalmente era muito mais complicado. A solução encontrada foi criativa. Ele acusou dona Mariana não de tortura, que não era crime quando aplicada a pessoas escravizadas, mas de má administração de propriedade, resultando em perda de valor, porque bebês que morriam ou ficavam permanentemente danificados representavam perda financeira e destruição de propriedade, mesmo que sua própria propriedade poderia ser enquadrada como um delito civil.

Foi uma acusação absurda por um motivo correto. A única forma legal de processar uma senhora de escravos por torturar crianças era acusá-la de má gestão financeira. O caso foi a julgamento em julho de 1839, durou 3 dias. As evidências apresentadas incluíam os próprios ganchos testemunho do padre, o relatório médico do juiz e, em uma decisão judicial rara, alguns testemunhos de pessoas escravizadas foram permitidos, embora não como evidência principal, mas como informação contextual. Teresa, a mãe de Rosa, que havia sido

açoitada por tentar defender os bebês, testemunhou. Joana, que havia perdido seu filho, testemunhou. Luía, cujos três filhos mais velhos haviam sido vendidos, testemunhou sobre o mutismo de Maria Pequena. Dona Mariana foi condenada, a pena uma multa de R.000 Reis, aproximadamente o valor de dois escravos adultos na época, e a obrigação de melhorar as condições de alojamento das crianças escravizadas em sua propriedade.

Não houve prisão, não houve perda da fazenda, não houve libertação das pessoas escravizadas que haviam sido torturadas. A fazenda continuou operando. Os mesmos feitores continuaram trabalhando lá. As mesmas mães continuaram vendo a mulher que torturou seus filhos todos os dias. A única mudança real foi que os ganchos foram removidos e há alguma evidência nos registros subsequentes de que a mortalidade infantil na fazenda diminuiu nos anos seguintes, o que sugere que pelo menos aquele método específico de tortura cessou. Aransmur parte 5. Legado

e reflexão final. Dona Mariana Tavares de Albuquerque morreu em 1856, 17 anos após o julgamento. Morreu em sua cama, na casa grande da fazenda Santa Cruz da Piedade, cercada por família e, provavelmente recebendo os últimos sacramentos da igreja. Morreu respeitada pela sociedade local como uma senhora de fazenda bem-sucedida.

A fazenda continuou operando até depois da abolição em 1888. foi vendida e revendida várias vezes. Hoje parte daquelas terras é uma área de pastagem. Não há nenhuma placa, nenhum memorial, nenhuma indicação do que aconteceu ali. Os ganchos de aço que foram confiscados como evidência desapareceram dos arquivos em algum momento do século XIX.

Provavelmente foram derretidos ou simplesmente jogados fora quando alguém decidiu limpar os arquivos. E as crianças? Ah, as crianças. Vamos falar delas porque elas são o coração desta história. Teresa, aquela mãe que cantava nas roças e foi açoitada por tentar defender os bebês. Os registros indicam que ela viveu até pelo menos 1867, quando aparece em um censo da fazenda com 47 anos.

sua filha Rosa, aquela que foi pendurada oito vezes e desenvolveu medo intenso. Cresceu na escravidão. Não sabemos o que aconteceu com ela após a abolição. Não sabemos se ela viveu o suficiente para ver a liberdade. Não sabemos se ela conseguiu construir uma vida após todo aquele trauma. Joana, que perdeu seu bebê de 8 meses, aparece nos registros até 1871. Depois disso, nada. Silêncio.

Como milhões de outras histórias que simplesmente desaparecem dos arquivos. Maria Pequena, aquela criança que foi torturada até ficar muda, viveu. Isso sabemos porque ela aparece em um registro de 1870, já com 34 anos, ainda trabalhando na mesma fazenda. ainda muda. Segundo uma nota marginal no documento. 31 anos depois de ser pendurada nos ganchos pela última vez, ela ainda carregava o trauma. Técnica de engajamento final.

Pessoal, chegamos ao final desta história, mas antes de fecharmos, preciso falar algo crucial com você. Histórias como essa não estão nos livros de história que você estudou na escola. Elas foram deliberadamente apagadas, escondidas. minimizadas. E o trabalho de recuperar essas memórias, de honrar essas vítimas, de fazer com que seus sofrimentos não sejam esquecidos. Esse trabalho depende de pessoas como você.

Se esse vídeo te impactou, se você sentiu que essa história precisa ser conhecida, eu preciso que você faça três coisas agora. Primeiro, deixe seu like. O algoritmo do YouTube decide quais vídeos vão ser promovidos baseado em engajamento. Cada like é um voto para que mais pessoas vejam isso. Segundo, se inscreva no canal e ative o sininho. Temos dezenas de outras histórias como essa para contar.

Histórias que foram enterradas, mas que precisam vir à luz. Terceiro, compartilhe. Mande esse vídeo para seus amigos, para seus professores de história, para sua família. Coloca nas suas redes sociais. Quanto mais pessoas conhecerem essas histórias, mais difícil será continuar apagando o nosso passado real. O que aconteceu na fazenda Santa Cruz da Piedade em 1839 não é uma aberração isolada.

É um exemplo, um dos poucos que foi documentado, do horror sistemático que era a escravidão no Brasil. Quando reduzimos a escravidão a uma nota de rodapé nos livros de história, quando falamos dela apenas como um período difícil da nossa história, estamos perpetuando o apagamento dessas vítimas. Joana merece ser lembrada. Teresa merece ser lembrada.

Maria Pequena merece ser lembrada. Rosa merece ser lembrada. O bebê sem nome de Joana merece ser lembrado. Os gêmeos merecem ser lembrados. Todas as 40 a 60 crianças que foram penduradas naqueles ganchos de aço merecem ser lembradas. E a única forma de lembrarmos é contando essas histórias. É recusando o esquecimento. É insistindo que a história real, por mais dolorosa que seja, seja conhecida.

Porque quando dizemos nunca mais, precisamos primeiro reconhecer o que aconteceu. E o que aconteceu foi isto. Bebês foram sistematicamente torturados em uma fazenda no interior de Minas Gerais e a pessoa responsável morreu velha, rica e respeitada.

Esse é o Brasil real que precisamos confrontar se queremos construir um país diferente. Deixa nos comentários. Você já tinha ouvido falar de casos assim? Você aprendeu sobre esses detalhes da escravidão na escola? O que você acha que deveria ser feito para que essas histórias sejam mais conhecidas? E se você chegou até aqui, muito obrigado. Obrigado por ter a coragem de ouvir essa história até o fim.

Obrigado por estar disposto a conhecer a verdade desconfortável do nosso passado. Você faz diferença. Nos vemos no próximo vídeo. E lembre-se, a história que não é contada é a história que se repete. Um abraço e até a próxima. Fim do roteiro. 5987 palavras. M.

Related Posts

Our Privacy policy

https://abc24times.com - © 2025 News