Quando o Carro de Uma Bilionária Quebrou, Ela Não Imaginava Que Seria Consertado Por Um Velho Conhecido Da Escola—A Reviravolta Inesperada Que Mudou Tudo!

Clareire Bennett não costumava dirigir sozinha, mas hoje ela precisava desaparecer. Ela havia escapado de uma sala de reuniões cheia de homens duas vezes mais velhos que ela, dispensado sua assistente, ignorado a segurança e se colocado atrás do volante do conversível preto de seu falecido pai. Pela primeira vez, ela queria silêncio. Sem toques de calendário, sem entrevistas, sem declarações prontas sobre a mais recente aquisição da Bennett Global. A viagem de duas horas até a cabana da família à beira de um lago no interior de Nova York deveria ser uma pausa rara, uma fuga antes que outra onda de manchetes surgisse. Mas, por volta de Hollow Creek, o motor do carro começou a falhar, depois engasgou e, finalmente, parou de vez.

Clare se recostou no banco de couro, sem expressão. Claro, sem sinal, sem carregador, e ninguém por quilômetros. Ela desceu do carro, os saltos afundando um pouco no cascalho, os braços cruzados contra o vento. O mundo ao redor parecia silencioso demais, só árvores de pinho, céu e o cheiro do outono. Após alguns momentos de frustração, ela viu. Uma placa de madeira pintada à mão na beira da estrada: “Walker’s Auto, 3 km”.

Jake Walker estava com os cotovelos imersos em um velho caminhão Ford quando ouviu o suave ronco dos pneus rolando sobre o cascalho. Secou as mãos com um pano, endireitou-se e apertou os olhos na direção da estrada. Um conversível preto, brilhante, definitivamente não pertencia àquele lugar. E então, ela apareceu.

Cabelos loiros presos em um rabo de cavalo baixo, um casaco bem ajustado, e uma expressão afiada o suficiente para cortar vidro. Ela parecia alguém que deveria estar numa passarela, não em uma garagem simples de um único homem em Hollow Creek. Clare olhou ao redor, cética, então se aproximou dele com uma confiança cuidadosamente medida.

— Olá, meu carro quebrou alguns quilômetros atrás. Problemas no motor. Disseram que você era a única oficina por aqui.

Jake assentiu lentamente, calmamente.

— Isso é verdade.

Ela hesitou, olhando para a garagem rústica, com as portas meio abertas, ferramentas penduradas ordenadamente em ganchos e um rádio antigo tocando blues ao fundo.

— Você pode dar uma olhada?

— Posso — respondeu ele, pegando sua jaqueta. — Me siga.

Eles seguiram em silêncio até o carro de Clare, que havia conseguido percorrer o último quilômetro antes de morrer completamente. Jake levantou o capô, mexeu um pouco e deu um assobio curto.

— Sua correia de distribuição se rompeu. A bateria também está fraca.

Clare cruzou os braços.

— Você consegue consertar?

— Consigo, mas vou precisar pedir a peça. Vai levar um dia, talvez dois.

Ela apertou a mandíbula, ligeiramente irritada.

— Claro.

Jake olhou para ela de soslaio.

— Tem um bed and breakfast logo depois da colina. A Doris vai te ajudar. Não é exatamente o Ritz, mas o café é bom.

Clare assentiu com um aceno curto.

— Certo.

Ela se virou para sair, mas então a voz de Jake interrompeu o silêncio.

— Você é a Clare Bennett, não é?

Ela se virou lentamente, surpresa.

— Como sabe?

— Achei que sabia. — Ele limpou as mãos novamente, um sorriso quase invisível no rosto. — Estudamos juntos.

Clare piscou, tentando entender.

— Estudamos? Onde?

— Lincoln High, turma de 2016. Você sentava na primeira fila. Honras tudo. Editora do jornal da escola.

Ela o olhou com mais atenção, tentando colocar o rosto no lugar certo. Algo nos olhos dele parecia familiar, mas tudo o mais — a voz, a presença, a calma — sentia-se como algo que ela deveria ter lembrado.

— Me desculpe — disse ela, suavemente. — Não lembro de você.

Jake não se mexeu, apenas assentiu.

— Não esperava que lembrasse. Eu ficava na última fila. Não falava muito.

Não havia rancor em sua voz, apenas constatação. Clare tentou processar, mas ele já estava fechando o capô do carro.

— Vou te ligar quando a peça chegar. Pode deixar o carro aqui.

Clare deu um passo para trás, sem saber o que dizer, e então começou a caminhar na direção do bed and breakfast. Jake a observou se afastar. Ela não havia mudado nada — ou talvez tudo tivesse mudado.

O bed and breakfast cheirava a canela e óleo de limão. A mulher mais velha que a recebeu na porta se apresentou como Doris com um aperto de mão, sem sorriso.

— Você é a garota da Bennett, não é? A que quebrou o carro?

Clare assentiu.

— Parece que você está acostumada a estar em outro lugar — disse Doris, levando-a até um quarto pequeno, mas limpo, com uma cama de solteiro e um edredom que claramente havia sido feito à mão.

— Eu geralmente estou — respondeu Clare, sentindo-se deslocada.

Naquela noite, ela não dormiu bem. Talvez fosse o silêncio. Talvez fosse o barulho das tubulações antigas. Ou talvez fosse o fato de que Jake Walker lembrava dela e ela não lembrava dele.

Na manhã seguinte, Clare voltou à garagem. Jake estava trabalhando, a música baixa, e não olhou para ela de imediato. Ela ficou parada por um tempo, desconfortável no seu casaco. Quando finalmente olhou para ela, foi como se o tempo tivesse parado.

— Você não precisava voltar tão cedo — disse Jake.

— Eu não tinha mais nada para fazer — ela respondeu.

Ele apontou para uma cadeira dobrável perto da bancada de trabalho.

— Fique à vontade.

Clare se sentou e olhou ao redor. O lugar estava antigo, mas impecável. Ferramentas dispostas de forma perfeita. Uma caneca de café servindo como porta-lápis, e uma cópia surrada de Tequila Mockingbird aberta ao lado.

Ela olhou para o livro.

— Nós lemos isso no último ano — disse lentamente.

Jake assentiu, sem tirar os olhos do trabalho.

— Você conduziu a discussão. Lembro que disse que Atticus era o único homem do livro que sabia quando se calar e ainda ser ouvido.

Clare piscou, surpresa.

— Eu não me lembrava que alguém estava ouvindo.

Jake deu de ombros.

— Alguns de nós não precisavam falar para passar.

Ela o olhou novamente, realmente o olhando dessa vez. O garoto quieto da última fila. Nunca levantava a mão. Ela se lembrou de que ele desenhava em seus cadernos, daquela vez em que um substituto o fez ler em voz alta e ele falou como se não estivesse acostumado com a própria voz. E agora aqui estava ele, medido, confiante no silêncio, com graxa na camisa e calma nos ossos.

— Você disse que abandonou a faculdade — disse Clare, puxando conversa.

Jake apertou um parafuso, limpou as mãos e se recostou no carro.

— Não fui. Meu pai adoeceu no último ano. A garagem estava aqui e não estava dando dinheiro, então eu fiquei.

Ela suspirou, sentindo-se mal por ele.

— Sinto muito.

Ele deu de ombros.

— Foi uma escolha, não uma má escolha.

Clare estudou o logotipo desbotado na parede da garagem: Walker’s Auto, EST 1975. Aquele lugar era um legado também, mas não o tipo escrito em comunicados de imprensa.

Eles conversaram sobre a escola, os professores, as tolices das reuniões de torcida, a vez em que o alarme de incêndio disparou no meio das provas finais e ninguém se importou. Jake lembrava de tudo. Clare ficou surpresa com o quanto ela não lembrava.

— Você estava em toda parte — disse ele. — Clubes, debates, conselho estudantil, sempre em movimento.

Ela riu baixinho.

— Essa é uma maneira de dizer isso. Meus pais chamavam isso de se manter visível.

Jake ergueu uma sobrancelha.

— E agora você o quê? O processo e espera?

Clare revirou os olhos.

— Praticamente. Não tive um fim de semana livre desde os 19. Até essa viagem não deveria ser um.

Jake sorriu suavemente.

— Acho que o motor teve a mesma ideia.

Clare riu pela primeira vez em dias.

O resto do dia passou em conversas e risos, enquanto Jake consertava seu carro. Mas a cada palavra, Clare sentia algo dentro dela mudando. Ela estava redescobrindo uma versão de si mesma que ela havia perdido.

Naquela noite, antes de ir embora, ela olhou mais uma vez para o desenho em sua bolsa. O retrato que Jake fez dela — não posado, não polido, mas real. Ela sorriu suavemente, guardou o desenho e pensou em como sua vida estava prestes a tomar um rumo diferente.

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