Homem das Montanhas Se Trancou por 30 Invernos – Até Que Uma Estranha Grávida Bateu à Sua Porta e Mudou Tudo!

A cabine estava silenciosa, exceto pelo som do vento que uivava nas árvores ao redor. Gideon Nash apertava a arma contra o peito, sua respiração pesada devido ao esforço da vigília. Por trinta anos, ninguém jamais bateu à sua porta. A localização da sua pequena cabine nas montanhas era um segredo guardado tão bem que até mesmo os caçadores, que passavam por ali a cada outono, nunca haviam conseguido encontrá-la. No entanto, ali estava ela, uma mulher grávida, vestida com um vestido azul rasgado e ensanguentada, de joelhos perto de sua porta.

Gideon observou tudo por entre a fresta das persianas. A mulher estava tão abatida que quase não conseguia se manter em pé. O corte acima do seu olho esquerdo ainda sangrava, e sua roupa estava completamente encharcada pela tempestade que havia durado dois dias. Mesmo a uma distância de 6 metros, ele podia ver o tremor violento de seu corpo. Porém, não foi isso que fez seu peito apertar com algo que ele não sentia há décadas. Era o olhar de medo em seus olhos, o mesmo que ele sentira no dia em que fugiu para as montanhas, jurando nunca mais permitir que outra pessoa dependesse dele novamente. Ela olhou para trás várias vezes, como se algo a estivesse caçando.

Ela bateu novamente, com mais força, e seu grito fraco cortou o vento. “Eu sei que alguém está aí dentro! Eu vi a fumaça saindo da sua chaminé!” Gideon fechou os olhos e respirou fundo. Ele sempre foi cuidadoso com a fumaça. Durante o dia, o fogo queimava baixo, o suficiente para afastar o frio. À noite, quando a temperatura caía abaixo de zero, ele deixava o fogo arder forte, mas a escuridão escondia a fumaça. Ela deve ter ficado observando por horas para ter notado. Ele pensou, hesitou, e então se aproximou da porta.

A mulher tropeçou, se apoiando na moldura da porta, ofegante. Quando se virou levemente, Gideon percebeu o quanto ela estava grávida. Sete, talvez oito meses. Com aquele frio, naquela condição, ela não sobreviveria até o amanhecer. Por um instante, Gideon pensou no homem que ele foi antes de chegar às montanhas, antes da culpa que o consumia todas as manhãs, quando acordava sozinho. Esse homem abriria a porta sem hesitar. Aquele homem acreditava em ajudar os outros, em fazer o que era certo. Mas aquele homem também havia causado a morte de alguém.

A mulher caiu de joelhos, apoiando-se na porta. “Meu bebê…”, ela sussurrou, com as mãos sobre a barriga. “Por favor, não deixe meu bebê morrer aqui.” As palavras dela foram como um golpe em seu coração. Gideon sentiu seus dedos se moverem até a maçaneta, mas então congelou. Em algum lugar na distância, mal audível devido à tempestade, ele ouviu o som que fez seu sangue gelar. O som de cavalos, cavalgando rapidamente pela floresta. Alguém a estava seguindo, e estavam se aproximando.

Sem pensar, Gideon abriu a porta e puxou a mulher para dentro no exato momento em que seu corpo se tornou pesado demais para ela. Ela estava mais fria do que ele imaginava, os lábios levemente azuis. Ele a carregou até a cadeira ao lado da lareira, a única peça de mobiliário na pequena cabana, além da cama e uma mesa rudimentar. Ao envolver o cobertor mais grosso que possuía em torno dela, ela se mexeu levemente. Seus olhos se abriram, focados, mas com pânico. “Eles estão chegando”, ela disse, tentando se levantar da cadeira. “Você tem que me esconder. Chester não vai parar até me encontrar.”

“Chester?” Gideon perguntou em voz baixa, movendo-se até a janela para espiar pelas frestas. O som dos cavalos estava mais próximo agora, talvez a meio quilômetro da trilha. “Meu marido.” A palavra saiu com veneno. “Ele vai me matar se me encontrar aqui. Vai matar você também.” Gideon a olhou com mais atenção. O corte acima de seu olho não era resultado da tempestade nem de uma queda. Era preciso demais, deliberado demais. As marcas de socos eram visíveis.

Quantos homens ele tem com ele? Gideon perguntou, já prevendo a resposta. “Quatro, talvez cinco”, ela respondeu, apertando o cobertor ao redor de si, seu corpo todo tremendo. “Eles estão me seguindo há três dias. Eu pensei que os havia perdido no rio. Mas Chester conhece essas montanhas. Cresceu caçando aqui com seu pai.”

Os cavalos estavam agora tão próximos que Gideon conseguia ouvir as vozes que o vento trazia. Vozeirões roucos, os de homens que gostavam de causar dor. Ele se afastou da janela e pegou sua espingarda. Os olhos da mulher se arregalaram ao ver a arma. “Você não entende”, ela sussurrou. “Chester não é apenas meu marido. Ele é o xerife de Milbrook. Os homens com ele, são os seus delegados. Se você me ajudar, vai estar protegendo uma fugitiva.”

A palavra “xerife” fez o sangue de Gideon gelar. Ele havia passado trinta anos escondido, longe da lei. Trinta anos evitando qualquer razão para que alguém da autoridade olhasse para ele. Qualquer erro agora, uma pessoa fazendo perguntas demais, e seu passado viria atrás dele mais rápido do que uma avalanche.

“O que você fez?”, ele perguntou, sua voz fria. A mulher moveu a mão para a barriga. “Eu matei um homem que tentou ferir meu bebê.” Antes que Gideon pudesse responder, as vozes lá fora ficaram mais altas. Claras agora, ele podia distinguir palavras.

“As pegadas levam para cá. O xerife parou aqui, mas tem pegadas subindo até aquele cume. Verifiquem todas as cabanas, todas as cavernas, todas as árvores ocas. A voz era fria. Ordenando. “Chester, ela está por aqui em algum lugar e está carregando meu filho. Quero que encontrem ela antes do amanhecer.”

Pelo furo da janela, Gideon podia ver as luzes das tochas dançando entre as árvores. Estavam a menos de um quilômetro agora e se espalhavam para procurar. Em minutos, encontrariam a sua cabine.

Ele olhou para a mulher na cadeira. Ela olhava para ele com uma esperança desesperada, uma mão sobre a barriga, a outra apertando algo escondido em seu vestido, algo que brilhava como metal à luz do fogo. Ela estava armada, e ela era uma assassina. Mas ele também era.

Gideon se moveu rápido. Pegou a mulher sob os braços e a levou até o canto dos fundos da cabana onde ele guardava seus suprimentos de emergência atrás de uma tábua solta na parede. Ele havia feito esse esconderijo pequeno o suficiente para uma pessoa. Ele o havia feito na segunda primavera que passou ali, quando a paranoia ainda o mantinha acordado à noite.

“Entre ali e não faça barulho”, ele sussurrou, ajudando-a a se encaixar no espaço estreito. Ela fez uma careta ao sentir sua barriga pressionada contra a moldura de madeira, mas não reclamou. Gideon reposicionou a tábua e espalhou alguns sacos de flores velhos na frente dela.

A luz da tocha estava visível através das frestas agora, sombras se movendo pelas paredes. Ele ouviu botas se aproximando, o som dos passos se aproximando a cada segundo. Gideon bagunçou a cama rapidamente, fazendo-a parecer que ele havia estado sozinho por dias. Ele escondeu as pegadas molhadas dela espalhando cinzas da lareira pelo chão.

Três batidas fortes soaram na porta. “Abra. Negócio do xerife.”

Gideon respirou fundo e abriu a porta, apertando os olhos como se tivesse sido acordado de um sono profundo. Cinco homens estavam do lado de fora, suas tochas criando um círculo de luz forte na escuridão. O primeiro, alto e forte, com olhos frios e um distintivo preso ao seu casaco pesado. Chester.

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“Boa noite, amigo”, disse Chester, mas sua voz não tinha nenhuma simpatia. “Se importaria de abrir a porta? Estamos seguindo uma fugitiva perigosa por essas montanhas.”

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