BEYONCÉ PROCESSA FILME DE BOLSONARO! O FILME RETRATA A FANTASIA BOLSONARISTA NO MUNDO DE NÁRNIA!

O cenário político brasileiro tem sido, há anos, um palco de dramas e comédias que, por vezes, parecem tirados diretamente da ficção. No entanto, o mais recente acontecimento que está agitando o panorama nacional e internacional não é um novo escândalo governamental, mas sim uma produção cinematográfica. O filme sobre Jair Bolsonaro, intitulado em inglês The Dark Horse (O Cavalo Negro, ou O Azarão, em tradução política), não apenas falhou em ser uma obra de arte, mas se transformou em um épico patético de revisionismo histórico e controvérsia que mal chegou às telas e já atrai processos judiciais.

A primeira impressão do projeto é de confusão. Críticos e espectadores não conseguem classificá-lo: seria uma tragédia, uma ficção de má qualidade ou uma comédia não intencional? O consenso é de que a produção é, no mínimo, malfeita. Não se trata de uma crítica meramente estética, mas de uma percepção generalizada de amadorismo que, ironicamente, parece fazer um retrato fiel do que muitos consideram ter sido a essência da gestão do ex-presidente. A própria base de apoio do ex-presidente, os bolsonaristas, manifestou descontentamento com algumas cenas, chegando a compará-las com a teatralidade exagerada de uma novela mexicana. A crítica, porém, não consegue se deter no ator, pois a própria figura de Bolsonaro é vista como intrinsecamente ligada ao que há de mais caricato e inverossímil.

O filme, portanto, cumpre a função de espelho, refletindo a metodologia política que ascendeu ao poder: uma construção baseada na excentricidade e no ridículo, onde o interesse primordial não é a ética, o bom senso ou a verdade, mas sim a atenção. A máxima “falem bem ou falem mal, mas falem de mim” é o cerne desta estratégia. E o filme, ao gerar tanta controvérsia, acaba ganhando a propaganda que, talvez, o seu material de baixíssima qualidade não conseguiria por conta própria.

O ROTEIRO DA MENTIRA: REVISÃO HISTÓRICA E O NOVO HERÓI FICTÍCIO

O maior problema do filme não reside na atuação ou na cinematografia, mas no seu roteiro. A produção é descrita como uma obra de revisionismo histórico, uma coleção de inverdades que, do começo ao fim, tenta reescrever a história recente do Brasil. O protagonista, Jair Bolsonaro, é apresentado como um defensor dos oprimidos. Acredite, ele é retratado como:

Um defensor dos povos indígenas.

Um protetor da natureza e do meio ambiente.

Um defensor das comunidades quilombolas.

Um lutador incansável contra criminosos, traficantes e grileiros de terra.

Essa caracterização é totalmente oposta à percepção pública de suas políticas e declarações durante seu mandato. O roteiro, assinado por Mário Frias, ex-ator e ex-Secretário de Cultura, transforma a biografia do político em uma fantasia, desvinculada de seu histórico de 27 anos como deputado federal e dos quatro anos como presidente, que, segundo a crítica, foram marcados por inação legislativa e uma gestão presidencial controversa, especialmente no que diz respeito ao descaso com as mortes causadas pela Covid-19 e à derrota nas urnas para o atual presidente. O filme, assim, não é um retrato, mas sim uma ficção.

O FATOR BEYONCÉ E O ATOR QUE VIROU MONTAGEM TEOLÓGICA

A controvérsia atingiu o nível global com o envolvimento, ainda que indireto, de uma das maiores artistas do planeta: Beyoncé. Circulam informações de que a cantora estaria articulando um processo judicial contra a produção do filme, especificamente contra Mário Frias, por conta do uso não autorizado de sua música. A especulação é que a artista não deseja que seu trabalho seja associado a um projeto que carrega tamanhas acusações de conteúdo político e ideológico questionável. Para a cantora e para qualquer artista que preze pela reputação e coerência, ter sua obra atrelada a uma produção tão polarizada e controversa é um risco que se deseja evitar a todo custo.

Secret Bolsonaro biopic starring Jim Caviezel currently in production | Fox  News

No centro do elenco, a escolha para interpretar Bolsonaro também gerou espanto. O papel principal foi dado ao ator norte-americano Jim Caviezel. A ironia não passou despercebida, afinal, Caviezel ganhou notoriedade mundial ao interpretar Jesus Cristo no filme A Paixão de Cristo. A jornada cinematográfica do ator foi descrita com sarcasmo como uma “montanha-russa teológica do céu direto para o inferno,” de Jesus a Bolsonaro.

Além de sua interpretação de figuras bíblicas, Caviezel é conhecido por suas declarações polêmicas e por se alinhar a teorias da conspiração e narrativas da direita radical americana. Essa escolha levanta a suspeita de que a seleção de elenco não foi baseada apenas em mérito artístico, mas em um forte alinhamento ideológico, indicando que o filme é, antes de tudo, um manifesto político. Ninguém de seu calibre aceitaria um papel tão controverso sem uma afinidade prévia.

OS BASTIDORES DO MISTÉRIO: FINANCIAMENTO SECRETO E PROJETO POLÍTICO

O aspecto mais intrigante de The Dark Horse é a cortina de fumaça que o envolve. O filme é um projeto internacional que, supostamente, está sendo rodado em locações espalhadas pelo Brasil, Estados Unidos e Nepal, com uma equipe estrangeira. No entanto, a produção surgiu do nada, sem os anúncios habituais em grandes veículos da indústria, sem produtoras consolidadas divulgando o projeto e, o mais importante, sem nenhum registro sólido de quem está financiando a obra.

O silêncio sobre a origem do dinheiro é ensurdecedor. Um filme internacional, com um ator famoso e gravações em três países, exige um orçamento significativo. O fato de não haver transparência sobre o financiamento transforma a produção em um verdadeiro mistério.

Quem está pagando por esta reabilitação de imagem?

É neste ponto que o filme transcende a categoria de entretenimento e entra na esfera da geopolítica. A ausência de clareza levanta a suspeita de que o projeto é, na verdade, uma operação política internacional disfarçada de arte. O próprio título, Dark Horse, tem um peso político na língua inglesa, referindo-se ao candidato subestimado ou injustiçado que vence no final.

Essa é exatamente a narrativa que os apoiadores de Bolsonaro tentam vender desde 2018: a de um “azarão” que superou o sistema. O filme, portanto, pode estar sendo financiado e planejado para criar uma “mitologia cinematográfica” em torno de Bolsonaro, reabilitando sua imagem internacionalmente e pavimentando um caminho para uma possível futura ascensão política.

As perguntas se acumulam: Seria este filme parte de um plano internacional de reabilitação? Estaria o dinheiro vindo de redes extremistas dos Estados Unidos ou de outros grupos alinhados a essa ideologia? O projeto cheira menos a cinema e mais a propaganda política de alto risco.

A VERGONHA DA ESPÉCIE: QUANDO A ESTUPIDEZ ASSUME O TRONO

A reflexão que a ascensão de Bolsonaro e agora a produção deste filme provocam leva a um questionamento mais profundo sobre a natureza humana e a liderança. Em uma comparação frequentemente utilizada, a diferença entre os humanos e os animais reside em algo vergonhoso para a nossa espécie: os animais, por instinto, nunca permitiriam que um estúpido liderasse a manada. Nenhum lobo seguiria um líder fraco, e nenhum leão obedeceria um covarde.

Os humanos, no entanto, parecem ser a única forma de vida capaz de entregar o comando ao pior entre nós – ao mais barulhento, ao mais arrogante e ao mais vazio. Seguimos a aparência e o discurso, e confundimos gritaria com autoridade, enquanto a inteligência se cala e a estupidez assume o trono, governando com convicção.

The Dark Horse não é apenas um filme, mas um sintoma dessa falha social. É a materialização de uma tentativa de reescrever uma história controversa com mentiras, financiada por forças ocultas com um claro objetivo ideológico. A verdade é que nenhum filme deste porte nasce na escuridão, e nenhum ator de tal nível se arrisca em um papel tão polêmico sem alinhamento político. Este silêncio sobre o financiamento e a produção fala mais alto do que qualquer comunicado oficial. A história do Brasil não pode ser reescrita sem que se questione cada etapa desse projeto. É imperativo que a investigação sobre a origem desse dinheiro e o propósito real dessa “propaganda disfarçada de arte” se aprofunde.

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