Preparem-se para a notícia que está destruindo os alicerces do bolsonarismo e expondo a hipocrisia e o pragmatismo podre dos seus líderes religiosos e jurídicos. O presidente Lula, com um golpe de mestre na articulação política, não apenas garantiu o nome de Jorge Messias para uma cadeira no Supremo Tribunal Federal, como conseguiu o apoio público de figuras que deveriam ser seus inimigos ferrenhos.
Silas Malafaia e o ministro terrivelmente evangélico André Mendonça. Esta manobra é a prova de que o jogo virou definitivamente e que o ex-presidente Jair Bolsonaro está mais isolado do que nunca, abandonado até por aqueles que ele indicou para a mais alta corte do país. O xadrez de Lula é de mestre e ele está usando as regras do próprio sistema para virar a mesa e garantir que a mais alta corte do país tenha um perfil alinhado à defesa da democracia e crucialmente alinhado à letra da lei que vai inevitavelmente condenar o clã Bolsonaro à prisão. Lula

jogou com inteligência cirúrgica, aprendendo a lição amarga dos seus 580 dias de prisão. A lealdade é fundamental. Ele ignorou a pressão incessante da grande mídia, que fazia campanha por nomes da direita e do centrão fisiológico, como o senador Rodrigo Pacheco e o ministro do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas.
A imprensa, como sempre, queria impor um nome que fosse aceitável para o mercado e, mais importante para as oligarquias que sempre mandaram no país. Mas o presidente manteve sua confiança em Messias, seu advogado geral da União, o homem que está na trincheira da defesa do governo e que tem o perfil ideológico que o STF precisa para se defender de novos ataques golpistas.
O burburinho da imprensa com a famosa colunista chorando publicamente o timing da indicação que ela classificou como um desrespeito por ter sido em dia de celebração negra. É a prova cabal de que a escolha de Lula foi a mais acertada. Se a direita e a grande mídia reclamam, é porque a esquerda venceu e a decisão foi ideologicamente correta e estrategicamente perfeita.
A escolha de um homem branco no dia da consciência negra foi um cálculo frio para irritar a imprensa que nunca aceitaria Messias em dia algum, pois o nome que queriam era o de um amigo do centrão. O que torna essa vitória ainda mais espetacular é a aliança subterrânea que se formou no Senado para garantir a aprovação de Messias.
Malafaia já prometeu trabalhar nos bastidores para garantir os 41 votos necessários. Mas o choque de realidade e a hipocrisia de alto nível vende dentro do próprio STF. André Mendonça, o homem que Bolsonaro escolheu pessoalmente por sua fé, o chamado terrivelmente evangélico, está traindo o bolsonarismo abertamente. Ele está se dispondo a fazer o famoso beijam junto com Messias nos gabinetes dos senadores evangélicos e conservadores, implorando pela aprovação do candidato de Lula.
Mendonça, que chegou ao Ministério da Justiça de Bolsonaro por pura indicação religiosa de Michele Bolsonaro e que já teve posições de esquerda no passado, sendo funcionário no governo Dilma, prova que o que move essa elite evangélica não é a ideologia, mas a sociedade secreta da fé. Para os caciques evangélicos, os bilionários da fé que se tratam como membros de uma maçonaria financeira, o que importa não é a ideologia de esquerda ou direita.

Eles fingem que isso não faz diferença, desde que o nome seja da irmandade. Eles vão apoiar Messias porque ele é evangélico, pouco importando que ele seja, disparado, o advogado geral da união, mais à esquerda da história recente do Brasil pós-ditadura. Messias é o jurista que lutou para taxar os mais ricos, defendeu os direitos dos trabalhadores e se opôs às grandes corporações, o que o torna um inimigo natural da direita econômica.
Mas essa aliança espúria, onde o evangélico de esquerda se une ao evangélico de direita para garantir um assento no STF, é a manobra perfeita de Lula. Ele garante um nome de confiança e, ao mesmo tempo, quebra a frente evangélica da oposição, expondo a fragilidade moral dos líderes que se vendem por um cargo ou por um favor político na alta corte.
O preço da lealdade ao bolsonarismo para Mendonça não vale o risco de indisposição com o novo governo. E no meio dessa articulação vitoriosa, Lula ainda conseguiu impor uma derrota humilhante ao centrão e ao seu líder no Senado. O presidente do Senado, Davi Alcol Columbre, que por anos se revesou com Rodrigo Pacheco no comando da casa, queria impor o nome do próprio Pacheco para o STF.
A Columbri, eleito com menos de 1 milhão de votos pelo Amapá, queria tirar a prerrogativa do presidente da República para indicar um amigo de direita, alguém que, se estivesse no STF na época da Lava-Jato, teria sido um lava-jatista que prendia sem provas e feria a Constituição. Lula, com a frieza de um estrategista, disse não a Pacheco.
Ele não cometeria o erro do passado de indicar alguém que finge ser progressista, mas que na hora H se alinha com o golpe, como fizeram Barroso e Faxim em seus momentos mais infames na Lava-Jato. A indicação de Messias é uma declaração de que agora tem que ser de esquerda. E de fato, a recusa de Lula em indicar Pacheco irritou profundamente Davi al Columbre, que reclamou publicamente de traição, e disse que não falaria mais com o líder do governo, Jaques Wagner.
Mas essa birra política não tem futuro. A Columbre está encurralado. Ele precisa ser reeleito e crucialmente precisa do apoio de Lula e do governo para garantir a exploração de petróleo na margem equatorial. Os royalties desse petróleo renderão trilhões e vão enriquecer o Amapá, o estado de Alcolumbre. Lula fez o cálculo correto.
Pode irritar o presidente do Senado momentaneamente, mas a sua vitória é garantida no final, pois o interesse financeiro e político de Alcol Columbre, na parceria com o governo, é muito maior do que sua birra pessoal. Lula usa a economia para impor a política. Enquanto Lula articula no mais alto nível, no campo bolsonarista, o cenário é de terra arrasada, choro e completo desespero.
Jair Bolsonaro já está preso e a solidão é sua única companhia. O abandono de Mendonça e Malafaia é o espelho do que acontece em todo o movimento. O isolamento é total. A histeria da família e dos seus aliados nas redes sociais é a prova do seu completo abandono. O filho Carlos Bolsonaro faz um melodrama patético e nojento, postando sobre as noites torturantes do pai e usando a imagem do sobrinho, filho de Eduardo, para gerar comoção.
Ele escreve frases dramáticas sobre o propósito de matar Jair Bolsonaro e de ferir o psicológico do ex-presidente, tentando transformar a prisão legal em um ato de tortura. A farsa, contudo, não se sustenta. O senador Magno Malta, em um momento de descuido ou embriaguez, gravou um vídeo fora do script de drama, onde garantiu que Bolsonaro está muito bem e cheio de energia, desmentindo publicamente a narrativa de tortura psicológica de Carlos.
A hipocrisia de Carlos é ainda mais nojenta quando se lembra que ele fala em saudade do sobrinho, mas ignora o seu próprio filho nos Estados Unidos. que ele nunca foi visitar e cujo nascimento nem sequer presenciou. é um homem sem moral que tenta usar a miséria da situação para fazer proselitismo político. O que ele descreve como tortura é o estado de direito agindo, o mesmo estado de direito que ele tentou destruir.

E o autor deste roteiro torce para que as noites de Bolsonaro sejam realmente torturantes, em contraste com o sofrimento e a morte por asfixia que as vítimas da Covid-19 enfrentaram, enquanto Bolsonaro ironizava a vacina e o medo. O isolamento político de Bolsonaro é tão profundo que até os aliados mais fiéis, como os de Santa Catarina, já estão pensando em outros nomes e rejeitam as indicações do ex-presidente para o Senado.
O bolsonarismo está se desfazendo em lágrimas e falsos dramas. Messias, um ministro de perfil técnico e de esquerda, não terá escrúpulos em agir com a letra da lei nos julgamentos futuros do ex-presidente. Mendonça, ao ajudar Lula, está garantindo que a cadeira de Messias será ocupada por alguém que não terá medo de aplicar a lei contra seu ex-padrinho político.
Bolsonaro está sendo jogado no lixo da história, abandonado por seus aliados, traído por seus indicados e massacrado por um Lula que aprendeu a jogar o jogo do poder com maestria. A justiça tarda, mas não falha. E o choro bolsonarista é o nosso rico.