Tupac Shakur e Notorious B.I.G. são ícones do rap, cujas trajetórias se entrelaçam em uma das rivalidades mais notórias da música.
Nos anos 90, esses artistas não apenas dominaram as paradas, mas também protagonizaram uma amizade que rapidamente se transformou em um conflito público, culminando em tragédias que marcaram o cenário musical.
A amizade entre Tupac e Biggie começou em Nova York, onde ambos se admiravam mutuamente. Contudo, a situação mudou drasticamente após um incidente em 1994, quando Tupac foi baleado em um assalto em um estúdio.
Ele acreditava que Biggie e seu círculo estavam envolvidos, o que acendeu uma faísca de desconfiança. O desentendimento se intensificou com a crescente rivalidade entre as costas Leste e Oeste do hip-hop, sendo representada pelas gravadoras Bad Boy, de Biggie, e Death Row, de Tupac.
Os dois rappers se atacaram em letras e entrevistas, enquanto suas vidas pessoais se tornavam cada vez mais tumultuadas. Tupac foi preso e Biggie se destacou como uma estrela em ascensão.
Em 1996, Tupac foi assassinado em Las Vegas, um crime que permanece sem solução. Apenas meses depois, em 1997, Biggie também foi morto em Los Angeles. As mortes chocaram o mundo e deixaram os fãs com mais perguntas do que respostas sobre quem realmente estava por trás dos crimes.
A rivalidade entre a Costa Leste e a Costa Oeste do hip-hop é um tema profundo e repleto de nuances, especialmente quando se fala de figuras icônicas como Tupac Shakur e The Notorious B.I.G. O que muitos não sabem é que, apesar da tensão que surgiu mais tarde, Tupac e Biggie tinham uma relação inicial amigável.
No início dos anos 90, Tupac estava influenciado por álbuns de grandes nomes, como “The Chronic” do Dr. Dre, e já admirava Tupac. De fato, Tupac foi uma referência importante na evolução de Tupac como rapper, ajudando-o a desenvolver seu estilo e suas letras.
Antes da rivalidade, houve momentos de colaboração e apoio mútuo, como quando Tupac, apesar de ser mais experiente, aconselhou Biggie a ficar com Puff Daddy e a Bad Boy Records.
Essa ideia foi exacerbada por questões de lealdade e rivalidade entre as gravadoras, onde Tupac representava a Death Row Records, enquanto Biggie estava na Bad Boy.
Suge Knight, o CEO da Death Row Records, viu uma oportunidade ao pagar a fiança de Tupac após sua prisão, o que solidificou ainda mais a lealdade de Tupac para com a Death Row. O lançamento do álbum “All Eyez on Me” e a famosa faixa “Hit ‘Em Up” foram o clímax dessa rivalidade, onde Tupac atacou Biggie, Puff e até a namorada de Biggie.
A escalada da violência culminou na trágica morte de Tupac em setembro de 1996. Após um ataque a tiros, ele morreu seis dias depois, levantando várias teorias sobre a origem do ataque. Além da rivalidade com Biggie, outros fatores, como sua conexão com movimentos políticos, também foram apontados como motivos para sua morte.
Após mais de 27 anos de investigações inconclusivas, ele foi reaberto em julho de 2023, quando a polícia realizou uma busca em Nevada, próximo ao local onde Tupac foi morto durante uma briga em Las Vegas.
A busca se concentrou na casa de Kif Di, o chefe da gangue South Side Crips, que é apontado como o executor de Tupac. Kif Di é também tio de Orlando Anderson, o homem que, antes do crime, foi agredido por Tupac e que, segundo relatos, foi o motivo do assassinato.
Kif Di, em um ato chocante de ousadia, admitiu sua participação em várias entrevistas e podcasts, revelando detalhes sobre a noite fatídica. Em sua autobiografia, ele afirma que estava no carro que parou ao lado do veículo de Tupac e disparou contra ele.
Ele expressou sua indignação ao afirmar que não poderia deixar um gangster de gravadora humilhar seu sobrinho. Kif Di também mencionou que havia recebido uma oferta de D.I.R. para eliminar Tupac, embora alegasse que o embate com seu sobrinho não estava relacionado ao pedido de D.I.R.
A situação se desenrolou de forma trágica e quase cinematográfica. Na noite em que Tupac estava a caminho de um show no clube 662, ele demorou mais do que o esperado, o que levou Kif Di a decidir ir comprar bebidas.
O destino agiu de forma cruel, pois foi nesse momento que eles se depararam com Tupac. Kif Di alegou que um dos homens no banco de trás do carro pegou uma Glock e disparou contra o rapper. Ele também mencionou que houve um tiroteio que a polícia nunca investigou, embora houvesse evidências claras de pólvora.
Em 29 de setembro de 2023, Kif Di foi preso, apenas um mês e dez dias após o início de uma investigação que finalmente começou a olhar mais a fundo para o caso. Ele sugeriu que D.I.R. ofereceu um milhão de dólares para eliminar Tupac, embora este pagamento não tenha ido diretamente a ele, mas sim a Eric Von Martin, que supostamente foi o responsável pelos tiros.
A sombra do assassinato de Tupac logo se estendeu até Notorious B.I.G., que foi morto em março de 1997, em circunstâncias muito semelhantes. Ele também foi alvejado enquanto estava em seu carro, parando em um sinal.
Recentemente, Phil Carlson, um ex-agente do FBI, alegou que documentos sigilosos provam que D.I.R. estava por trás do assassinato de Biggie, como uma retaliação pela morte de Tupac. Ele afirmou que o verdadeiro alvo não era B.I.G., mas sim D.I.R., e que Biggie acabou sendo atingido por estar no lugar errado na hora errada.
A ligação entre os dois casos é inegável e perturbadora. Um dos investigadores do caso, Russell Paul, percebeu as semelhanças e se sentiu obrigado a continuar a investigação por conta própria, mesmo após ser avisado pelo FBI para não fazê-lo. Sua demissão do FBI não o deteve; ele acreditava firmemente que D.I.R. estava envolvido e indicou David Mac, um policial corrupto, como o atirador de Biggie.
As teorias sobre o envolvimento de D.I.R. continuam a crescer. Testemunhas afirmam que D.I.R. poderia ter lucrado significativamente com a morte de Biggie, já que, após sua morte, ele herdou todo o catálogo musical do rapper.
Essa narrativa de poder, dinheiro e vingança paira sobre os casos, transformando as histórias de Tupac e Biggie em uma trama de mistério e tragédia.
Esses casos permanecem envoltos em teorias e especulações, mas o clamor por justiça continua. A reabertura das investigações trouxe à tona novas revelações e um renovado interesse nas vidas e mortes desses ícones do rap. O mundo aguarda ansiosamente por respostas que há muito tempo são buscadas.