O cenário político em Brasília tem-se desenhado sob um vé de tensão crescente, expondo uma realidade onde a alta cúpula do poder legislativo parece estar em rota de colisão direta e intencional com o poder executivo. As recentes ações e movimentações dos presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados, Davi Alcolumbre e Hugo Mota, não podem ser interpretadas como meros desentendimentos institucionais sobre a agenda do país.
na análise detalhada dos fatos e das evidências jurídicas, manifestações de uma guerra política que tem como pano de fundo o medo, o ego ferido e, acima de tudo, a proteção de interesses financeiros de grupos específicos e poderosos. Há uma percepção clara e cada vez mais fundamentada de que parte do Congresso não está agindo em nome da população ou de projetos de longo prazo para a nação, mas sim para satisfazer birras pessoais e para agradar aos seus financiadores de campanha e lobistas estratégicos.

A postura de retaliação e o uso das pautas legislativas como ferramentas de vingança e blindagem se tornaram evidentes nas últimas semanas. com o Congresso demonstrando uma urgência questionável em reverter medidas protetivas e de interesse público que o executivo tentou impor. O exemplo mais flagrante desse comportamento retaliatório e de desmonte regulatório foi a articulação para derrubar a maior parte dos vetos apostos pelo presidente Lula a um projeto de lei de caráter ambiental que em sua forma original era
amplamente criticado como o PL da devastação. O executivo, exercendo sua prerrogativa constitucional e atendendo a apelos de organizações internacionais e da sociedade civil, havia vetado mais de 60 pontos por considerá-los tóxicos, um grave retrocesso para a agenda de proteção ambiental do país e um risco à segurança jurídica.
Contudo, em uma demonstração de força e de desprezo pela agenda climática e pelos apelos da sociedade civil, o legislativo conseguiu aprovar a rejeição de 59 desses vetos, restabelecendo as partes mais controversas do projeto. Tal ação envia uma mensagem perturbadora ao mundo e à população brasileira.
Questões cruciais como a preservação de biomas vitais, a mitigação dos impactos das mudanças climáticas e a proteção da população contra desastres naturais tornam-se, na prática, meras moedas de troca em disputas políticas de gabinete. A derrubada desses vetos, especialmente em relação ao autolicenciamento, que permite a grandes obras dispensarem o estudo de impacto ambiental, eia, e o relatório de impacto ambiental.
Rima, um processo essencial de prevenção, cria um precedente terrível. O resultado prático é o aumento exponencial do risco de novas tragédias ambientais e sociais, comparáveis em escala as que já chocaram o país em Mariana e Brumadinho, ao mesmo tempo em que prejudica a imagem internacional do Brasil, afasta o investimento estrangeiro, que busca responsabilidade ambiental e coloca comunidades tradicionais e populações vulneráveis na linha de frente dos desastres.
É como se o Congresso estivesse deliberadamente dando uma licença para repetir a tragédia, sem que os responsáveis por crimes ambientais passados tenham sido integralmente punidos. Concomitantemente a esta ofensiva ambiental, o presidente da Câmara, Hugo Mota, demonstrou seu empenho em avançar com pautas que geram profunda controvérsia e suspeita, como a chamada PEC da blindagem ou PEC da bandidagem.
Esta proposta visa inequivocamente a restringir a autonomia operacional e investigativa da Polícia Federal. PF, favorecer políticos que estão sob escrutínio judicial e enfraquecer as ferramentas legais de combate ao crime de colarinho branco e a corrupção. O timing dessa movimentação é o elemento mais suspeito.
Ela ocorre em meio a revelações de que Hugo Mota foi o convidado de honra em um jantar de gala em Nova York, custeado pelo dono de uma empresa investigada por fraudes fiscais milionárias pela Receita Federal, a Refit. Em um cenário político onde nada é coincidência, a defesa fervorosa de medidas que enfraquecem a fiscalização e a punição de crimes financeiros, logo após um intercâmbio social de alto luxo com um empresário sonegador investigado, levanta sérias dúvidas sobre a prioridade real do parlamentar, se é o interesse público ou a lealdade aos
financiadores. Esta atuação legislativa de mota também se manifesta no travamento sistemático de pautas cruciais para o herário e o combate à ilegalidade. Um exemplo claro é o PL do devedor Contá, um projeto de lei que tramita há mais de 8 anos no Congresso e que visa justamente criar mecanismos eficazes para punir e coibir empresas que só negam impostos de forma planejada, reiterada e como modelo de negócios.
Estimativas da receita apontam perdas de 200 bilhões ano. O fato de este projeto ficar engavetado por tanto tempo, enquanto o maior devedor com Tomás do país desfruta de proteção política e social e promove jantares de gala, é a prova de que há um lobby poderoso e organizado no Congresso, que atua diretamente contra o interesse da Receita Federal e contra o combate às organizações criminosas que usam a sonegação como principal ferramenta de lavagem de dinheiro e como vantagem competitiva desleal. O pano de fundo
desta insatisfação e desta guerra legislativa é um elemento oculto, mas poderoso, que gera profundo terror nos corredores do poder. O escândalo financeiro do Banco Master. Este banco se tornou o epicentro de uma crise de confiança e de investigações que se aprofundam e que, segundo fontes políticas, causam um incômodo generalizado na classe política.
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Para os não iniciados, o Banco Master operava com forte dependência de benefícios e depósitos de governos estaduais, tornando-se uma instituição com ligações intrínsecas ao poder político e exigindo conexões profundas e permanentes com o centrão. A recente prisão e a subsequente transferência do dono do banco sob custódia para o complexo penitenciário da Papuda, juntamente com a crescente especulação sobre uma possível delação premiada, são o verdadeiro motor do pânico que desestabiliza o Congresso.
possibilidade de que este empresário revele esquemas de financiamento ilícito, proteção política e desvios que atingiriam diretamente a cúpula do legislativo, incluindo aliados de Hugo Mota e Davi Al Columbre, é a razão primária para a pressa em tentar frear a PF e criar pautas bomba contra o governo. A lógica é simples.
O risco de exposição e prisão é maior do que o custo político de romper com o executivo. O desrespeito institucional é particularmente evidente na postura do senador Alcol Columbre, que levou a briga para o campo do judiciário e das indicações de alto escalão. Sua insatisfação declarada decorre da recusa do presidente Lula em indicar um aliado seu para uma vaga no Supremo Tribunal Federal, STF.
O senador teria utilizado sua posição para chantagear o executivo, exigindo, de forma controversa a garantia de que poderia comandar o Banco do Brasil e outras autarquias federais em troca da aprovação do nome indicado por Lula, Jorge Messias. Essa postura revela uma mentalidade de barganha, onde o interesse pessoal e o controle de cargos estratégicos se sobrepõe ao funcionamento harmônico das instituições.
O objetivo claro é utilizar o cargo de presidente do Senado como alavanca para obter poder de negociação e controle de cargos estratégicos. Uma prática que desrespeita a prerrogativa constitucional do presidente da República e enfraquece a moralidade do Senado. As pautas bomba que estão sendo aprovadas, como o retrocesso ambiental, a tentativa de extinção de crimes contra o Estado democrático de direito e o travamento de medidas anticorrupção são, no fundo, apenas ferramentas nessa guerra política usadas para desgastar o
governo e sinalizar aos seus financiadores que seus interesses estão sendo protegidos. É um cenário onde a sobrevivência jurídica e a manutenção de privilégios se sobrepõem ao interesse público, transformando o Congresso em um campo de batalha pessoal e de defesa de interesses corporativos. A população, neste contexto, torna-se a vítima das birras e da falta de compromisso de