Coronel viúvo foi pego com seu escravo — você não vai acreditar no que aconteceu!

Naquela noite sem lua, quando o vento trazia o cheiro da cana queimada e o gemido dos monjolos euava pelo vale, o Coronel Vitorino Almeida da Silva encontrou nos olhos de Benedito algo que jamais ousara nomear. E sua alma de Senhor se partiu entre o poder e o desejo, entre a lei dos homens e a verdade do coração.

E se essa história te prender o coração, já deixa teu like e se inscreve para não perder o próximo capítulo. Porque o que vais ouvir aqui não está nos livros, mas na memória do vento que ainda assopra nos canaviais. Era o ano de 1847 e a fazenda Santa Cruz do Vale Fundo, nos arredores de Vassouras, erguia-se como um império de cal e açúcar, onde o coronel Vitorino, homem de 43 anos, viúvo, havia cinco invernos, reinava com mão de ferro sobre 200 almas cativas e 3.000 braças de terra.

Benedito tinha 27 anos quando chegou ao engenho, trazido do mercado de Valongo, numa leva de africanos alto como jamais se vira naquelas bandas, com ombros largos que pareciam esculpidos na madeira de jacarandá, olhos profundos como poços ancestrais e uma dignidade que nem os grilhões conseguiam quebrar. O coronel ou viu pela primeira vez no pátio da Casagre, sob o sol inclemente de janeiro, e sentiu algo estranho apertar seu peito, uma vertigem que atribuiu ao calor excessivo da estação.

Mandou que o levassem para trabalhar na moeda, longe de seus olhos. Mas a imagem daquele homem o perseguia nas noites silenciosas, quando a solidão da alcova se tornava um tormento maior que qualquer chicote. Benedito não falava muito. Guardava suas palavras como quem guarda ouro, mas seu trabalho era forte e preciso.

Suas mãos grandes transformavam a cana em garapa com uma força que impressionava até o feitor mais calejado, e sua presença na cenzala trazia uma estranha paz aos outros cativos, como se carregasse consigo alguma proteção invisível dos orixás que atravessaram o oceano em sua memória. O coronel começou a inventar razões para chamá-lo a casa grande.

Primeiro para carregar sacos de açúcar, depois para consertar uma porta, para aparar a lenha do fogão, para buscar água do poço mais distante, qualquer pretexto que lhe permitisse tê-lo por perto, observar o suor que descia por sua testa, ouvir sua respiração forte depois do trabalho, sentir sua presença preenchendo o vazio que a morte de dona Amélia havia deixado, embora soubesse que aquele vazio era de outra natureza, um abismo que se abria dentro dele e que que a sociedade, a igreja e a própria lei chamavam de pecado abominável. As

semanas se tornaram meses e o coronel se via cada vez mais perturbado. Acordava no meio da noite com o coração disparado. Sonhava com mãos fortes sobre sua pele, com uma liberdade que jamais conhecera, apesar de todo o seu poder, e durante o dia, evitava o olhar de padre Honório, que vinha toda sexta-feira jantar na Casa Grande e falava sobre a virtude e a retidão dos homens de bem.

Benedito sabia porque os olhos não mentem e o corpo fala uma língua mais antiga que as palavras. sabia do tormento que causava naquele homem branco, que tinha poder de vida e morte sobre ele, e guardava esse conhecimento com a mesma descrição com que guardava tudo mais, porque sabia também que esse tipo de verdade podia ser mais perigosa que qualquer rebelião.

Foi numa noite de junho, quando o frio cortava a pele e o céu estava coberto de estrelas, como diamantes espalhados sobre veludo negro, que o coronel mandou chamar Benedito à biblioteca, dizendo ao feitor que precisava de ajuda para mover uns baús pesados. A casa grande dormia. Apenas as velas tremulavam, lançando sombras dançantes nas paredes forradas de livros que o coronel nunca lia.

E quando Benedito entrou, ainda com o cheiro da terra e do trabalho impregnado em sua pele, o coronel sentiu que tinha chegado ao limite de sua resistência, que todo o edifício de sua vida, construído sobre convenções e aparências, estava prestes a desmoronar. Eles ficaram parados um diante do outro, separados por metros que pareciam légoas, o senhor e o escravo, o branco e o negro, e entre eles pulsava algo maior que todas as leis do império, maior que o medo, maior que a vergonha.

O coronel deu um passo à frente, as mãos tremendo, e disse com voz rouca que Benedito era diferente dos outros, que havia nele algo que o perturbava profundamente. E Benedito, com aquela serenidade que vinha de muito longe, de terras onde os homens conheciam outros deuses e outras verdades, respondeu apenas que entendia, que também sentia, mas que eles viviam num mundo que não perdoava esse tipo de entendimento.

Quem ouvia aquela história não conseguia ficar indiferente, assim como você não deve ficar. Se essa história te tocou, deixa teu like para ela não ser esquecida, porque o que aconteceu naquela biblioteca, na noite fria de junho de 1847, mudaria o destino de ambos para sempre. O coronel estendeu a mão, tocou o braço de Benedito e naquele contato sentiu uma corrente elétrica atravessar seu corpo inteiro, todos os anos de solidão e negação concentrados naquele instante.

E Benedito não recuou. Seus olhos encontraram os olhos do coronel com uma intensidade que falava de continentes perdidos, de liberdades roubadas, de uma humanidade que as correntes nunca conseguiram prender. Eles se tornaram amantes naquela noite, no silêncio cúmplice da biblioteca, enquanto lá fora o mundo dormia ignorante do pecado e da redenção que aconteciam entre aquelas paredes.

E o coronel descobriu nos braços de Benedito uma ternura que jamais conhecera, uma entrega que o poder nunca lhe dera. E Benedito, por sua vez, encontrou não um senhor, mas um homem quebrado, vulnerável, tão prisioneiro quanto ele mesmo, embora de correntes invisíveis. Os meses seguintes foram uma dança perigosa entre o público e o privado.

O dia e a noite, o coronel continuava sendo o senhor implacável diante dos outros. mandava açoitar os que falhavam no trabalho. Vendia família, separando mães de filhos, mantinha a ordem cruel que o sistema escravocrata exigia. Mas nas noites secretas, quando mandava buscar Benedito, sob pr pr pr pretextos cada vez mais frágeis, ele se despojava de todo o poder e se entregava como um náufrago, que finalmente encontra a terra firme.

Benedito jamais confundiu amor com liberdade. sabia que aqueles momentos roubados à escuridão não mudavam o fato de que pela manhã ele voltaria a ser propriedade, que o homem que o beijava à noite era o mesmo que tinha o poder de mandá-lo para o tronco se quisesse, mas aceitava aquela contradição porque era tudo o que tinha, porque mesmo nas sombras havia uma luz e porque estranhamente havia crescido nele um sentimento que não conseguia nomear por aquele homem atormentado, que chorava às vezes em seus braços.

A situação não podia durar para sempre. E foi sim a Mariana, prima viúva do coronel, que vivia na casa Grande e cuidava dos arranjos domésticos, quem primeiro desconfiou? Notou os olhares, os chamados noturnos, a mudança sutil no comportamento do primo e uma noite seguiu o som de vozes abafadas até a biblioteca, colou o ouvido na porta e ouviu o que confirmou suas suspeitas mais terríveis.

Ela não disse nada naquele momento. Guardou o segredo como uma arma. Esperou a oportunidade certa, porque sabia que uma acusação daquelas poderia destruir não apenas o coronel, mas toda a família, manchar o nome dos Almeida da Silva para sempre. Mas também sabia que o poder daquele conhecimento lhe dava uma vantagem que pretendia usar quando necessário.

O padre Honório, homem sagaz que não chegara aos 60 anos de batina por ser tolo, também começou a notar algo estranho nas confissões do coronel, nas suas evasivas, no tormento que transparecia em seus olhos quando falava sobre tentações e fraquezas da carne. E numa tarde de agosto, depois de jantar farto regado a vinho do porto, o padre resolveu sondar o terreno.

Falou sobre os pecados contra a natureza, sobre Sodoma e Gomorra, sobre os tormentos do inferno, reservados àqueles que se desviavam do caminho de Deus, que observou atentamente a palidez que tomou conta do rosto do coronel. A tensão crescia como nuvens negras antes da tempestade e Benedito sentia no ar cheiro do perigo.

avisou o coronel que precisavam ter mais cuidado, que os escravos também falavam, que o feitor Joaquim Torto andava olhando para ele com uma desconfiança perigosa, mas o coronel, cego de paixão e desespero, não conseguia imaginar sua vida sem aqueles encontros noturnos, sem aquele refúgio onde podia ser apenas ele mesmo, sem máscaras nem títulos.

Foi numa noite de setembro, quando a lua cheia iluminava o canavial como prata derretida, que tudo desmoronou. Sim, a Mariana, movida por inveja e rancor de sua própria solidez e pelo medo de ver a fazenda cair em desgraça, procurou o padre Honório e contou tudo. Cada detalhe sórdido que sua imaginação conseguiu construir a partir dos fragmentos que ouvira.

que o padre, esmagado pelo peso daquela revelação, sabia que tinha em mãos uma informação que podia destruir um homem, mas que também, pela lei de Deus e dos homens, não podia ser ignorada. O coronel foi confrontado na manhã seguinte na presença do padre de Siná Mariana e do capitão Moraes, delegado de polícia e amigo de longa data.

E diante da acusação, o coronel não negou, apenas baixou a cabeça e disse que era verdade, que havia cometido o pecado mais abjeto, mas que amava Benedito de uma forma que eles jamais compreenderiam. E aquela confissão caiu sobre os presentes como um raio. O capitão Morais, homem da lei e dos costumes, disse que não tinha escolha, que precisava prender o coronel e que Benedito seria vendido imediatamente, mandado para longe, para uma fazenda no sertão da Baia, de onde jamais voltaria.

Mas o coronel, num último gesto de amor e desespero, ofereceu uma alternativa. Disse que assinaria a carta de alforria de Benedito, que lhe daria dinheiro suficiente para começar uma vida nova longe dali, e que ele mesmo se retiraria da sociedade, iria para um mosteiro em Minas Gerais, onde viveria o resto de seus dias em penitência.

Benedito foi chamado à Casa Grande pela última vez. encontrou o coronel de olhos vermelhos, envelhecido 10 anos numa só noite, e recebeu das mãos trêmulas do homem que amara o papel, que o tornava livre, junto com uma bolsa de moedas de ouro e a ordem sussurrada de que fugisse, que fosse para o Rio de Janeiro, que vivesse a vida que sempre lhe foi negada.

Eles se olharam pela última vez, não puderam se tocar porque os outros observavam, mas naquele olhar estava tudo, toda a ternura impossível, todo o amor proibido, toda a injustiça de um mundo que os condenava por sentirem o que sentiam. E Benedito saiu da casa grande como homem livre, mas com o coração partido em pedaços.

O coronel Vitorino Almeida da Silva partiu três dias depois para o Mosteiro de Caraça, onde viveu mais 17 anos em silêncio e oração, e morreu numa manhã de inverno de 1864. Sussurram que com o nome de Benedito nos lábios, que a fazenda Santa Cruz do Vale Fundo foi administrada por Sim Mariana, até ser vendida anos depois, e de Benedito nunca mais se soube.

Dizem que foi visto no Rio de Janeiro trabalhando como carpinteiro. Dizem que embarcou num navio para a África em busca das raízes que lhe foram arrancadas. Dizem que viveu até a idade avançada e contava histórias sobre um amor impossível numa época cruel, mas ninguém sabe ao certo, porque a história dos oprimidos raramente fica registrada nos livros, apenas no vento que sopra sobre os canaviais e na memória daqueles que ousam lembrar.

E se essa história fez teu coração bater mais forte, vai agora lá no canal e se inscreve para conhecer as outras vozes que o tempo tentou calar. Porque cada like, cada inscrição é uma forma de manter viva a memória daqueles que amaram contra todas as leis, que resistiram contra todas as correntes, que provaram que mesmo na escuridão mais profunda da opressão, o coração humano encontra maneiras de brilhar. Ah.

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