Pai descobre que os seus filhos gémeos são, na verdade, seus irmãos – História do dia
Após descobrir algo estranho no seu tipo sanguíneo, Harry voltou a casa para encontrar a sua esposa, Nancy, apenas para descobrir que a vida que tinham construído nos últimos 12 anos era uma mentira.
Mas ele permitiria que esta revelação arruinasse a sua família?
Harry observou os filhos a rir de algo e sorriu silenciosamente. Embora fossem gémeos, Josh tinha anemia grave, que só descobriram após notarem sintomas estranhos durante semanas. Por sorte, o seu irmão, Andrew, parecia estar perfeitamente saudável.
O médico de família decidiu fazer mais exames e pediu a Harry que fizesse uma análise de sangue, caso fosse necessária uma transfusão. Os três estavam agora no consultório de um hospital infantil, esperando pelos resultados e pelo tratamento.
Finalmente, a porta abriu-se e o médico entrou sem levantar os olhos. Toda a sua atenção estava nos papéis que tinha nas mãos, e Harry levantou-se nervoso.
“Senhor Campbell, olá”, saudou com uma voz animada, apertando a mão de Harry.
— Olá, Dr. Dennison — acrescentou Harry, indicando aos rapazes para cumprimentarem o médico. — Esperamos receber notícias sobre como proceder.
— Sim — o médico estalou os lábios enquanto os fazia virar-se para a cadeira do seu escritório. — Na verdade, Sr. Dennison, gostaria de falar consigo. Podem esperar os rapazes lá fora?
Harry arregalou os olhos, mas recuperou-se rapidamente. «Claro», assentiu. «Rapazes, deixem-nos por um momento, por favor».
Os gémeos, que estavam de bom humor apesar de estarem no consultório médico, ficaram sérios, mas Josh agarrou Andrew pelos braços e saíram.
— Está bem, doutor, siga em frente. Estou pronto para o que for. A nossa família pode superar isto — sussurrou Harry, sentando-se na cadeira à frente do Dr. Dennison e aproximando-se da sua mesa. — O que se passa com o Josh? O que devemos fazer agora?
“Calme-se, Sr. Campbell”, suspirou o médico, recuando. “Neste momento, não estou muito preocupado com o Josh. Ele tem deficiência de ferro, mas vamos começar com suplementos, possivelmente por via intravenosa. Normalmente fazemos exames aos pais e a outros familiares por precaução. Mas queria falar consigo sobre outra coisa”.
Harry tocou no peito, aliviado por o médico não estar preocupado com o seu filho. Isso devia significar que a sua condição não era tão grave. «Muito bem. O que se passa?»
O Dr. Dennison franziu os lábios. «Sr. Campbell, adotou esses meninos?»
— Não — disse Harry, abanando a cabeça. — A minha esposa e eu casámo-nos grávidos e apressados, na verdade.
Essa resposta fez o médico suspirar e fechar os olhos. «Isto é um pouco delicado, mas o seu tipo sanguíneo é incompatível com o dos meninos».
— Bem, isso acontece muitas vezes, não é? Ou seja, alguns pais não podem doar sangue aos filhos porque são uma mistura de duas pessoas — disse Harry, encolhendo os ombros.
— Não, senhor. Sim, alguns pais biológicos não podem doar. Mas o que quero dizer é que o senhor não pode doar porque é impossível ser o pai biológico desses meninos — revelou lentamente o Dr. Dennison, mas acelerou a fala ao ver o rosto de Harry. — O tipo sanguíneo não é o fator determinante para a paternidade, mas os seus gémeos são do grupo sanguíneo A. O senhor e a sua esposa são do grupo B.
Harry abriu e fechou a boca. «Mas isso é impossível», murmurou, com as mãos trémulas enquanto se tapava a boca.
— Lamento muito, senhor. Vi esses resultados há alguns dias, por isso tomei a liberdade de fazer um teste de ADN às suas amostras de sangue — continuou o médico com tom sombrio, enquanto entregava uns papéis a Harry. — Sei que isso lhe dói. Mas há mais.
Harry olhou para o médico, destapando a boca e pegando os papéis. «O que mais pode haver?», perguntou, perplexo. Os seus olhos leram muitos termos médicos que não entendia e aprofundaram-se. Mas Harry voltou a olhar para o médico ao ver algo ainda mais surpreendente.
O médico tinha uma expressão de compaixão. “Isso não é um erro, Sr. Campbell”, começou. “Josh e Andrew são, na verdade, seus meio-irmãos.”
Harry ficou atónito após as revelações do médico, mas estava certo de que teria mais perguntas. No entanto, perguntou ao Dr. Dennison sobre os tratamentos de Josh e foi embora com os filhos. Levou-os a comprar hambúrgueres porque Josh estava com muita fome e queria passar tempo com eles.
Eram bons rapazes e tinham a melhor relação do mundo. Gostavam das mesmas coisas: beisebol, cinema, música e muito mais. Josh adorava citar cenas de “O Padrinho” porque sempre fazia Harry rir.
Mas os resultados não mentiam. Os gémeos que ele tinha criado nos últimos 12 anos — os seus bebês, o seu mundo e o seu futuro — não eram seus. O pior de tudo é que eram filhos do seu pai, o que significava que… Nancy tinha estado com ele.
Não fazia sentido. Ela já estava grávida quando a apresentaram aos seus pais. Talvez devesse pedir ao Dr. Dennison que fizesse mais exames.
Quando as crianças terminaram de comer, levou-os para casa. Nancy não os acompanhara à consulta médica porque tinha de deixar entrar um empreiteiro que iria remodelar os seus banheiros. Enquanto estacionava na garagem, Harry tentou encontrar as perguntas certas para fazer sobre os resultados dos exames de sangue e ADN.
Tinha dificuldade em sair do veículo e, quando ouviu os filhos gritar: “Avô, que bom ver-te!”
Harry ficou vermelho e apertou os punhos com tanta força que não percebeu que as chaves do carro lhe tinham cortado a pele até o dor ser demasiado intensa. A raiva e a dor que ele tinha reprimido na consulta com o Dr. Dennison percorreram-no como um tsunami.
Mas não conseguiu entrar na casa e enfrentar a esposa e o pai. Os rapazes estavam lá.
Todos estavam reunidos na cozinha, e Harry forçou um sorriso ao entrar. «O que estás a fazer aqui, pai?», perguntou, tenso.
O seu pai sorriu. «Disseste-me que o empreiteiro viria hoje. Não sabia que tinhas consulta com o médico, mas ainda bem que vim, porque acho que…».
— Rapazes, não iam à casa do Bobby para uma festa de pijama a jogar videojogos? — perguntou Harry aos gémeos, interrompendo o seu pai, que poderia falar sobre tudo se ninguém o impedisse.
— Está bem! Vamos! — disse Andrew. Pegaram os seus controladores e saíram correndo. O amigo estava a apenas algumas casas de distância, e era a oportunidade perfeita para Harry comentar o que o Dr. Dennison tinha dito.
— Harry, há algum problema? O que aconteceu com o Josh? — perguntou a esposa, Nancy. Ela notou algo estranho na expressão dele.
Harry fechou os olhos. «Sei a verdade, Nancy. Dormiste com ele?», perguntou, sem querer prolongar mais a conversa.
A mandíbula de Nancy caiu até ao chão, e olhou para Robert imediatamente.
— Não é o que pensas, filho — interveio Robert, balançando a cabeça.
— Então o que aconteceu? O ADN não mente — perguntou, olhando para ambos… mas nenhum deles lhe deu uma resposta completa.
Há 13 anos, em Las Vegas…
Nancy estava a aproveitar o ritmo da música enquanto se movia pela pista de dança em direção ao bar. Ela e a amiga estavam num famoso hotel de Las Vegas, e o clube estava lotado. Era um sonho delas desde que se conheceram no primeiro ano de faculdade. Após a graduação, começaram a poupar e finalmente tiraram um fim de semana para passar na cidade dos vícios.
Era tudo o que queriam, mas Nancy precisava de mais uma rodada de bebidas. Não estavam suficientemente bêbadas.
— Ei! Cinco shots de tequila, por favor. Podes trazer mais limões? — gritou ao barman por cima da música, vendo-o acenar com a cabeça. Virou-se para observar os corpos a girar na pista de dança, enquanto esperavam pelas bebidas, quando de repente, uma nuvem de perfume masculino caro chegou às suas narinas.
À sua esquerda, Nancy viu um homem com a cabeça cheia de cabelos brancos e barba, que lhe sorriu. «Olá, linda. Deixa-me convidar-te para um copo?»
Ela sentiu-se lisonjeada pela atenção. «Já estou a comprar algo para as minhas amigas», respondeu, com as bochechas coradas. O homem devia ter o dobro da idade dela, mas era robusto, sedutor e tinha uma expressão de confiança que era muito atraente. «Provavelmente não queres que os rapazes te importunem, certo?»
Poderia ser o álcool ou o perfume do homem, mas de repente, ela não queria voltar para as amigas. «É uma viagem de raparigas, mas viemos à procura de aventuras. Qualquer coisa pode acontecer», respondeu, olhando através das suas longas pestanas postiças.
Quando o barman trouxe os shots, Nancy nem reparou. Estava a rir, a arranjar o cabelo e a divertir-se imenso. O homem atractivo aproximou-se dela, com a mão na cintura, e ela quase desmaiou nos seus braços.
“Gostavas de continuar isto no meu quarto?” sussurrou-lhe ao ouvido.
Ela assentiu, quase hipnotizada, enquanto um arrepios percorria o seu corpo. «Deixa-me levar as bebidas às minhas amigas e avisá-las», respondeu Nancy, lambendo os lábios e engolindo em seco. As amigas gritaram quando Nancy lhes disse que ia com um homem, e ela seguiu-o até à saída.
Nem chegaram ao quarto dele, pois a química entre eles explodiu no elevador…
“Ontem foi maravilhosa”, disse Robert a Nancy, beijando-a lentamente na bochecha.
“Sim”, ela assentiu, sentindo-se tonta.
Acordaram, pediram o pequeno-almoço e conversaram durante uma hora antes de Robert dizer que tinha de ir embora. Dizeram adeus enquanto caminhavam em direção à zona de táxis do hotel.
Nancy sabia que não o voltaria a ver, e não se importou. A noite tinha sido aventureira e apaixonada, como qualquer viagem a Las Vegas deveria ser. Entrou rapidamente no táxi, empolgada para contar às amigas tudo sobre a sua noite com o misterioso e sexy homem mais velho.
«Isto não pode estar a acontecer», disse Nancy ao seu ginecologista. «Por favor, diz-me que é uma piada.»
«Olha, um teste caseiro pode falhar às vezes, mas este é real», informou-a o médico com um sorriso paciente. «Os testes de sangue não mentem.»
— Então não foi uma gravidez planeada — disse o ginecologista. — Queres falar sobre as opções?
“Abortar, dizes?” perguntou Nancy, franzindo a testa.
— Ou dás em adoção ou ficas com o bebé. Não importa — assentiu. — De qualquer forma, é a tua decisão.
“Ouvi dizer que os abortos podem ser arriscados… E se algo correr mal e depois eu tiver dificuldades em engravidar?”, balbuciou Nancy.
«É muito improvável. Hoje em dia, os abortos são bastante seguros, mas não te baseies nisso», acrescentou o médico, dando-lhe um tapinha no ombro.
Nancy suspirou e saiu do consultório médico sem saber para onde ir nem o que fazer.
— Merda! — exclamou Anna, balançando a cabeça e bebendo. Nancy tinha combinado com ela para tomar um copo, algo que obviamente já não podia fazer.
— Sim — estalou os lábios.
“O pai é aquele homem de Las Vegas, não é?” continuou a amiga.
«Tens alguma forma de encontrá-lo?»
«O que vais fazer?»
— Não sei — respondeu Nancy, mordendo o lábio. — Acho que vou ficar com este bebé.
«E, não sei, acho que sim.»
— Estás maluca — sussurrou a amiga, esfregando a testa.
— Na verdade, não. Quero dizer…
Uma voz masculina interrompeu a conversa séria.
Nancy e Anna viram dois homens que lhes sorriram timidamente.
“Eu e o meu amigo vimos-vos muito sérias aqui e achámos que deveríamos chegar-nos mais perto para vos animar”, continuou o mesmo homem.
Anna olhou para Nancy para ver se queria assustar os homens, mas ela foi demasiado simpática.
— Claro. Uma distração seria ótima — disse Nancy.
«Ótimo! Eu sou o Oliver e ele é o Harry», apresentaram-se, e Nancy e Anna fizeram o mesmo. Conversaram durante meia hora até que Oliver levou Anna para dançar e se foi embora.
— Percebi que não bebes — disse Harry, esfregando o pescoço nervosamente.
“Sim. Tenho um…”, Nancy fez uma pausa. “Um ataque de acidez, não me sinto muito bem. Vim por Anna, que precisava de uma noite divertida.”
— Que pena! Deverias estar a descansar.
— Não, não faz mal. Eu também precisava sair de casa. Às vezes, estar sozinha com os teus pensamentos não é agradável — continuou Nancy. — Então, conta-me sobre ti. Deixamos o Oliver e a Anna dominarem a conversa.
— Sim, fizemos. Bem, sou gerente de…
Conversaram enquanto Oliver e Anna permaneciam na pista de dança durante o que pareceram horas. Mas, finalmente, o amigo de Nancy aproximou-se e agarrou-lhe o braço. «Vamos ao wc das mulheres», insistiu.
— Está bem, acho que preciso de ir — desculpou-se Nancy com Harry.
“Deita-te com ele”, disse Anna assim que entraram no wc.
— Faz isso com ele esta noite — continuou a amiga, quase exigindo. — Já faz tempo que não estás grávida. A viagem a Las Vegas foi há três semanas. Deita-te com ele. Diz-lhe que te deixou grávida e tem o bebé com ele.
“Estás maluca?” Nancy estava prestes a gritar, mas conteve-se.
— Não, estás maluca se achas que tens meios para ser mãe solteira — continuou Anna. — Faz isso. Parece ser um bom rapaz. Bonito. Um pouco desajeitado e demasiado atencioso, mas tudo vai correr bem, vais ver.
— Anna, eu tenho um diploma e um emprego. Posso criar este bebé, não sou como aquela amiga tua — suspirou Nancy, exasperada. Mas, no fundo, a sugestão de Anna não parecia um plano tão terrível. Talvez fosse melhor dar um pai ao teu filho do que enfrentar a maternidade sozinha. “Está bem. Vou pensar nisso.”
— Sim! Vais ver, tenho a sensação de que vais casar com ele! — Anna sorriu.
— Ah, cala-te — respondeu Nancy, balançando a cabeça, e saíram de novo.
A amiga e o Oliver voltaram à pista de dança, e Nancy sentou-se com Harry. Conversaram mais um pouco, e ela, sem parar, pensava nas palavras de Anna.
Num dado momento, ele jurou que não faria algo tão baixo. Harry, por sua parte, continuou a falar enquanto ela se debatia.
Em algum momento, teve de tomar uma decisão e pensou que o filho lhe perguntaria sobre o pai no futuro, não poderia sair com ninguém ou estagnar na carreira porque as mães solteiras não tinham tempo. A história de Anna voltou a ressoar na sua cabeça e, finalmente, atreveu-se.
«Queres sair daqui?», perguntou Nancy, mostrando-lhe o seu sorriso mais coqueto para que não restassem dúvidas sobre as suas intenções. Harry ficou perplexo um instante, mas assentiu rapidamente. Anna fez um gesto de polegar ao sair.
“Eles vão adorar-te”, disse Harry enquanto subiam os três degraus da casa dos pais de Harry.
— Ai, meu Deus! Eles vão ficar chateados e assustados — disse Nancy, esfregando a barriga que finalmente conseguia ver.
— Não, vão ser avós. Vão ficar contentes — insistiu o noivo, e tocou à campainha.
«Harry!», saudou-os com uma voz forte, abrindo os braços. Mas Nancy não viu o rosto do homem de imediato. Sentiu algo… aquele perfume intoxicante que a tinha metido em apuros.
“Pai, esta é a minha noiva”, disse Harry, afastando-se do pai apenas para revelar… Robert.
Ficaram a olhar um para o outro durante um instante que pareceu uma vida inteira, e o homem mais velho olhou para o seu braço sobre a barriga. Começou a tossir.
«Prometeste?», perguntou finalmente Robert, depois de se recuperar.
— Sei que é uma surpresa. Mas como podem ver, há outra surpresa guardada — continuou Harry, atraindo Nancy para si enquanto entravam em casa.
A mãe de Harry, Miriam, ficou encantada e abraçou-a com força, ciente da sua barriga. Sentaram-se e explicaram a situação com mais detalhe, incluindo como se conheceram, como souberam da gravidez e os seus planos de casar o mais rápido possível.
Nancy simplesmente se deixou levar, sem saber o que dizer. Tentou manter a calma, mas sentia o olhar intenso de Robert, embora evitasse propositadamente o olhar dele.
— Harry, vem ajudar-me a procurar o álbum do bebé. Nancy deveria ver as tuas fotos de bebé. O teu filho vai ser lindo — disse Miriam, e Harry sorriu.
— Na verdade, mãe. Acabamos de saber que vamos ter gémeos. Meninos.
“AAAH!” exclamou Miriam, abraçando o filho e a futura nora com força. Ela e Harry acabaram por sair à procura do álbum do bebé, deixando Nancy e Robert sozinhos.
Nancy desviou o olhar, procurando algo para conversar, mas ele limpou a garganta. «Nancy, estão…»
— Não. São de Harry — interrompeu Nancy, apontando. — Não fazia ideia de que ele era o teu filho. Merda! Nem sabia que estavas casado. Mas estes bebés são teus, e não vamos falar mais sobre isso. Façamos o que dizem: «O que acontece em Las Vegas, fica em Las Vegas».
— Está bem. Temos um pacto de silêncio — assentiu, e Nancy sentiu-se aliviada.
— Diz-me, pai! — continuou Harry. — Como é que o nosso pediatra de há anos