Brasília tornou-se o palco de um confronto institucional de alta intensidade entre o poder legislativo, representado pelo presidente do Senado, Davi Alcol Columbre, e o poder executivo, liderado pelo presidente Lula. Esta disputa não é um mero desacordo político, mas sim uma tensa demonstração de força que expõe as verdadeiras motivações e as táticas de pressão utilizadas por uma parcela do bloco de poder do Congresso.
O epicentro da crise reside na indicação de Jorge Messias para uma cadeira no Supremo Tribunal Federal. Uma escolha que contrariou os interesses e as expectativas de Alcol Columbre e seus aliados. A insatisfação do presidente do Senado é notória. Ele desejava ardentemente a indicação de Rodrigo Pacheco para a vaga, uma preferência que, segundo analistas, visava garantir maior previsibilidade e afinidade política na mais alta corte do país.
Além disso, Alumbre demonstrou publicamente seu descontentamento por não ter sido consultado pessoalmente pelo presidente Lula sobre a escolha de Messias, considerando a omissão uma falta de cortesia e um desrespeito à sua posição de líder do poder legislativo. Essa combinação de insatisfação pessoal e de disputa por influência culminou em um ato de guerra aberta contra a decisão presidencial.
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O movimento mais dramático de Alcolumbre foi a mobilização ativa de um número massivo de parlamentares para vetar a nomeação de Messias. Fontes em Brasília confirmam que o senador trabalhou arduamente para arregimentar até 50 senadores dispostos a votar contra o nome indicado pelo executivo. É crucial lembrar que o regimento interno do Senado exige apenas 41 votos contrários para que uma indicação ao STF seja rejeitada.
A tentativa de mobilizar 50 votos, ultrapassando em nove o quórum necessário, não é apenas um ato de oposição, mas uma demonstração de força esmagadora que visava intimidar o executivo. O objetivo principal era forçar o presidente Lula a recuar, retirar a indicação de Messias e abrir uma negociação para o preenchimento da vaga, conforme os termos e os interesses do Senado.
Contudo, a resposta do executivo a essa demonstração de poder foi de firmeza absoluta e inteligência estratégica. O presidente Lula e sua equipe de articulação política decidiram não apenas ignorar a ameaça de veto, mas também desmascarar publicamente a chantagem por trás da mobilização dos senadores. O governo, através de vazamentos estratégicos para a imprensa, revelou a lista de reivindicações de Davi ao Columbre.
O documento informal, mas explosivo, provou que a disputa não era por princípios constitucionais ou por qualidade técnica do indicado. A verdadeira pauta de alcolumbre eram cargos estratégicos com poder financeiro. Essa lista de exigências incluía notoriamente a presidência do Banco do Brasil, a presidência do Banco do Nordeste, a liderança do CAD, Conselho Administrativo de Defesa Econômica e a presidência da CVM Comissão de Valores Mobiliários.
Ao tornar públicas essas demandas, o governo Lula conseguiu reposicionar a narrativa. A crise não era sobre a qualificação de Jorge Messias, mas sim uma tentativa de chantagem política para que o centrão obtivesse controle sobre órgãos de fiscalização e bancos estatais cruciais. Lula expôs que o desejo de Alcol Columbre não era a estabilidade da Suprema Corte, mas sim a ampliação de seu poder de influência sobre a economia e mais relevante sobre os mecanismos de controle e fiscalização do sistema financeiro nacional. Essa exposição da
chantagem por cargos estratégicos revela a verdadeira motivação que impulsiona a agressividade política de Alcol Columbre e o desespero do Centrão. A pressão dos 50 senadores atua como um escudo coletivo em um momento de extremo pânico no bloco de poder. O medo é impulsionado pela autonomia da Polícia Federal e pelo avanço de investigações bilionárias que ameaçam prender líderes influentes do Congresso.
As investigações dos casos Banco Master, Refit, refinaria, Manguinhos e Carbono oculto tem demonstrado a fragilidade dos esquemas de financiamento ilícito e a proximidade de figuras do legislativo com o crime de colarinho branco. A busca incessante por cargos como a presidência da CVM e do CAD, órgãos de regulação e combate a crimes financeiros não é uma coincidência.
A Columb, ao tentar obter o controle desses postos, buscava na avaliação de analistas obter alguma forma de blindagem ou influência que pudesse mitigar as consequências das delações iminentes que ameaçam seus aliados. A mobilização de 50 senadores, portanto, era menos um voto contra Messias e mais um grito de socorro e uma tentativa de mostrar força para frear o avanço das investigações que se aproximam perigosamente do seu círculo.
Diante do fracasso da chantagem pública, o executivo utilizou sua contrajogada regimental, transformando a crise de Lula em uma crise de alcolumbre. O governo simplesmente se recusou a enviar a carta oficial do presidente da República ao Senado, impedindo legalmente que a sabatina de Messias fosse pautada.
Essa jogada desarmou a urgência de Alcol Columbri e provou que o executivo tem o controle do timing do processo. Alcolumbre perdeu a iniciativa e foi obrigado a recuar de seu prazo inviável, aceitando que a nomeação só ocorrerá quando o governo tiver total certeza da aprovação do seu indicado. Além disso, Lula reforçou a ameaça de veto a qualquer outro nome que não fosse Messias. O recado foi claro.
Se o Senado rejeitasse Messias, o presidente indicaria outro nome igualmente forte e certamente vetaria qualquer sugestão vinda do grupo de Alcolumbre. Essa postura força o senador a escolher entre a aprovação do nome de Lula, minimizando o desgaste e as consequências futuras, ou o total esvaziamento de sua influência sobre a vaga do STF e consequentemente sobre o executivo.
A derrota de Alcol Columbria é estratégica. Ele mobilizou uma força esmagadora, mas foi vencido pela inteligência regimental e pela exposição de suas reais ambições de poder e controle financeiro. A escalada desse confronto no Senado não é um evento isolado, é parte de um padrão de disputa por recursos e controle que tem caracterizado a relação entre o executivo e o legislativo nos últimos anos.
O poder do centrão se consolidou através do domínio do orçamento e da capacidade de negociar cargos e verbas em troca de apoio. A indicação ao STF, sendo um cargo vitalício e de enorme poder, torna-se a moeda de troca máxima e ao Columbre tentou usá-la para garantir uma fatia desproporcional do poder estatal. No entanto, ao expor a lista de exigências, Lula conseguiu isolar ao Columbre e mostrar que a pressão não era um ato de responsabilidade institucional, mas sim um reflexo de interesses particulares.
A mobilização de 50 senadores não apenas falhou em intimidar o executivo, como também expôs a fragilidade interna do próprio bloco. Um grupo tão grande, coeso apenas pelo interesse em cargos e pela preocupação com as investigações da PF, demonstrou ser vulnerável a manobras regimentais e à transparência. A chantagem só funciona no escuro.

Ao ser iluminada pela exposição pública das demandas, ela perde sua eficácia. A jogada de Lula reverteu o jogo. A pressão que deveria cair sobre Messias e o executivo agora recai sobre Alcol Columbre e os senadores que se uniram a ele por razões que a opinião pública associa à ganância e a autoproteção. A análise de longo prazo indica que essa vitória de Lula terá um impacto significativo na capacidade de barganha do centrão.
Ao demonstrar que não cederá a chantagens por cargos de controle financeiro, o presidente estabelece um novo limite para as negociações. Isso é especialmente relevante no contexto das investigações da PF. A derrota de Alcolumbre na briga pelo STF é um sintoma da perda de controle do centrão sobre as instituições de fiscalização e de justiça, o que aterroriza o bloco.
O pânico de delações é a verdadeira força motriz por trás da agressividade de Alcol Columbre. O senador estava tentando usar a força política do Senado como um escudo desesperado contra o avanço da legalidade. A resistência de Lula em não enviar a carta oficial do executivo ao Senado é um exemplo primoroso de como a paciência e o conhecimento regimental podem derrotar a força bruta da maioria.
O presidente demonstrou que mesmo diante de um placar de 50 votos contra seu indicado, a prerrogativa constitucional do executivo prevalece. Essa postura fortalece a imagem de Lula como um líder que enfrenta o corporativismo e o sistema de barganha, conferindo-lhe uma vantagem política crucial para os próximos anos. A crise no Senado não acabou, mas o primeiro round foi vencido por Lula, que transformou a manobra de Alcol Columbre em uma exposição de sua fragilidade política e de suas intenções questionáveis. A próxima fase do
confronto exigirá mais cautela de alcolumbre, que agora sabe que qualquer movimento será respondido com firme e com a exposição pública de suas