Dez Anos Sozinho na Fazenda – Até Que a Irmã de Sua Esposa Invadiu Seu Coração e Seu Cama

O vento cortava as paredes do vale como uma faca afiada, anunciando a chegada do inverno implacável. Ethan Cole já estava acostumado ao frio, mas nada o preparara para o que estava prestes a encontrar. Durante dez anos, ele vivera em solidão, enterrando sua dor no trabalho árduo das terras da Wyoming. A perda de Clara, sua esposa, havia sido sua única companheira nesse tempo. A morte dela, durante aquele inverno cruel de 1877, ainda o assombrava, e ele se considerava perdido. Mas, naquele momento, algo mudou.

A lanterna piscou contra a janela da cabana. Era a primeira luz que Ethan havia visto ali em dez anos. Ele desmontou lentamente de seu cavalo, cada músculo de seu corpo enrijecido, preparado para qualquer ameaça. Em uma terra como a de Wyoming, qualquer estranho podia significar um problema: roubadores de gado, invasores de terras ou algo ainda pior.

Quando empurrou a porta da cabana, o que viu paralisou seu sangue. Uma mulher estava sentada na cadeira de Clara, lendo o diário dela à luz de uma vela. O cabelo dourado caía sobre seus ombros como o trigo ao vento de verão. As mãos delicadas, que uma vez tocaram seu rosto, agora seguravam as páginas do diário. A mesma curva graciosa do pescoço que o atormentava nos sonhos por uma década. Era Clara?

“Clara?” A palavra escapou de seus lábios, como uma oração. Ela levantou os olhos, e aqueles olhos castanhos que ele conhecia tão bem encontraram os dele. Mas o rosto… mais jovem, mais selvagem, mais vivo.

“Sou Eliza, irmã de Clara”, sussurrou ela, como se fosse uma confissão.

A mão de Ethan se moveu automaticamente para a arma, mas o que ele sentiu não era medo; era confusão, dor. Dez anos de luto, dez anos de silêncio, e agora, aqui estava ela. O espectro do passado, mas com um rosto diferente. Como reagir quando o passado volta, mas com uma nova pele, uma nova alma?


Ethan não conseguia se afastar daquela imagem. Eliza, tão parecida e ao mesmo tempo tão diferente de Clara. Durante as semanas seguintes, algo mudava lentamente dentro dele. Eliza não era Clara, mas havia algo em seu olhar, em sua risada, que o fazia lembrar de um tempo antes da dor. Ela não tinha a graça natural de Clara, mas possuía uma força feroz, uma determinação que ele nunca imaginara.

O inverno de 1877 havia sido brutal. Clara, com sua saúde frágil, contraiu pneumonia e, em poucas semanas, Ethan a enterrava na terra congelada atrás da cabana. Ele se lembrava de seus últimos momentos, de como ela sussurrara seu nome antes de morrer, seus olhos febris tentando enxergar algo que ele não conseguia ver.

Agora, Eliza estava ali, em sua casa, lendo as cartas que Clara lhe escrevera, cartas sobre a felicidade que ela encontrou em Wyoming, em sua vida simples. Ethan observava com um misto de raiva e desejo. A dor de perder Clara ainda o sufocava, mas algo mais o estava consumindo: a presença de Eliza.

Ela não sabia cozinhar, queimava o bacon, salgava os feijões e transformava o café em uma substância que poderia tirar a tinta de qualquer parede. Mas ela tentava, todas as manhãs, tentava. E mais do que isso, ela lutava para aprender a viver ali, no mundo brutal do oeste americano.


O incidente que mudou tudo ocorreu em uma noite de dezembro. Ethan havia saído para Cheyenne, e Eliza ficou sozinha. Dois forasteiros, bêbados e agressivos, invadiram a cabana. Eliza, aterrorizada, tentou se defender com o rifle de Clara.

Ethan chegou a tempo de ver os dois homens ameaçando Eliza. Ele se moveu com a precisão de um predador, cortando um dos homens com sua faca e apontando a Colt para o outro, que fugiu antes que pudesse reagir.

Quando a poeira baixou, Eliza caiu nos braços de Ethan, tremendo como uma folha ao vento. Pela primeira vez, ela parecia frágil, vulnerável. O olhar que se cruzou entre eles foi carregado de algo mais forte que o medo: desejo. Mas Ethan não podia ceder. Ele sabia que Clara ainda estava ali, em cada canto da casa, em cada foto que ele tocava.

Naquela noite, os dois estavam próximos demais, mas Ethan se afastou. Ele não podia. Não podia trair a memória de Clara, não podia ceder à tentação de Eliza, sua irmã, sua carne e osso que lembrava tanto a esposa que ele perdera. Mas Eliza não iria embora tão facilmente.


No dia seguinte, ela estava partida. Sem explicações, sem despedidas, Eliza deixou a cabana. Ethan, consumido pela culpa e pela solidão, foi atrás dela. Ele montou seu cavalo e seguiu para Cheyenne, sem pensar, sem parar. Mas quando chegou lá, ela estava prestes a embarcar no trem de volta para Denver.

Ethan correu até ela, o coração batendo forte. “Você vai embora?”

“Sim”, ela respondeu. “Eu pensei que fosse fácil ir embora, mas não consegui.”

O silêncio se fez entre os dois, até que Eliza falou de novo: “E você? Vai continuar vivendo no passado?”

Ethan a olhou, a dor transbordando de seus olhos. Ele não sabia o que responder, não sabia o que fazer. Mas, naquele momento, ele soube que não podia mais viver com o peso da culpa, com o fantasma de Clara.

“Eu… eu não sei”, disse ele. “Mas se você quiser voltar para casa comigo, Eliza… eu… eu não posso te deixar ir.”

O trem apitou, chamando os passageiros. Eliza hesitou, olhou para Ethan, e depois, sem palavras, pegou sua mão. Eles deixaram o trem partir, não para o passado, mas para um futuro incerto, onde, talvez, juntos, pudessem encontrar a paz.

E, assim, Ethan Cole e Eliza Bennett cavalgavam em direção ao horizonte, onde, ao invés de fugir da dor, eles decidiam enfrentar o que o futuro lhes reservava.

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