Bastidores do Poder: Filhos de Bolsonaro, o PL da Dosimetria e o Xadrez Secreto que Pode Levar Tarcísio a 2026

Nos corredores silenciosos do Congresso Nacional, onde decisões são tomadas longe das câmeras e dos discursos inflamados, um novo capítulo da política brasileira começa a se desenhar. Não se trata apenas de um projeto de lei, nem apenas de uma candidatura futura. Trata-se de um enredo complexo que envolve os filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro, o controverso PL da Dosimetria e a possível candidatura de Tarcísio de Freitas à Presidência da República em 2026. Um jogo de poder, ambições e sobrevivência política.

Desde que deixou o Palácio do Planalto, Jair Bolsonaro passou a atuar mais nos bastidores do que nos palanques. Mas seus filhos — politicamente ativos, experientes no embate público e atentos ao humor da base conservadora — continuaram ocupando espaço central no debate nacional. Flávio, Eduardo e Carlos Bolsonaro, cada um à sua maneira, tornaram-se peças fundamentais na articulação de narrativas, alianças e estratégias que miram o futuro do bolsonarismo.

O PL da Dosimetria, apresentado como uma proposta técnica para ajustar critérios de aplicação de penas, rapidamente ganhou contornos políticos. Para críticos, o projeto abre brechas perigosas; para defensores, trata-se de um avanço necessário para garantir proporcionalidade e segurança jurídica. O fato é que, ao cair no radar da opinião pública, o projeto passou a ser associado diretamente ao clã Bolsonaro, reacendendo debates acalorados nas redes sociais e no Congresso.

Nos bastidores, aliados relatam que o PL se transformou em moeda de negociação. Parlamentares que antes evitavam associação direta ao bolsonarismo passaram a enxergar no projeto uma oportunidade de diálogo. Os filhos de Bolsonaro, experientes no uso das redes e na mobilização de apoiadores, atuaram como pontes entre o discurso público e as conversas reservadas. Nada era dito abertamente, mas tudo era calculado.

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É nesse contexto que o nome de Tarcísio de Freitas ganha força. Governador de São Paulo, ex-ministro e figura vista como mais técnica e menos ideológica, Tarcísio surge como um possível herdeiro político capaz de ampliar o alcance do campo conservador. Para parte da direita, ele representa uma alternativa viável: alguém que mantém vínculos com Bolsonaro, mas dialoga com o centro e com setores do mercado.

Fontes próximas às articulações afirmam que os filhos de Bolsonaro enxergam em Tarcísio uma candidatura estratégica. Não seria uma repetição do passado, mas uma evolução. A ideia seria preservar a base bolsonarista enquanto se constrói uma imagem de estabilidade e competência administrativa. O PL da Dosimetria, nesse cenário, funcionaria como um teste de força e lealdade no Congresso.

As reuniões acontecem longe dos holofotes. Salas discretas, jantares reservados, mensagens criptografadas. Cada movimento é analisado com cuidado. Os filhos de Bolsonaro sabem que 2026 começa agora, e que erros cometidos no presente podem custar caro no futuro. Ao mesmo tempo, precisam lidar com resistências internas, disputas de ego e desconfianças antigas.

Tarcísio, por sua vez, mantém o discurso público focado na gestão estadual. Fala de obras, investimentos e resultados. Mas nos bastidores, segundo relatos, escuta com atenção as análises políticas que chegam de Brasília. Ele sabe que seu nome circula, que expectativas são criadas e que qualquer gesto pode ser interpretado como sinal de ambição presidencial.

O PL da Dosimetria segue tramitando, enfrentando críticas e recebendo emendas. Cada votação, cada parecer, é acompanhado de perto. Para os filhos de Bolsonaro, o projeto se tornou símbolo de resistência e capacidade de articulação. Para adversários, é mais um capítulo de uma disputa maior pelo controle da narrativa política.

Analistas políticos observam que o bolsonarismo passa por um processo de reorganização. Sem o poder formal da Presidência, precisa reinventar suas estratégias. A aposta em Tarcísio de Freitas indicaria uma tentativa de ampliar alianças e suavizar arestas, sem perder a identidade que mobiliza milhões de eleitores.

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O clima é de expectativa. Ninguém anuncia nada oficialmente, mas todos se movimentam. Os filhos de Bolsonaro continuam ativos nas redes, testando discursos e medindo reações. O PL da Dosimetria avança lentamente, mas com impacto simbólico crescente. E Tarcísio permanece no centro desse tabuleiro silencioso, observado por aliados e adversários.

Se 2026 ainda parece distante, nos bastidores do poder ele já começou. E como toda boa história política brasileira, mistura ambição, estratégia, tensão e reviravoltas. O desfecho ainda é incerto, mas uma coisa é clara: o jogo está em andamento, e cada peça movida hoje pode definir o futuro do país amanhã.

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