
Todos tinham medo dele. Nenhuma babá aguentava mais de dois dias. O bebê do milionário mordia, chorava e gritava com todos. Mas naquele dia, algo impossível aconteceu. Serena Matos, uma faxineira humilde, com o uniforme ainda molhado de sabão, se aproximou e, em vez de chorar, o bebê a abraçou diante de todos.
E o que aconteceu depois desse abraço? mudou não só o destino do bebê, mas também o coração do milionário Dário Valença. Nossas histórias têm viajado longe. De onde você está assistindo hoje? Compartilhe com a gente nos comentários. Ele é um monstro. Eu não aguento mais. O grito de Patrícia atravessa toda a mansão, fazendo as paredes de mármore parecerem ainda mais frias.
Ela desce as escadas correndo, segurando o braço direito com a mão esquerda. Uma marca vermelha de dentes pequenos marca sua pele clara. Fique com seu filho impossível. Eu me demito. Dário Valença observa a cena do topo da escada principal. Aos 36 anos, ele nunca imaginou que seria humilhado assim dentro da própria casa. Patrícia é a quinta babá do mês.
Todas saíram pela mesma porta. Todas pelo mesmo motivo. Seu filho de 2 anos e meio. Patrícia, espere. Vamos conversar sobre isso. Dário tenta, descendo alguns degraus. Não há nada para conversar. Aquela criança me mordeu três vezes hoje. Três. E quando tentei corrigi-lo, ele jogou tinta nas minhas roupas. Ela para no hall de entrada, virando-se para ele com raiva. Senr.
Valença, eu trabalhei com famílias difíceis antes, mas seu filho, ele é diferente. Patrícia, por favor, o que aconteceu com ele hoje? Dário pergunta tentando manter a calma. O que aconteceu? Eu cheguei aqui de manhã e ele já estava irritado. Quando tentei dar o café da manhã, ele jogou o copo de leite no chão. Quando ofereci brinquedos, ele os atirou na parede.
E quando finalmente pensei que estava conseguindo acalmá-lo, ela mostra o braço novamente. Isso é o que ganhei. Caio aparece no topo da escada, segurando um ursinho de pelúcia. Seus olhos escuros observam a discussão com uma seriedade que não combina com sua idade. Ele não chora, não grita, apenas observa em silêncio. Filho, venha aqui. Dário chama, estendendo a mão.
Caio balança a cabeça e se afasta, sumindo pelo corredor. Viu? Ele não obedece ninguém. Patrícia pega sua bolsa perto da porta. Senhor Valença, eu sei que o senhor está passando por um momento difícil. Todo mundo sabe sobre sua separação, mas isso não é desculpa para deixar uma criança fazer o que quer.
As palavras de Patrícia machucam mais do que Dário gostaria de admitir. Três meses atrás, Isabel, sua ex-esposa, fez as malas e foi embora. Ela disse que não aguentava mais a vida que tinham juntos, que se sentia presa. Deixou Caio para trás, como se fosse apenas mais um móvel da casa. Eu entendo sua frustração, mas Caio está passando por um momento difícil também.
A mãe dele, a mãe dele abandonou vocês. Eu sei, mas isso não significa que ele pode agredir as pessoas. Patrícia interrompe. Senhor Valença, procure ajuda profissional para essa criança e talvez para o senhor também. A porta bate com força, deixando Dio sozinho no hall. Problema resolvido. Dário vira-se e vê Bianca Medeiros descendo as escadas.
Ela usa um vestido de seda azul que combina perfeitamente com seus olhos. Aos 35 anos, Bianca sempre parece estar saindo de uma revista de moda. Bianca, você ouviu tudo isso? Difícil não ouvir. A mulher praticamente gritou pra rua inteira. Ela se aproxima dele, colocando a mão em seu ombro. Dário, você não pode continuar assim. Caio precisa de estabilidade.
Eu sei disso, mas o que você quer que eu faça? Nenhuma babá consegue ficar mais de uma semana aqui. Querido, o problema não são as babás. O problema é que você está deixando uma criança de 2 anos mandar na casa. Bianca fala com a voz suave que sempre usa quando quer convencer alguém de alguma coisa. Ele precisa de limites. Eu tento colocar limites, Bianca, mas ele Mas nada.
Você está com pena dele porque a mãe foi embora. Isso é compreensível, mas não é saudável. Ela caminha até a janela grande da sala. Eu conheço uma agência excelente de babás, profissionais treinadas para lidar com casos difíceis. Já tentei agências. Esta era de uma agência. Então tentamos outra abordagem. Bianca se vira para ele com um sorriso.
Que tal se eu ficasse aqui por alguns dias para ajudar com Caio enquanto você encontra uma solução definitiva? Dário olha para ela surpreso. Bianca, você não precisa fazer isso. Claro que preciso. Somos amigos há anos, Dário. Você me ajudou quando precisei. Agora é minha vez. Ela se aproxima dele novamente.
Além disso, Caio gosta de mim. Você tem certeza? Se eu trabalho na galeria, posso trabalhar de qualquer lugar. O importante agora é você e Caio. Bianca sorri de um jeito que faz Dário se sentir grato por ter uma amiga como ela. Está bem, mas apenas por alguns dias, até eu encontrar uma solução. Perfeito. Bianca beija seu rosto.
Vou buscar algumas coisas em casa e volto ainda hoje. Você vai ver como tudo vai ficar mais fácil. Enquanto Bianca pega suas chaves e vai embora, Dário sobe para procurar Caio. O encontra no quarto, sentado no chão, brincando com blocos de madeira. Quando vê o pai, Caio para de brincar e o encara.
Filho, precisamos conversar sobre o que aconteceu com a Patrícia. Caio não responde, apenas volta a brincar com os blocos. Caio, você não pode morder as pessoas, isso machuca. O menino pega um dos blocos e o atira na parede. O barulho faz Dario suspirar. Por que você faz isso, filho? Dário se senta no chão ao lado dele. O papai só quer que você seja feliz.
Caio para de brincar e olha diretamente para o pai. Por um momento, Dário vê algo diferente nos olhos do filho. Não é raiva ou birra, é tristeza. Uma tristeza profunda que uma criança de do anos não deveria conhecer. No subsolo da mansão, Serena Matos ouve os gritos e balança a cabeça.
Ela esfrega o chão da lavanderia com mais força do que necessário, tentando não prestar atenção no drama que acontece lá em cima. Ricos e seus problemas, ela murmura para si mesma. Aos 29 anos, Serena já aprendeu que os problemas dos ricos são muito diferentes dos problemas dos pobres. Enquanto eles se preocupam com babás que não funcionam, ela se preocupa com as contas que vencem no final do mês.
O som da porta batendo chega até a lavanderia. Mais uma babá que foi embora. Serena seca as mãos no avental e pega a lista de tarefas do dia. Ela tem três quartos para limpar, dois banheiros para esfregar e toda a roupa da semana para lavar. Pelo menos o emprego ainda está aqui. Ela fala sozinha. Uma mania que desenvolveu depois que Fernando a deixou plantada no altar.
Fernando, até hoje, 4 meses depois, só de pensar no nome dele, Serena sente um aperto no peito. Eles estavam juntos há 3 anos. Ela achava que finalmente tinha encontrado alguém que a amava de verdade, alguém que queria construir uma família com ela. Mas na manhã do casamento, Fernando simplesmente desapareceu.
Deixou um bilhete dizendo que não estava pronto para se casar, que precisava de tempo para pensar. Serena ficou sozinha na igreja, vestida de noiva, com 200 pessoas olhando para ela com pena. O pior não foi a humilhação, o pior foram as dívidas, a festa, o vestido, as flores, a igreja. Tudo ficou por conta dela porque Fernando desapareceu. Serena teve que usar todas as suas economias e ainda pegou empréstimo para pagar tudo.
Por isso, ela está aqui limpando a casa de um homem que ganha em um mês o que ela ganha em 10 anos. Não é o trabalho dos sonhos, mas paga as contas. Serena sobe as escadas, carregando uma cesta de roupas limpas. Ela sempre usa as escadas dos fundos, as que os empregados usam.
Dário Valença deixou claro desde o primeiro dia que ela deve ser discreta. Quero que você faça seu trabalho sem chamar atenção. Mantenha-se invisível. Foram as palavras dele quando ela foi contratada. Invisível. Era exatamente isso que Serena queria ser. Depois da humilhação do casamento cancelado, ela não queria que ninguém anotasse.
Queria apenas trabalhar, ganhar seu dinheiro e voltar para casa. Na cozinha, ela encontra Marta, a cozinheira. Mais uma babá foi embora. Marta comenta, tirando legumes da geladeira. Eu ouvi os gritos. Serena coloca as roupas limpas sobre a mesa. O que aconteceu desta vez? A mesma coisa de sempre. O menino mordeu ela. Marta balança a cabeça.
Não sei o que há de errado com aquela criança. Talvez ele esteja com raiva porque a mãe foi embora. Serena sugere. Pode ser. Mas isso não é desculpa para morder as pessoas. Marta começa a cortar as cenouras. O Senr. Dário está desesperado. Não sabe mais o que fazer. Serena separa as roupas por tipo. Algumas são do senor Dário, outras são do menino.
As roupas de criança são pequenas e coloridas, muito diferentes das roupas escuras que ela usa. A senora Bianca vai ficar aqui por alguns dias para ajudar. Marta continua. A senora Bianca, a amiga do senhor Dário, aquela loira que vem aqui direto. Marta faz uma cara de quem não gosta muito do assunto. Ela acha que sabe lidar com criança.
Serena conhece Bianca de Vista, uma mulher bonita, sempre bem vestida, que trata os empregados como se fossem invisíveis. Ela nunca dirigiu a palavra para Serena, nem mesmo um cumprimento. Talvez ela consiga ajudar. Serena diz sem muita convicção. Talvez Marta não parece acreditar nisso.
Aquela mulher só se importa com ela mesma, mas não é da minha conta. Serena pega as roupas e sobe para o segundo andar. Ela precisa guardar as roupas do menino no quarto dele. Sempre faz isso quando ele não está no quarto para não incomodar. Mas quando ela chega no corredor, ouve vozes vindas do quarto de Caio. É Dário falando com o filho. Por que você faz isso, filho? O papai só quer que você seja feliz.
Serena para na porta, sem querer ouvir, mas também sem conseguir se afastar. Há algo na voz de Dário que ela nunca ouviu antes. Não é a voz do patrão rico e arrogante. É a voz de um pai preocupado. Ela espia pela porta entreaberta e vedário sentado no chão ao lado do filho.
Caio está brincando com blocos de madeira, mas de vez em quando olha para o pai com uma expressão triste. Papai tem que trabalhar agora, filho. A tia Bianca vai vir ficar com você. Está bem. Caio não responde, apenas continua brincando. Dário se levanta e sai do quarto. Serena se esconde atrás da parede para ele não a ver. Quando ele desce as escadas, ela entra no quarto para guardar as roupas.
Caio está sozinho, sentado no meio de um monte de brinquedos caros. Ele tem um carrinho na mão, mas não está brincando. Apenas olha pela janela. Oi! Serena diz baixinho. Caio vira-se para ela. Seus olhos são escuros como os do pai, mas há algo diferente neles. Uma tristeza que faz o coração de Serena apertar. Eu vim guardar suas roupas.
Ela explica, abrindo o guarda-roupa. Caio a observa em silêncio, enquanto ela dobra as roupinhas e as coloca nas gavetas. Serena sente o olhar dele nas suas costas, mas não se vira. Ela aprendeu a não dar muita atenção para o filho do patrão. Quando termina, ela se vira para ir embora, mas Caio está em pé na frente da porta. Com licença, ela diz gentilmente. Caio não sai da frente.
Apenas a olha com aqueles olhos tristes. Você precisa sair da frente para eu passar. Serena tenta novamente. Desta vez, Caio se afasta. Mas quando Serena passa por ele, o menino estende a mão pequena e toca o avental dela. Serena para e olha para ele. É a primeira vez que Caio faz qualquer tipo de contato com ela. O que foi? Ela pergunta.
Caio não responde, apenas volta para seus brinquedos como se nada tivesse acontecido. Bianca Medeiros está na frente do espelho do seu apartamento, escolhendo qual vestido usar. Ela vai passar alguns dias na casa de Dário, então precisa escolher roupas que a façam parecer competente, mas também atraente. Finalmente, ela diz para si mesma, sorrindo.
Bianca sempre foi apaixonada por Dário desde que se conheceram na universidade 15 anos atrás. Mas quando ele se casou com Isabel, ela teve que aceitar o papel de melhor amiga. Durante todos esses anos, ela esperou pacientemente que o casamento deles não desse certo. E agora, finalmente, Isabel saiu de cena. Bianca nunca gostou de Isabel.
Achava ela fraca, sem personalidade, alguém que não merecia um homem como Dário. Isabel era bonita, mas não tinha ambição, não tinha a força necessária para estar ao lado de um empresário bem-sucedido. “Ela nunca te mereceu, Dário.” Bianca fala para o espelho enquanto retoca o batom. Quando Isabel foi embora, Bianca fingiu estar preocupada com o amigo.
Ofereceu o ombro amigo, ouviu ele desabafar sobre como se sentia traído e abandonado, mas por dentro ela estava celebrando. Agora ela tem a chance que sempre quis. O único problema é Caio. Bianca nunca teve paciência com crianças, especialmente crianças problemáticas. Mas ela sabe que para conquistar Dário, ela precisa conquistar o filho dele também.
Por isso, ela teve a ideia brilhante, recomendar babás incompetentes para Dário, fazendo com que ele se sinta cada vez mais desesperado e incompetente como pai. Quando ele estivesse no fundo do poço, ela apareceria como a salvadora. Inteligente, não é mesmo? Ela sorri para o espelho. Nas últimas semanas, Bianca recomendou cinco babás diferentes para Dário.
Todas eram jovens, inexperientes ou claramente inadequadas para lidar com uma criança difícil. Ela sabia que nenhuma daria certo, mas fingia estar surpresa toda vez que uma delas desistia. Que pena, Dário. Pensei que esta ia funcionar. Ela sempre dizia com cara de preocupada. Bianca pega suas malas e vai para o carro. O plano está funcionando perfeitamente.
Dário está cada vez mais desesperado e ela está prestes a se mudar para a casa dele. É o primeiro passo para se tornar a nova senhora Valença. Quando chega na mansão, Bianca encontra Dário no escritório ao telefone com alguém do trabalho. Sim, eu sei que a reunião é importante, mas eu preciso resolver essa situação com meu filho primeiro. está dizendo.
Bianca bate levemente na porta e entra. Dário faz sinal para que ela espere enquanto termina a ligação. Está bem. Remarque para a próxima semana. Ele desliga o telefone e olha para ela. Desculpe, mais um compromisso que tive que cancelar por causa da situação aqui em casa. Não se preocupe, é para isso que eu estou aqui. Bianca se aproxima da mesa dele.
Onde está Caio? No quarto. Marta está de olho nele. Ótimo. Então podemos conversar com calma. Bianca se senta na cadeira em frente à mesa. Dário, eu estive pensando sobre a situação do Caio e acho que o problema é que ele não tem uma figura materna estável.
Isabel foi embora há três meses e desde então ele só vê babás diferentes passando pela vida dele. Dário suspira. Eu sei disso, mas o que posso fazer? Não posso trazer Isabel de volta. Claro que não. E sinceramente, Caio é melhor sem ela. Bianca se inclina para a frente. Isabel nunca foi uma boa mãe, Dário. Você sabe disso, Bianca? Não, deixe-me falar.
Isabel sempre foi egoísta. Ela nunca se importou realmente com Caio. Lembra-se de como ela sempre reclamava que ele atrapalhava a vida social dela? Dário não responde, mas Bianca vê que as palavras estão fazendo efeito. O que Caio precisa é de alguém que realmente se importe com ele, alguém que esteja presente de verdade.
Como quem? Como? Bianca dis simplesmente: “Dário, eu sempre gostei de Caio e ele gosta de mim também. Bianca, você é uma ótima amiga. Mas mas o quê? Você acha que eu não seria boa com ele?” Bianca finge estar ofendida. Eu tenho um ótimo relacionamento com Caio. Eu sei que você se importa com ele, mas ele está passando por um momento muito difícil, não é? Exatamente por isso.
Ele precisa de estabilidade. Ele precisa de alguém que não vai embora. Bianca se levanta e vai até a janela. Dário, eu estou oferecendo para ajudar, não apenas por alguns dias, mas pelo tempo que for necessário. Dário a olha surpreso. Bianca, isso é muito generoso da sua parte, mas eu não posso aceitar que você sacrifique sua vida por nós.
Quem disse que é sacrifício? Ela se vira para ele com um sorriso. Dário, você é meu melhor amigo há anos. Caio é como se fosse meu próprio filho. Por que você acha que seria sacrifício cuidar das pessoas que eu amo? As palavras ficam no ar por alguns segundos. Bianca deixou claro o que sente, sem ser direta demais. Eu não sei o que dizer. Dário parece confuso. Não precisa dizer nada agora.
Vamos apenas ver como as coisas funcionam nos próximos dias. Bianca volta para perto dele, mas promete-me uma coisa. Pare de se culpar por tudo isso. Você é um pai maravilhoso, Dário. Caio tem sorte de ter você. Não me sinto assim. Eu sei, mas você é e eu vou provar isso para você.
Neste momento, eles ouvem um grito vindo de cima. É Marta chamando por Dário. Senhor Dário, venha rápido. Dário e Bianca correm para o andar de cima. Encontram Marta parada na porta do quarto de Caio com cara de desespero. O que aconteceu? Dario pergunta. Eu saio por dois minutos para buscar água. Quando voltei, ele tinha quebrado todos os brinquedos e estava tentando subir na janela.
Dário entra no quarto correndo e encontra Caio sentado no parapeito da janela, com os pés balançando para fora. Caio, saia daí. Dário grita, mas sem se aproximar muito rápido para não assustar o menino. Caio olha para o pai, mas não se move. Filho, venha aqui. Isso é perigoso. Dário estende a mão. Bianca observa a cena de longe.
Por um momento, ela imagina como seria simples se Caio simplesmente caísse. Todos os seus problemas estariam resolvidos. Dário seria livre para recomeçar com ela, mas então ela balança a cabeça afastando esses pensamentos terríveis. Ela não é um monstro. Ela só quer ser feliz com o homem que ama.
Três dias depois, Dario está sentado no seu escritório com a cabeça entre as mãos. Na mesa, papéis importantes estão espalhados, mas ele não consegue se concentrar em nenhum deles. Sua secretária acabou de ligar para cancelar mais uma reunião importante, a terceira da semana. Os investidores estão perdendo a paciência e Dário não os culpa.
Como eu posso administrar uma empresa se não consigo nem administrar minha própria casa? Ele murmura para si mesmo. Bianca está na casa há três dias, mas as coisas não melhoraram. Na verdade, Caio está pior. Ontem ele teve três crises de raiva, quebrou dois pratos e mordeu Bianca quando ela tentou dar banho nele.
O telefone toca e Dário atende sem nem olhar quem é. Alô, Dário. É a Bianca. Preciso falar com você. Urgente. O que aconteceu agora? É melhor você vir para casa, Caio. Ele teve outra crise. Dário fecha os olhos. Está bem, estou indo. Ele guarda os papéis na gaveta e pega as chaves do carro. No elevador encontra Roberto, seu sócio.
Dário, onde você vai? A reunião com os japoneses é em uma hora. Preciso cancelar, Roberto. Problema em casa. Roberto suspira de novo. Dário, você não pode continuar assim. Os clientes estão começando a questionar nossa confiabilidade. Eu sei. Me dê mais alguns dias para resolver isso. Alguns dias, Dário.
Faz três semanas que você está cancelando compromissos. E o que você quer que eu faça? Deixe meu filho sozinho? Contrate uma babá competente. Existem agências especializadas em crianças problemáticas. Já tentei cinco babás diferentes. Nenhuma funcionou. Roberto coloca a mão no ombro do amigo. Então, talvez o problema não sejam as babás, Dário. Talvez você precise de ajuda profissional para o Caio.
Dário sabe que Roberto tem razão, mas não quer admitir que seu filho pode precisar de um psicólogo. Caio tem apenas do anos. Como pode uma criança tão pequena ter problemas tão grandes? Quando chega em casa, Dario encontra Bianca na sala com uma compressa de gelo no pulso.
O que aconteceu? Ele me mordeu de novo, desta vez mais forte. Ela mostra o pulso roxo. Dário, eu tentei de tudo. Conversei com carinho, ofereci brinquedos, prometi doces. Nada funciona. Bom, onde ele está agora? No quarto de castigo. Dário sobe as escadas devagar. A porta do quarto de Caio está fechada. Ele bate levemente. Filho, posso entrar? Silêncio.
Darrio abre a porta e encontra Caio sentado no chão, encostado na parede. Seus brinquedos estão espalhados pelo quarto, alguns quebrados. Caio, o que aconteceu com a tia Bianca? O menino olha para o pai, mas não responde. Filho, você não pode morder as pessoas, isso é errado. Caio vira o rosto para a parede. Dário se senta no chão ao lado dele.
Caio, fale comigo. O que está acontecendo? Por um momento, parece que Caio vai dizer alguma coisa. Seus lábios se movem, mas nenhum som sai. Está tudo bem, filho. Você pode falar comigo. Caio olha diretamente para os olhos do pai e sussurra. Mamãe! A palavra atinge Dário como um soco no estômago.
É a primeira vez em semanas que Caio fala e é para perguntar pela mãe que o abandonou. Mamãe foi embora, filho. Lembra mamãe voltar. Dário sente os olhos se encherem de lágrimas. Como explicar para uma criança de dois anos que a mãe escolheu ir embora e não voltar? Não sei, filho, mas o papai está aqui. O papai sempre vai estar aqui. Caio balança a cabeça.
Papai vai embora também. Não, nunca. Papai nunca vai embora, Caio. Papai trabalha. Papai não fica. Dário percebe que para Caio ele também vai embora todos os dias. Para uma criança de 2 anos não há diferença entre ir trabalhar e abandonar. Caio, quando papai vai trabalhar, ele sempre volta todo dia. Mamãe falou que voltava e aí está o problema todo.
Isabel disse para Caio que ia voltar, mas nunca voltou. Agora o menino não confia em ninguém, nem no próprio pai. Dário abraça o filho e, para sua surpresa, Caio não o empurra. Eles ficam assim por alguns minutos em silêncio. Pai, tem que ir embora agora. Caio pergunta baixinho. Não, filho. Hoje papai fica em casa com você. Verdade.
Verdade. Dário pega o celular e liga para Roberto. Roberto, cancele todos os meus compromissos do resto da semana. Vou trabalhar de casa. Dário, você não pode? Posso sim e vou. Meu filho precisa de mim. Ele desliga o telefone e olha para Caio. O que você quer fazer hoje? Pela primeira vez em semanas, Caio sorri.
Mais tarde, quando Bianca vai embora para seu apartamento, ela não está nada feliz. Seu plano estava funcionando perfeitamente até Darrio resolver ficar em casa. Agora ele está passando tempo de qualidade com o filho e isso pode atrapalhar tudo. Ela precisa pensar em uma nova estratégia. Enquanto isso, no subsolo, Serena está dobrando roupas na lavanderia.
Ela ouviu a conversa no quarto de Caio através do interfone que Marta deixa ligado para ouvir se a criança está bem. Pela primeira vez, ela entende porque o menino é tão difícil. Ele não é mau. Ele está com medo. Medo de ser abandonado de novo. Serena conhece esse sentimento. Ela também já foi abandonada por alguém que amava.
Talvez ela e Caio tenham mais em comum do que ela imaginou. Uma semana depois, Dário decidiu trabalhar de casa definitivamente. Ele montou um escritório temporário na sala de estar para ficar perto de Caio enquanto resolve os assuntos da empresa por telefone e computador. Roberto, eu já falei que posso trabalhar perfeitamente daqui.
Dário diz ao telefone enquanto Caio brinca com blocos no tapete da sala. Dário, os clientes querem reuniões presenciais. Não podemos administrar uma empresa por telefone. Dê-me mais algumas semanas para me organizar. Algumas semanas, Dário, você precisa resolver isso. Você precisa voltar ao escritório. Enquanto Dário discute com Roberto, Serena entra na sala carregando produtos de limpeza.
Ela sempre limpa esta sala no meio da manhã, quando normalmente está vazia. Ao ver o patrão ali, ela para na porta sem saber se deve entrar. ou voltar depois. Entre, Serena, não se preocupe comigo. Dário fala, cobrindo o celular. Com licença, senhor. Eu posso voltar mais tarde, ela diz baixinho. Não precisa.
Continue seu trabalho. Serena entra na sala e começa a espanar os móveis. Ela sempre faz isso de forma discreta, tentando chamar atenção. Mas desta vez Caio para de brincar e a observa. O menino nunca prestou tanta atenção nela antes. Normalmente, quando Serena está limpando, ele nem nota a sua presença. Mas hoje ele está diferente.
Roberto, vou ter que te ligar depois. Dário desliga o telefone e observa o filho. Serena continua espanando, fingindo que não percebe que está sendo observada. Ela limpa uma estante de livros, depois passa para as molduras na parede. Sim, senhor. Ela responde automaticamente. Não, senhor.
Caio continua olhando para ela. Há algo diferente no jeito que ele a observa. Não é curiosidade simples. É como se ele estivesse tentando entender alguma coisa. Serena move-se para limpar a mesa de centro. Caio está sentado no chão, bem ao lado da mesa, mas ela trabalha ao redor dele sem pedir para que se mova.
“Você tem filhos, Serena?” Dário pergunta de repente. A pergunta a pega de surpresa. O patrão nunca fez perguntas pessoais antes. “Não, senhor. Gosta de crianças?” Serena para de limpar por um momento. Por que ele está perguntando isso? Sim, senhor. Gosto. Já trabalhou cuidando de crianças? Não, senhor. Sempre trabalhei com limpeza.

Dário observa como Caio está prestando atenção na conversa. O menino ainda não tirou os olhos de Serena. Serena, posso fazer uma pergunta pessoal? Ela fica nervosa. Claro, senhor. Por que você sempre fala, olhando para o chão? A pergunta a deixa sem resposta por alguns segundos. Eu não sei, senhor. É hábito. Eu acho. Você pode olhar para mim quando falamos.
Não há problema nisso. Serena levanta os olhos lentamente e olha para Dário. É a primeira vez que eles se olham diretamente desde que ela começou a trabalhar ali. Caio observa toda a troca de olhares. Para ele é estranho ver uma mulher que não olha para seu pai com aqueles olhos brilhantes que todas as outras mulheres têm. Serena.
Olha para Dário como se ele fosse apenas uma pessoa normal. Melhor assim, Dário sorri. Não precisa ter medo de mim, Serena. Eu não mordo. Eu não tenho medo, senhor. Só tento ser profissional. Entendo. Caio se levanta e vai até onde Serena está limpando. Ele fica parado ao lado dela, apenas observando o movimento do pano na madeira. Caio, não atrapalhe a Serena. Dário diz.
Não tem problema, senhor. Ele não está atrapalhando. Serena continua limpando. Caio estende a mão pequena e toca o pano de limpeza. Serena para e olha para ele. Você quer ajudar? Ela pergunta. Caio balança a cabeça que sim. Está bem, mas com cuidado. Serena molha uma pontinha do pano e entrega para Caio. Assim, devagar. Caio imita os movimentos dela passando o pano na mesa.
Ele está concentrado como se fosse a coisa mais importante do mundo. Dário observa a cena surpreso. É a primeira vez em semanas que vê o filho fazendo alguma atividade sem fazer birra ou quebrar alguma coisa. Ele está gostando. Dário comenta. Crianças gostam de ajudar. Faz elas se sentirem importantes. Serena diz. sem perceber que está dando conselhos para o patrão.
Você parece entender bem de crianças para alguém que nunca cuidou de nenhuma. Serena fica vermelha. Desculpe, senhor. Não era para eu dar opinião. Por que não? Sua opinião me parece muito sensata. Caio termina de limpar sua parte da mesa e olha para Serena, esperando aprovação. Ficou muito bom, Caio. Você é um ótimo ajudante, ela diz.
E pela primeira vez sorri verdadeiramente desde que chegou nesta casa. O sorriso de Serena faz algo estranho acontecer. Caio sorri de volta. Não sorriso forçado ou educado, mas um sorriso genuíno de felicidade. Dário fica chocado. Faz semanas que não vê o filho sorrir assim. Caio, você gostou de ajudar a Serena? Dário pergunta.
Caio balança a cabeça que sim, mas não tira os olhos de Serena. Quer ajudar mais? Caio olha para Serena como se estivesse perguntando se pode. Seu pai deixar, você pode me ajudar a limpar as almofadas, ela diz. Pelo resto da manhã, Caio segue Serena pela sala, ajudando com a limpeza. Ele entrega os produtos para ela, segura o aspirador de pó, dobra os panos de limpeza.
Dário trabalha no computador, mas não consegue se concentrar. está fascinado vendo a interação entre seu filho e a faxineira. É a primeira vez em meses que Caio parece genuinamente feliz. Quando Serena termina a limpeza, Caio fica parado na porta, olhando para ela ir embora. Serena, Dário a chama. Obrigado.
De nada, senhor. É meu trabalho. Não, não é seu trabalho fazer meu filho sorrir, mas você fez isso. Obrigado. Serena não sabe o que dizer. Ela apenas faz um aceno com a mão e sai da sala. Caio continua parado na porta, olhando para onde ela foi. Filho, venha brincar. Mas Caio não quer brincar. Ele quer seguir Serena.
Na tarde seguinte, Bianca decide fazer uma visita de surpresa. Olá, querido. Ela entra na sala onde Dário está trabalhando. Como vocês estão, Bianca? Não sabia que você vinha hoje. Decidi passar aqui para ver como está meu menino favorito. Ela olha ao redor. Onde está Caio? Tirando a soneca. Que bom. Então podemos conversar.
Bianca se senta no sofá. Dário, você não pode continuar trabalhando de casa indefinidamente. Por que não? Está funcionando bem. Está mesmo? E seus clientes, seus compromissos? Dário suspira. Alguns clientes não gostaram, é verdade, mas Roberto está cuidando das reuniões mais importantes. E por quanto tempo o Roberto vai aceitar fazer seu trabalho? Bianca se inclina para a frente.
Dário, você está prejudicando sua carreira por causa de uma birra de criança. Não é birra, Bianca. Caio está passando por um momento difícil. Todos passamos por momentos difíceis. Isso não é desculpa para parar de viver. Neste momento, eles ouvem um choro vindo do andar de cima. Primeiro baixinho, depois mais alto.
Ele acordou. Dário se levanta. Deixe-me ir. Bianca se oferece. Você precisa terminar esse relatório. Dário hesita, mas concorda. Está bem, mas se ele não parar de chorar, me chame. Bianca sobe as escadas com um sorriso no rosto. Finalmente, uma oportunidade de provar que pode lidar com Caio. Mas quando ela abre a porta do quarto, o choro fica mais forte. Oi, meu amor.
A tia Bianca está aqui. Ela se aproxima do berço. Caio está em pé, agarrado às grades com o rosto vermelho de tanto chorar. Quando vê Bianca, ele chora ainda mais alto. Chiu, Chiu, não precisa chorar. Quer que a tia pegue você no colo? Ela estende os braços, mas Caio se afasta para o canto do berço.
Vamos, Caio, pare com essa bobagem. Bianca tenta pegar ele à força. Caio grita mais alto e tenta empurrar as mãos dela. Caio, comporte-se. Bianca fala com voz mais dura. O menino para de chorar por um segundo, mas logo volta a gritar, desta vez mais desesperadamente. Bianca olha para a porta. Dário vai subir a qualquer momento. Se o choro não parar, ela precisa fazer alguma coisa.
Está bem. Você quer brincar? Vamos brincar. Ela pega alguns brinquedos e os oferece para Caio. Mas Caio não quer brincar. Ele quer sair do quarto. Papai! Ele grita entre os soluços. Papai! Papai está trabalhando. Você vai ficar com a tia Bianca. Ela tenta suar doce, mas está ficando irritada.
Bianca não tem paciência para lidar com criança chorando. Ela sempre achou que seria fácil lidar com Caio. Afinal, ela é boa com adultos. Mas crianças são diferentes. Elas não se impressionam com sua beleza ou charme. Caio, se você não parar de chorar, vou contar para seu pai que você foi malcriado. A ameaça só faz Caio chorar mais.
Bianca olha para o relógio. Faz 15 minutos que ela está tentando acalmar o menino e ele só está piorando. Ela pega o celular e começa a rolar as redes sociais, tentando ignorar o choro. “Quando você se cansar de chorar, me avise”, ela diz, se sentando na poltrona do quarto.
Lá embaixo, na sala, Dário ouve o choro constante e fica preocupado, mas decide confiar em Bianca. Talvez Caio precise aprender que não pode ter tudo que quer na hora que quer. Na lavanderia, Serena também ouve o choro. No começo, ela tenta ignorar, não é problema dela. Mas conforme os minutos passam, o choro fica mais desesperado. Ela conhece esse tipo de choro. Não é birra, é desespero.
Serena lembra de quando ela era criança e sua mãe a deixava chorando sozinha no quarto. Para de chorar ou você vai apanhar, sua mãe sempre dizia. O choro de Caio traz todas essas memórias de volta. A sensação de abandono, de não ter ninguém para confortá-la quando estava assustada.
Ela tenta se concentrar no trabalho, mas o choro não para. Na verdade, está ficando mais fraco, como se Caio estivesse perdendo as forças. “Não é da minha conta”, ela murmura para si mesma. “Não é da minha conta. Mas então o choro para completamente e de alguma forma o silêncio é ainda pior. Serena larga o que está fazendo e sobe às escadas dos fundos. Ela sabe que não deveria, mas não consegue se controlar.
Quando chega perto do quarto de Caio, ela ouve Bianca falando ao telefone. Não, ele parou de chorar. Finalmente se acalmou sozinho. Bianca está dizendo. Eu te falei que às vezes é melhor deixar eles chorarem um pouco. Serena espia pela porta entreaberta e vê Caio no berço, exausto, com o rosto vermelho e suado.
Ele não está mais chorando, mas seus pequenos ombros ainda tremem de vez em quando com soluços silenciosos. Bianca está sentada na poltrona, de costas para o berço, totalmente concentrada no celular. Serena sente um aperto no peito. O menino não se acalmou sozinho. Ele apenas desistiu de pedir ajuda. Sem pensar nas consequências, Serena entra no quarto.
O que você está fazendo aqui? Bianca pergunta, aguardando rapidamente o celular. Eu ouvi o choro e vim ver se estava tudo bem. Serena explica, mas seus olhos estão fixos em Caio. Está tudo bem. Ele apenas teve uma pequena birra, mas já passou. Serena olha para Caio no berço. O menino está quieto, mas ela vê que ele não está bem.
Seus olhos estão vermelhos e inchados. E ele tem aquela expressão de quem desistiu de lutar. Ele não parece bem, Serena comenta. Ele está ótimo. Crianças fazem drama por qualquer coisa. Bianca se levanta. Você pode voltar ao seu trabalho agora. Mas Serena não se move. Algo dentro dela não permite que ela vá embora e deixe caio daquele jeito. Posso pegar um copo d’água para ele? Ele parece estar com sede. Não precisa, eu cuido dele.
Bianca bloqueia o caminho entre Serena e o berço. Neste momento, Caio olha diretamente para Serena. Há um pedido silencioso naqueles olhos escuros. Ele não fala, mas está claramente pedindo ajuda. Serena sente o coração apertar. É a mesma expressão que ela havia no espelho quando era criança e ninguém vinha quando ela chorava.
Senora Bianca, eu vou apenas buscar água, não vai demorar um minuto. Eu já disse que não precisa. Bianca fala mais alto do que pretendia. O tom agressivo faz Caio se assustar e começar a chorar novamente, mas desta vez baixinho, como se tivesse medo de incomodar. Pronto, viu o que você fez? Bianca culpa Serena. Agora ele vai começar tudo de novo.
Serena olha para Caio e toma uma decisão que pode lhe custar o emprego. Caio, ela chama suavemente, ignorando Bianca. Você quer água? O menino para de chorar e balança a cabeça que sim. Serena, eu estou mandando você sair deste quarto. Bianca está furiosa, mas Serena não obedece.
Ela se aproxima do berço devagar, como se estivesse se aproximando de um animal ferido. Oi, Caio. Você lembra de mim? Eu sou a Serena. Você me ajudou a limpar ontem, lembra? Caio a observa ainda com lágrimas nos olhos. Mas para de chorar completamente. Você quer que eu pegue você no colo? Para surpresa de Bianca, Caio estende os bracinhos para Serena.
Não, ele não pode sair do berço agora. Ele está de castigo. Bianca interfere. Castigo. Serena não consegue esconder a indignação. Ele tem do anos. Que castigo é esse? Isso não é da sua conta. Você é apenas a faxineira. As palavras de Bianca são cruéis até para ela mesma, mas ela está desesperada para manter o controle da situação, serena, para por um momento, atingida pelas palavras. É verdade. Ela é apenas a faxineira.
Não tem direito de questionar como os patrões tratam o próprio filho. Mas quando olha para Caio novamente, vê que ele ainda está com os braços estendidos para ela, esperando. Eu sei que sou apenas a faxineira. Serena diz, mas ninguém merece ser ignorado quando está pedindo ajuda. Com coragem que não sabia que tinha, Serena pega Caio no colo.
O menino imediatamente se agarra a ela, escondendo o rosto em seu ombro. Serena sente como ele está tremendo, não de frio, mas de alívio. Você não tem autoridade para pegar essa criança, Bianca grita. Bianca, o que está acontecendo? A voz de Dário vem da porta. Ele subiu porque ouviu os gritos. Dário, ainda bem que você chegou.
Essa funcionária sua está tentando interferir com Caio. Ela entrou no quarto sem permissão e pegou ele no colo contra minha vontade. Dário olha a cena, Bianca claramente irritada, serena, segurando seu filho no colo e Caio, agarrado a ela como se sua vida dependesse disso. Serena, o que você está fazendo aqui? Ele pergunta, mas sem agressividade.
Eu ouvi o choro e vim ver se estava tudo bem, senhor. Desculpe, eu sei que não era para eu interferir. Ela não pediu permissão, simplesmente entrou e pegou Caio como se fosse dona dele. Bianca acusa. Dário observa seu filho. Caio está calmo pela primeira vez em horas, agarrado à Serena, como se ela fosse uma boia de salvação.
Caio estava chorando muito. Dário pergunta para Bianca um pouco, mas parou sozinho. Eu tinha tudo sob controle até ela interferir. Quanto tempo ele chorou? Bianca hesita. Não sei. Uns 15 minutos. Talvez. 15 minutos? Dário fica surpreso. Normalmente quando Caio chora por mais de 5 minutos, ele vai verificar. Era apenas birra, Dário.
Às vezes é preciso deixar eles chorarem para aprenderem. Dário olha para Serena, que ainda está em pé com Caio no colo. O menino levantou a cabeça e está olhando para o pai, mas não fez nenhum movimento para ir até ele. Serena, pode me entregar meu filho, por favor? Serena se aproxima de Dário, mas quando tenta passar Caio para ele, o menino se agarra mais forte nela e balança a cabeça que não. Caio, venha com o papai. Dário insiste. Não.
Caio fala baixinho, mas claramente. Dário fica chocado. Filho, viu? Ela fez alguma coisa com ele. Crianças não agem assim sem motivo. Bianca interfere. Mas Dário está começando a entender. Não é que Serena fez algo com Caio, é que ela foi a única que realmente o ouviu quando ele estava pedindo ajuda. Serena, Dário fala devagar.
O que você fez para ele parar de chorar? Eu apenas peguei ele no colo, senhor. Ele parecia assustado. Assustado com o quê? Serena olha para Bianca, depois volta para Dário. Ela não quer criar problemas, mas também não pode mentir. Eu acho que ele se sentia sozinho, senhor. A palavra sozinho fica no ar como uma acusação silenciosa. Darrio olha para Bianca com uma expressão que ela nunca viu antes. Não é raiva, mas algo pior. Decepção.
Bianca, você pode me dar um momento sozinho com meu filho? Dário, eu posso explicar. Por favor, apenas me dê um momento. Bianca hesita, mas não tem escolha. Ela sai do quarto, mas para na porta, tentando ouvir. Serena, sente-se. Dário aponta para a poltrona do quarto. Serena se senta ainda com Caio no colo.
O menino está mais relaxado agora, mas continua agarrado a ela. Conte-me exatamente o que aconteceu, senhor. Eu estava trabalhando na lavanderia quando ouvi o choro. No começo, tentei ignorar porque não era da minha conta, mas o choro continuou por muito tempo e depois parou de repente. Isso me preocupou.
Por que te preocupou, Serena? Hesita porque criança muito pequena não para de chorar sozinha. Ela para quando consegue o que precisa ou quando desiste de tentar conseguir. Dário sente um peso no estômago. E você achou que ele tinha desistido? Sim, senhor. Quando entrei no quarto, a senora Bianca estava no celular e Caio estava no berço, exausto.
Ele não estava mais chorando, mas estava tremendo. E então, então perguntei se ele queria água e ele disse que sim. Perguntei se queria colo e ele estendeu os braços para mim. Dário olha para o filho. Caio está ouvindo toda a conversa, mas parece entender que estão falando sobre ele de uma forma gentil. Caio. Dário fala suavemente.
Você estava com medo? Caio balança a cabeça que sim. Medo do quê? Caio não responde, apenas se esconde no ombro de Serena novamente. Senhor, Serena diz hesitante. Posso falar uma coisa? Claro. Eu acho que Caio não estava fazendo birra. Ele estava tentando dizer que precisava de alguma coisa, mas ninguém estava entendendo.
O que você acha que ele precisava? Serena olha para Caio, depois para Dário. Carinho, senhor. Ele só precisava saber que alguém se importava com ele. As palavras de Serena atingem Dário como um tapa na cara. Ele percebe que nas últimas semanas todas as babás e até mesmo Bianca trataram Caio como um problema a ser resolvido, não como uma criança que estava sofrendo.
Serena, posso fazer uma pergunta pessoal? Claro, senhor. Você tem experiência com crianças que perderam a mãe? A pergunta faz Serena ficar tensa. Eu eu perdi minha mãe quando tinha 5 anos, senhor. Sinto muito. Não precisa, senhor. Foi há muito tempo. Mas você lembra como se sentia? Sim. Serena fala baixinho.
Eu lembro de ter medo de que meu pai também fosse embora. E quando ele trabalhava muito ou chegava tarde, eu achava que ele tinha me abandonado também. Dário entende tudo agora. Caio não é uma criança mimada fazendo birra. Ele é uma criança assustada que acha que vai ser abandonado por todo mundo que ele ama. Caio. Dário chama. Filho.
Olhe para o papai. Caio levanta a cabeça e olha para o pai. Papai nunca vai embora, filho. Nunca. Mesmo quando papai trabalha, ele sempre volta para casa. Sempre. Verdade. Caio pergunta com voz pequena. Verdade. Papai te ama mais que tudo no mundo. E mesmo que às vezes papai precisa trabalhar ou fazer outras coisas, ele sempre volta para você.
Caio pensa por um momento. E Serena? A pergunta pega todos de surpresa. O que tem a Serena, filho? Serena vai embora? Dário olha para Serena, que parece tão surpresa quanto ele. Serena trabalha aqui, filho. Ela vem todos os dias, mas ela vai embora de noite. Sim, ela vai para a casa dela, mas volta no dia seguinte. Como papai? Como papai. Dário confirma. Caio pensa mais um pouco.
Posso dar tchau para Serena quando ela for embora? Dário olha para Serena, que está com os olhos cheios de lágrimas. Se a Serena quiser, você pode dar tchau para ela todos os dias. Eu quero Serena diz rapidamente. Neste momento, Bianca entra no quarto novamente. Dário, vocês já terminaram de conversar? Preciso falar com você sobre Bianca.
Acho melhor conversarmos lá embaixo. Dário interrompe. Por quê? Caio precisa dormir e eu posso ficar com ele. Não. Dário fala firmemente. Serena vai ficar com ele. Serena? Bianca não consegue esconder a surpresa. Dário, ela é a faxineira. Ela é a pessoa que meu filho quer por perto agora. Bianca olha de Dário para Serena, depois para Caio.
O menino está observando tudo, claramente entendendo o que estão falando sobre ele. Dário, podemos conversar em particular? Claro, Serena, você pode ficar com Caio enquanto conversamos? Sim, senhor. Quando Dário e Bianca saem do quarto, Caio imediatamente relaxa. Serena, ele chama. Sim. Você volta amanhã? Vou sim.
Promete? Serena olha para aqueles olhos escuros que carregam tanto medo de abandono e sente o coração apertar. Eu prometo, Caio. Vou voltar amanhã e todos os dias. E pela primeira vez desde que a mãe foi embora, Caio acredita que alguém vai cumprir a promessa. Dário e Bianca descem para a sala em silêncio. Quando chegam lá, Bianca imediatamente tenta se explicar.
Dário, eu sei que pareceu ruim, mas eu estava cuidando dele do meu jeito. Algumas crianças precisam aprender que não podem ter tudo na hora que querem. Dário não responde imediatamente. Ele vai até a janela e fica olhando para o jardim com as mãos nos bolsos. Dário, fale comigo. O que você está pensando? Estou pensando. Ele se vira para ela.
Em quanto tempo Caio ficou chorando sozinho. Eu já expliquei isso. Foi só um pouco. Crianças fazem drama. 15 minutos não é um pouco, Bianca. Estava mais para 10 minutos. E você estava fazendo o que enquanto meu filho chorava desesperadamente? Bianca fica sem resposta por um momento. Eu estava esperando ele se acalmar. Esperando no celular.
Como você sabe que eu estava no celular? Porque Serena te viu e Caio também viu. Bianca percebe que foi pega em flagrante. Está bem. Talvez eu tenha olhado o celular por um minutinho, mas isso não significa que eu não estava cuidando dele. Bianca Dário senta no sofá e faz sinal para ela sentar também. Preciso ser honesto com você.
Sobre o quê? Sobre nós? Sobre o que você espera que aconteça entre nós. Bianca fica tensa. Dário, eu não sei do que você está falando. Não finja, Bianca. Nós nos conhecemos há muito tempo. Eu sei quando você está interessada em alguém. E se estou, isso é crime? Não é crime, mas não é correspondido. As palavras caem como uma bomba entre eles. Bianca fica pálida.
Você não sente nada por mim? Eu sinto muito carinho por você como amiga. Sempre senti, mas nunca foi mais que isso. Nem agora, depois de tudo que Isabel fez com você. Nem agora. Bianca se levanta agitada. Dário, você está confuso. Isabel te machucou, te abandonou. Você precisa de tempo para perceber que existe alguém que realmente se importa com você.
Eu não estou confuso, Bianca, e você não se importa comigo da forma que deveria. Como pode dizer isso? Eu ofereci para cuidar de Caio, para morar aqui, para abrir mão da minha vida por vocês. E por que fez isso? Porque eu amo você. Você ama a ideia de estar comigo. Não é a mesma coisa. Bianca fica em silêncio, respirando com dificuldade.
Bianca, se você realmente se importasse com Caio, você teria percebido que ele não estava fazendo birra hoje. Ele estava desesperado. Todas as crianças fazem birra. Mas você nem tentou entender porque ele estava chorando. Você simplesmente decidiu ignorar. Eu não ignorei. Eu tentei acalmá-lo. Como? Gritando com ele, ameaçando colocá-lo de castigo.
Eu não gritei. Serena ouviu você gritando. Bianca percebe que Darrio acredita mais na versão de Serena do que na dela. Isso a deixa furiosa. Então agora você confia mais na fachineira do que em mim? Eu confio na pessoa que conseguiu acalmar meu filho quando ninguém mais conseguiu. Táo, isso é ridículo.
Você vai escolher uma empregada em vez da sua melhor amiga? Eu não estou escolhendo ninguém, Bianca. Estou escolhendo o que é melhor para meu filho. E você acha que uma faxineira sem educação, sem dinheiro, é melhor para ele do que eu? Eu acho que alguém que se importa realmente com Caio é melhor para ele do que alguém que só finge se importar. Eu não finjo.
Então me explique porque você recomendou cinco babás inadequadas para mim. A pergunta pega Bianca desprevenida. O que você quer dizer? As babás que você indicou, todas eram jovens demais, inexperientes ou claramente inadequadas para uma criança difícil. Por quê? Bianca fica sem palavras.

Como ele descobriu? Você pensou que se nenhuma babá desse certo, eu ficaria desesperado o suficiente para aceitar qualquer ajuda, até mesmo sua ajuda em tempo integral? Isso é uma acusação muito séria, Dário. É uma observação. E agora que penso melhor, faz muito sentido. Bianca percebe que seu plano foi descoberto. Não adianta mais fingir. Está bem. Talvez eu tenha escolhido mal algumas das babás, mas foi porque eu queria provar que podia cuidar melhor de Caio do que qualquer estranha, provando que elas eram inadequadas, provando que ele precisava de alguém que realmente se importasse com ele. Como
Serena se importa? Serena é uma empregada. Ela se importa porque você paga o salário dela. Serena não ganha nada extra para cuidar de Caio. Ela fez isso porque viu uma criança sofrendo e não conseguiu ignorar. Bianca percebe que perdeu. Dário já tomou sua decisão. Então é isso. Você vai escolher a faxineira em vez de mim? Eu não estou escolhendo a Serena Bianca.
Estou escolhendo meu filho e meu filho escolheu ela. Crianças não sabem escolher o que é melhor para elas. Talvez, mas elas sabem quem realmente se importa com elas. Bianca pega a bolsa derrotada. Você vai se arrepender, Dário. Quando ela te decepcionar, quando ela mostrar que está aqui só pelo dinheiro, você vai se arrepender, talvez.
Mas pelo menos vou tentar fazer o que é certo para meu filho. E eu? Nossa amizade não significa nada. Dário suspira. Nossa amizade sempre significou muito para mim, Bianca. Mas amizade verdadeira não inclui mentiras e manipulação. Bianca vai até a porta, mas para antes de sair. Quando tudo isso der errado, não venha me procurar.
Depois que ela sai, Dário fica sozinho na sala pensando. Ele sabe que pode estar cometendo um erro. Serena é apenas a faxineira, não tem experiência com crianças, não tem formação para cuidar de Caio. Mas quando ele sobe as escadas e vê pela porta entreaberta, Serena, lendo um livro para Caio, que está dormindo tranquilamente em seu colo, ele sabe que fez a escolha certa.
Às vezes, o coração sabe coisas que a mente não consegue entender. Na manhã seguinte, Serena chega ao trabalho, como sempre, às 7 horas. Ela ainda está processando tudo que aconteceu no dia anterior. Pela primeira vez, desde que começou a trabalhar ali, ela se sente parte daquela casa, não apenas uma funcionária invisível.
Quando ela entra pela porta dos fundos, encontra Dário na cozinha fazendo café. Bom dia, Serena. Bom dia, senhor Serena, preciso falar com você sobre ontem. O coração de Serena dispara. Ele vai demiti-la. Ela sabia que interferir com Caio teria consequências. Senhor, eu quero pedir desculpas por ter interferido. Eu sei que não era meu lugar. Não, Dio interrompe. Você não precisa pedir desculpas. Você precisa me escutar.
Serena fica em silêncio, preparada para o pior. Serena, o que você fez ontem? Você salvou meu filho, senhor. Caio não estava fazendo birra, ele estava pedindo ajuda e você foi a única que ouviu. Serena sabe o que dizer. Por isso, eu gostaria de fazer uma proposta para você.
Que tipo de proposta, senhor? Eu gostaria que você cuidasse de Caio, mas eu já cuido da limpeza da casa, senhor. Se quiser, posso incluir o quarto dele na minha rotina. Não, Serena. Eu não estou falando de limpeza. Estou falando de cuidar dele como uma babá, uma governanta. Serena fica surpresa. Senhor, eu não tenho experiência. Você tem algo melhor que experiência. Você tem amor.
Mas eu não entendo de educação infantil, de desenvolvimento de criança. Serena. Dário se aproxima dela. Meu filho mordeu cinco babás com formação em educação infantil, mas com você ele sorri. Senhor, eu não sei se seria adequado. Por que não? Serena hesita.
Como explicar que ela tem medo de se apegar? Como explicar que depois do abandono de Fernando, ela prometeu a si mesma que nunca mais se colocaria em uma posição vulnerável? Eu eu tenho medo de não ser boa o suficiente para ele. Serena, ontem você entrou em um quarto onde meu filho estava desesperado, ignorou uma mulher que estava gritando com você, arriscou seu emprego e pegou uma criança no colo simplesmente porque ela precisava de carinho.
Se isso não é ser boa o suficiente, eu não sei o que é. Serena sente os olhos se encherem de lágrimas. O que exatamente o senhor está me propondo? que você seja a cuidadora principal de Caio. Eu aumentaria seu salário, claro. Você continuaria morando na sua casa, mas estaria aqui durante o dia para cuidar dele enquanto eu trabalho. E a limpeza da casa. Contratarei outra pessoa para isso. Ou talvez Caio possa continuar ajudando você com algumas tarefas. Dário sorri.
Ele adorou limpar ontem. Serena pensa por um momento. É uma oportunidade incrível, mas também assustadora. Senhor, posso fazer uma pergunta? Claro. Por que eu? O senhor nem me conhece direito. É verdade. Eu não conheço você direito, mas Caio conhece e ele te escolheu. Neste momento, eles ouvem passinhos pequenos na escada. Caio aparece na porta da cozinha, ainda de pijama, com o cabelo bagunçado de sono.
Quando vê Serena, seu rosto se ilumina. Serena, você voltou? Eu voltei, sim. Caio corre até ela e levanta os braços. Serena o pega no colo automaticamente. Você vai ficar hoje? Vou ficar o dia todo. Serena olha para Dário, que balança a cabeça, que sim, vou ficar o dia todo. E amanhã, amanhã também.
Caio sorri e abraça Serena forte. Eu gosto de você, Serena. Eu também gosto de você, Caio. Dário observa a cena e sente uma sensação estranha no peito. Não é apenas alívio por ter encontrado alguém que Caio aceita, é algo mais profundo. Então, Serena, aceita minha proposta? Serena olha para Caio em seus braços, depois para Dário. Ela sabe que está prestes a mudar sua vida completamente.
Não será mais apenas uma funcionária invisível. será responsável por cuidar de uma criança que perdeu a mãe e tem medo de ser abandonada novamente. É uma responsabilidade enorme, mas quando olha para os olhos de Caio, ela vê algo que a comove profundamente, confiança.
Caio confia nela e talvez seja a hora de ela confiar em si mesma também. Eu aceito, senhor. Ótimo. E serena. Sim, você pode me chamar de Dário. Acho que formalidades desnecessárias não combinam mais conosco. Serena sorri tímidamente. Está bem, Dário. Papai Caio chama. Sim, filho. Agora eu não preciso mais de babá, né? Eu tenho Serena. Dário e Serena se olham e riem.
É verdade, filho. Agora você tem Serena. E pela primeira vez em muito tempo, aquela casa parece realmente um lar. Três meses depois, Caio não morde mais ninguém. Ele brinca, ri, fala normalmente e está aprendendo a ler com Serena. Dário conseguiu voltar a trabalhar presencialmente, sabendo que seu filho está em boas mãos.
E Serena descobriu que às vezes as melhores coisas da vida vêm quando menos esperamos. Ela entrou naquela casa como uma fachineira invisível, com o coração partido por um homem que a abandonou, mas encontrou algo que nem sabia que estava procurando. Uma família. Uma família que a escolheu tanto quanto ela escolheu eles.
E embora ainda seja cedo para saber o que o futuro reserva para Dário e Serena, uma coisa é certa: Caio nunca mais se sentirá abandonado. Porque algumas pessoas entram em nossas vidas para ficar e Serena veio para ficar. E então, o que achou da história? Deixe sua opinião nos comentários. Adoramos saber o que você pensa.
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