No avião, uma mulher estranha continuava olhando para minha filha de 3 anos e escrevendo algo no seu caderno: Decidi descobrir o motivo.
Recentemente, soube que minha irmã estava hospitalizada. A notícia me pegou de surpresa.
Vivemos em países diferentes e, embora nos comuniquemos, ainda sinto que a distância nos tornou um pouco estranhas.
Tenho uma filha pequena, e minha irmã mora sozinha, sem amigos, sem família, em um país estrangeiro. Eu sou a única pessoa próxima a ela, embora viva a várias horas de distância.
Quando soube que ela estava no hospital, não pensei duas vezes: eu precisava voar. Não tinha com quem deixar minha filha, então tive que levá-la comigo.
Comprei passagens para o próximo voo, sem perceber que eram em classes diferentes: uma na classe executiva e a outra na classe econômica. Pensei: “Talvez alguém ceda seu assento ao ver que estou voando com uma criança.”
Ao embarcar, tentei explicar a situação, mas, para minha surpresa, ninguém queria trocar de assento.
Fiquei estupefata: a classe executiva estava meio vazia, mas os comissários de bordo se recusaram a nos mudar. Tive que sentar minha filha na classe econômica e eu subi para a classe executiva.
Felizmente, minha filha se sentou ao lado de uma mulher gentil que estava viajando sozinha. A cada 20 minutos eu me aproximava dela, dava uma olhada e perguntava se estava tudo bem. Minha filha estava tranquila, assistindo a desenhos animados. Tudo estava bem.
Mas, no final do voo, notei um detalhe estranho.
Ao passar pela fila dela, vi a mesma mulher que estava sentada com minha filha escrevendo algo em um caderno, tentando escondê-lo.
Ao me ver, ela fechou a tampa rapidamente e sorriu. Algo me incomodou por dentro: uma ansiedade instintiva.
Após aterrissarmos, quando todos começaram a se levantar, fui ajudar minha filha com sua mochila. E então, novamente, essa mulher estranha estava escrevendo algo e me olhando de forma estranha.
– Você quer algo da minha filha? 🤔
A mulher também se levantou e, de repente, como se nada tivesse acontecido, me entregou um cartão de visitas.
Desculpe se te assustei — disse ela. — Sou psicóloga infantil. Viajo muito e… às vezes cuido de crianças. Faz parte do meu trabalho.
Sua filha é uma menina incrivelmente inteligente e madura. Eu anoto quando encontro pessoas como ela. Se quiser, entre em contato comigo. Acho que ela tem talento para os idiomas. Isso é raro para a idade dela.
Peguei o cartão, ainda sem acreditar que minha tensão e ansiedade haviam se transformado em… algo bom.
Descemos do avião e olhei para minha filha. Ela estava sorrindo.
— Papai, a tia disse que posso falar como os adultos. É sério?
Assenti.
“É verdade. E você acabou de confirmar.”