NO INTERNATO, ISSO É O QUE SUAS FILHAS VIVEM EM SILÊNCIO!

NO INTERNATO, ISSO É O QUE SUAS FILHAS VIVEM EM SILÊNCIO!

Léna chegou ao internato no meio do ano. Ela não falava com ninguém, evitava olhares e ficava em seu canto. Alguns pensavam que ela era apenas tímida, mas na verdade carregava um passado pesado de sua antiga escola. Ela havia vivido uma história que a havia destruído: ela se apaixonou por um garoto que, depois de ganhar sua confiança, a humilhou. Ele compartilhou suas conversas, a expôs, e rapidamente seu nome virou motivo de piada. Ela não suportava mais os olhares e as zombarias.

Os sussurros a fizeram prometer a si mesma que, ao chegar ali, nunca mais confiaria em ninguém. Ela não queria amigos, nem amor, apenas paz. Mas ignorava que um novo desafio a esperava, e desta vez viria de outra garota. Léna dividia o quarto com uma garota chamada Imane. Desde o início, percebeu que Imane era popular: ria alto, falava com todos, conhecia cada canto do internato. Ao contrário de Léna, Imane parecia à vontade em todos os lugares.

Mas ela não era má; pelo contrário, tinha uma energia que atraía os outros. Nos primeiros dias, Léna se limitava a cumprimentá-la. Ela permanecia fria e desconfiada. Mas Imane não forçava nada. Falava naturalmente, fazia perguntas simples, comentários leves sobre os professores, os outros alunos e a comida do refeitório. Fazia de tudo para criar um ambiente descontraído. Aos poucos, Léna começou a se abrir sem perceber.

Numa noite, quando as luzes do dormitório estavam apagadas, Imane começou a falar mais seriamente. Perguntou por que Léna não se aproximava de ninguém. Léna hesitou, mas acabou respondendo simplesmente: “Não tenho vontade”. Naquela noite, as palavras saíram – não todas, mas o suficiente. Léna contou que havia deixado sua antiga escola por causa de um garoto. Não deu detalhes, mas disse o essencial: foi traída, humilhada e não confiava mais em ninguém. Imane ouviu sem interromper e disse apenas: “Você não é a única. Eu também já fui usada. Eu também quis desaparecer.” Essa frase marcou Léna.

A partir daquele dia, começou a ver Imane de outra forma – uma garota que ria muito, mas talvez escondia suas próprias dores. Léna se sentiu um pouco menos sozinha. Imane percebeu que Léna era frágil, mas principalmente influenciável, e começou a se aproximar de outra maneira. Ela a escutava, tranquilizava e fazia Léna acreditar que era especial.

Imane dizia que ela era bonita, que muitos garotos a olhavam, que podia ter quem quisesse. Parecia elogio, mas na verdade, Imane preparava outra coisa. Uma noite, disse a Léna que a melhor forma de esquecer um garoto era se envolver com outros, que ela não podia ficar bloqueada e devia retomar o controle. Léna sorriu timidamente, sem responder, sem imaginar até onde isso iria, mas sentiu algo mudar em sua mente.

Nos dias seguintes, Imane começou a mudar sutilmente sua atitude. Tornou-se mais insistente e precisa. Dizia a Léna que os garotos do internato a olhavam frequentemente, que falavam dela, que ela transmitia algo diferente. Léna fingia não ouvir, mas por dentro, aquelas palavras a tocavam. Não acreditava totalmente, mas depois de tudo que viveu, ouvir que ainda agradava fazia bem, mesmo sem querer mostrar.

Uma noite, enquanto conversavam, Imane disse: “Há um garoto que te acha muito bonita. Perguntou se podia falar contigo. Eu disse que você é especial, que não se deixa aproximar facilmente, mas acho que isso te faria bem.” Léna não respondeu de imediato, apenas olhou para Imane e baixou os olhos. Não tinha prometido nada, mas também não disse não. No dia seguinte, durante a pausa, um garoto que ela nunca tinha visto se aproximou. Chamava-se Malik.

Ele não era agressivo nem curioso demais. Falou de forma simples. Léna respondeu com algumas palavras hesitantes. A conversa não durou muito, mas foi a primeira vez que falava com um garoto desde seu relacionamento anterior. Quando voltou ao dormitório, Imane a esperava, com aquele sorriso que dizia que já sabia o que tinha acontecido. Ela disse: “Viu? Ele é legal, não? Ele me disse que te acha ainda mais bonita. Se quiser, posso arranjar um momento tranquilo para vocês.” Léna não respondeu.

Dois dias depois, ela aceitou. Não pensou muito; era como se quisesse testar até onde podia ir. Talvez, se ela mesma controlasse a situação, não sofreria mais. Talvez se fosse ela a decidir, tudo seria diferente. O encontro aconteceu numa sala vazia, discretamente, nada violento, nada brusco. Mas depois disso, Léna se sentiu estranha, não suja, nem orgulhosa, apenas vazia.

Imane parecia satisfeita. Logo começou com outro garoto, e depois outro. Sempre encontrava palavras para convencer Léna: “Ele também te quer, é gentil, eu juro, é gentil. Você merece ser admirada.” Léna deixava-se levar, dizia às vezes “não”, mas acabava cedendo. Ela ainda não estava totalmente consciente, mas uma coisa era clara: não avançava mais segundo suas próprias escolhas. Respondia às expectativas que colocavam sobre ela, e quanto mais o tempo passava, mais se afastava de quem realmente era.

O que Léna não sabia era que Imane não fazia nada por amizade. Por trás do sorriso e dos conselhos, ela controlava tudo. Cada garoto que enviava a Léna não era por acaso. Alguns davam dinheiro, outros prestavam favores. Para Imane, era uma troca. Léna não via, ainda acreditava que decidia, mas tudo era guiado nas sombras. Ela se persuadia que aquilo a ajudava a seguir em frente, mas aos poucos sentia algo mudando.

Ela estava menos segura de si, mais ausente, com o olhar perdido. Evitava alguns garotos nos corredores, isolava-se sem motivo. Não falava, apenas suportava. Imane, por sua vez, agia como se tudo estivesse bem, falava de novos garotos, dizia que Léna era admirada e desejada. Léna não ousava sempre dizer “não”, cedendo para não decepcionar, sem entender claramente sua própria direção.

Não era mais um jogo, nem uma revanche. Tornou-se um hábito, um ciclo que não conseguia quebrar, mas guardava tudo para si, achando que devia carregar sozinha. O que ela não sabia é que um olhar diferente logo cruzaria o seu, e esse olhar, pela primeira vez em muito tempo, buscaria apenas a verdade.

Imane sugeriu outro garoto, dizendo que ele era calmo, respeitoso e queria apenas um momento tranquilo. Léna não queria, estava cansada, mas Imane insistiu, mais do que de costume. Léna acabou cedendo para que a deixasse em paz. O garoto se chamava Maël. Quando entrou no quarto, não olhou para ela como os outros. Não tinha olhar pesado, nem sorriso falso. Parecia apenas desconfortável. Léna sentou-se na beira da cama, coração apertado, incapaz de respirar normalmente, tomada por uma espécie de pânico.

Maël a observou por alguns segundos, depois, sem dizer uma palavra, ofereceu um copo de água. Sentou-se um pouco mais longe e disse simplesmente: “Você não precisa. Se quiser, podemos apenas conversar.” Essas palavras pararam tudo. Léna não respondeu, lágrimas encheram seus olhos. Ela desabou, não como uma garota chorando por um garoto, mas como alguém que retinha tudo há muito tempo. Naquela noite silenciosa, contou toda a história – não em detalhes, mas o suficiente para que Maël entendesse a humilhação e a dor que ela tinha vivido.

Depois, Imane chegou com seus conselhos e pressões, mas Léna falou como nunca tinha falado com ninguém. Maël ouviu sem interromper, sem julgar, apenas com atenção. Não a consolou, não prometeu nada, apenas esteve ali. E às vezes, isso é tudo que precisamos.

No dia seguinte, Léna não era mais totalmente a mesma. Ainda não tinha força para acabar com tudo, mas tomou uma decisão simples: dizer não. Quando Imane falou de um novo garoto, Léna recusou, calma, mas firme. Imane a olhou surpresa, sorriu como se não fosse grave, mas no fundo não gostou da mudança. Léna começava a escapar. Nos dias seguintes, ela se afastou lentamente, falava menos com Imane, ficava sozinha com frequência. Encontrava Maël, trocavam poucas palavras, mas aqueles momentos lhe faziam bem.

Imane não ficava em silêncio, voltava sempre com suas frases habituais, mas Léna não reagia mais. Ela havia entendido. Maël não ficou passivo. Viu o que Imane fazia, entendeu o jogo. Uma noite, esperou Léna na saída do dormitório, mãos nos bolsos, falou calmamente, disse que sabia tudo, tinha provas, não deixaria os pequenos caírem e que, se continuasse, iria falar com a administração. Imane não respondeu, mas seu olhar mudou.

Ela não era mais a garota segura de si; era alguém que finalmente percebeu que havia subestimado a pessoa errada. Imane pensou que Maël estava blefando e ignorou seus avisos, sem saber que ele havia reunido todas as provas – mensagens, gravações, até conversas discretas. Um dia, durante a aula, Maël calmamente colocou um pen drive na mesa do supervisor e disse: “Há algo que vocês precisam ouvir. É importante.” Ninguém esperava.

A prova estava clara: Imane organizava tudo, oferecendo Léna a garotos em troca de dinheiro ou favores. Tudo estava registrado. A administração não perdeu tempo. Imane foi convocada e imediatamente expulsa. Após sua saída, a atmosfera mudou. Alguns ainda cochichavam sobre Léna, mas outros mostravam respeito. Ela não estava mais sozinha, e Maël permanecia ali, discreto, presente, sempre que precisava.

Léna se sentia melhor, retomava o gosto pelas coisas simples, respirava de novo. Um dia, enquanto caminhavam pelo pátio, ela parou e disse: “Você me salvou, nunca vou esquecer.” Maël sorriu, um sorriso doce, cansado, como se carregasse algo dentro que não dizia. Dias depois, teve um mal-estar na aula, caiu sem aviso. Os professores chamaram socorro. Léna correu para a enfermaria, mas não pôde vê-lo. Maël foi hospitalizado, estado estável, mas seus pais decidiram retirá-lo do internato para descansar e continuar o tratamento. Partiu sem se despedir.

Léna não recebeu mensagens ou explicações, apenas um vazio, um silêncio inesperado. Apesar da dor, não voltou a se deixar levar. Desta vez, tinha uma base sólida. Graças a Maël, entendeu que podia viver de outra forma, ser ela mesma, sem se vender ou se perder.

Ela voltou a estudar seriamente, participava mais na aula, falava mais com os colegas, recuperava confiança aos poucos. Maël não estava mais presente, mas seu gesto havia mudado tudo. Quebrou a manipulação, a corrente que a prendia, e deixou para Léna o que ela não sentia há muito tempo: paz. Léna não sabia se o veria novamente, mas sabia de uma coisa: não era mais a mesma. Estava de pé, e desta vez, para sempre.

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