O Presente Proibido: O Pecado do Pecuarista ao Aceitar o Que a Mulher Apache Ofereceu – Sua Filha

A cabana ficava sozinha no deserto do Colorado, como uma oração silenciosa de um homem que não esperava mais redenção. Seis invernos Marcus Holloway havia vivido ali, isolado, fugindo das memórias que o seguiam como fumaça. A explosão na mina que levou Ayana e a pequena Annie, enquanto ele estava a quilômetros de distância, bebendo whiskey e amaldiçoando Deus.

Era uma manhã de novembro, quando a neve caía espessa, que ele os encontrou. Uma velha mulher apache, quase sem vida, e sua filha, ajoelhada ao lado dela, na neve. Os olhos da menina se encontraram com os dele através da tempestade. Bonita? Não era o suficiente. Perigosa? Isso sim se aproximava da verdade.

“Por favor”, a velha murmurou, sua mão enrugada agarrando o casaco de Marcus, “minha filha precisa de um homem que não morra por ela.”

Marcus conhecia aquele olhar nos olhos da jovem. O mesmo olhar de Ayana, no último amanhecer, quando implorou para ele ficar em casa. O olhar que dizia que sabia exatamente o tipo de problema que a beleza poderia trazer. Ele deveria ter ido embora, deveria tê-las deixado à mercê do inverno e da vontade de Deus.

Mas algo nos olhos da garota, naquela expressão desafiadora, o fez lembrar das promessas que quebrou, das segundas chances que jogou fora, como os restos do café da manhã.

A velha tossiu sangue em sua palma. “Dois homens já morreram lutando por Luna”, disse, com um fio de voz. “A tribo nos expulsou.”

Marcus sentiu o peso da decisão que sempre evitou. Seis anos de fuga o mantiveram longe de escolhas que importassem. Mas agora, ali estavam duas mulheres, morrendo em sua porta, oferecendo-lhe a única coisa que ele jurou nunca mais aceitar: esperança.

“Se você está assistindo lá de algum lugar nas vastas terras selvagens, nos diga de onde está assistindo e não se esqueça de dar o ‘like’ se quiser ver até onde esta história vai.”

Dentro da cabana, Marcus levou a velha mulher para dentro, enquanto Luna o seguia, silenciosa como a névoa do inverno. Ayana, o nome da mãe, mal pesava mais do que seu rifle. A filha, por sua vez, movia-se com uma graça cuidadosa, como se tivesse aprendido desde cedo que cada passo poderia ser observado pelos olhos errados.

“Tem sopa”, Marcus disse, acenando para o caldeirão que o alimentava sozinho há anos, e cobertores ao lado do fogo.

Luna se ajoelhou ao lado de sua mãe, suas mãos delicadas, mas eficientes. Quando pegou a concha, o vestido de algodão gasto se apertou nas curvas, algo que provavelmente já causara guerras em tribos menores.

Marcus se virou, distraindo-se com lenha que não precisava ser empilhada. “Você não é o que eu esperava”, Luna disse.

“E o que esperava? Um homem sozinho por tanto tempo?”

“Normalmente, eles ficam olhando”, Luna respondeu com um sorriso, seus olhos escuros, penetrantes, como se estivessem vendo mais do que sua fala deixava transparecer.

“Eu já tive o suficiente de olhar para coisas que não posso manter.”

Três dias se passaram até que Ayana teve sua febre quebrada. Ela puxou Marcus para o lado enquanto Luna tomava um banho no riacho atrás da cabana. A visão que Marcus evitava conscientemente ao checar suas armadilhas.

“Você acha que sou um tolo?”, Ayana disse, sua voz firme, mas carregada de um cansaço profundo. “Trocar minha filha como se fosse gado?”

“Eu acho que você é uma mãe fazendo o que mães fazem”, respondeu Marcus calmamente.

Ayana o encarou. “Olha para ela, Marcus Holloway, realmente olhe. Você vê a beleza, mas consegue ver a maldição que ela carrega?”

Marcus observou Luna do lado de fora, na água, suas curvas perfeitamente contornadas pela luz do sol. O cabelo negro caindo até suas costas enquanto ela se banhava. Era como se a própria natureza tivesse decidido esculpi-la com perigo e poder.

“Ela não é malvada”, Ayana continuou, sua voz mais suave agora. “Mas a beleza… a beleza faz com que homens bons façam coisas ruins. Faz com que eles se esqueçam das esposas, abandone suas obrigações, desafiem seus amigos. Ela precisa de alguém que não perca a cabeça.”

Marcus sentiu o peso das palavras de Ayana. Ele sabia que estava perdendo a batalha para sua própria necessidade de algo que não sabia como tratar.

Naquela noite, Luna preparou carne de veado com cebolas silvestres e ervas. Ela se movia pela cabana com uma graça silenciosa, uma sensualidade desconcertante que Marcus evitava olhar de frente. Mas era impossível não notar a beleza, a força de sua presença.

“Me fale sobre elas”, Luna disse subitamente. “Sua esposa e filha.”

Seu coração parou por um momento. Ele sabia que um simples olhar já deixava claro a dor que ele carregava, mas ela precisava de uma resposta.

Ayana e Annie… se tivessem sobrevivido. A explosão que Marcus não foi rápido o suficiente para evitar.

“Eu deveria estar lá”, ele murmurou.

Luna segurou sua mão, sentindo-o como se sua dor se fosse entrelaçada com a dela. “Eu sei o que é ser responsável pela morte. Eu também tenho minha parte nisso.”

Marcus afastou a mão dela. “Mas eu não estava lá.”

Luna olhou para ele, compreendendo as palavras que ele não conseguiu articular. “Você não falhou com eles. Você não podia estar lá. Mas agora, pode escolher.”

Na manhã seguinte, Ayana morreu, silenciosa como a neve derretendo. Luna não chorou. Apenas ficou ao lado da cama, mexendo o cabelo grisalho de sua mãe até que Marcus colocou a mão sobre seu ombro.

“Vamos enterrá-la na colina, ao lado da minha família.”

Luna hesitou, mas aceitou.

E juntos, eles cavaram a sepultura, a terra fria. Luna, suada e forte, movendo-se com a graciosidade de alguém que aceitava a perda de forma silenciosa, mas profunda.

Quando terminaram, Luna perguntou, sua voz calma: “E agora?”

“Você pode ir para Denver. Encontrar trabalho. Casar com um mercador.”

Luna olhou-o por um longo momento. “Isso é o que você quer?”

Marcus olhou para ela, e então finalmente, disse: “Não. Não é o que eu quero.”

Luna se aproximou dele, seus olhos brilhando de algo mais profundo. “O que você quer, Marcus Holloway?”

Ele não pensou duas vezes. “Eu quero parar de ter medo de querer coisas.”

Ela sorriu, um sorriso que iluminou seu rosto. Ela não estava apenas escolhendo Marcus, estava escolhendo a chance de viver, de confiar.

A partir daquele momento, não havia mais volta.

Related Posts

Our Privacy policy

https://abc24times.com - © 2025 News